quinta-feira, setembro 30, 2004

As aventuras de um pai temporariamente solteiro.....(parte 4)

Pois é, acabou. No início, nem pusemos a hipótese que não iria resultar, tal era a alegria: “Não, é impossível. Juntos iremos conseguir resolver sempre os nossos problemas, por maiores que eles sejam. Nada nos poderá separar.” Pois é, um dia o sonho acaba e apercebemo-nos que, se nenhum de nós muda, tem que ser o nosso contrato a mudar. Assim foi, continuamos amigos como sempre, mas chegámos à conclusão que nos temos que separar. Já ontem tinha ficado com a sensação que algo não estava bem entre nós e hoje a gota de água foi o que ela me disse mal acordei:
- Pai, se voltas a resonal, esta noite dolmes sozinho.- não posso dizer que não me magoou, dito assim de repente e estando eu ainda a despertar de mais uma longa noite mal dormida.
- Então e tu que passas a noite a dar-me pontapés e murros, para além de não conseguires estar sossegada um minuto. Ainda por cima farto-me de acordar durante a noite porque estás a gemer com frio e tenho que te arrastar, das mais diversas posições, para o topo da cama. Por isso, eu é que não quero mais dormir contigo. CHATA. – respondi, enquanto tentava desesperadamente desligar a merda do despertador que ela, durante a noite, deve ter enviado para o chão com um dos seus inúmeros pontapés. A partir daí a conversa azedou um pouco.
- Não sei como é que a mãe consegue dolmil contigo. Coitadinha dela.” – disse com uma verdadeira dor de alma. Então mas o que é isto? Anda um gajo a criar uma filha para ouvir destas coisas?
- Olha lá, ó melga, se não estás contente com a vida mando-te para casa da avó. - respondi eu que não sou homem para ficar calado.
- E depois, quando fosses pala o tlabalho, esquecias-te semple do telemóvel e da calteila em casa, polque eu não estava cá pala te lemblal. – replicou ela.
- Bom, vamos ficar por aqui que isto já não está a cheirar bem e afinal, aqui, o pai sou eu.- disse, para tentar arrumar com aquilo.
- E olha, se calhar não cheila bem polque não alumaste a mesa ontem ao jantal.- terminou ela.
Um gajo anda estourado. Tem que fazer o trabalho de dois, deita-se tarde e a más horas, dorme mal devido ao que já aqui falei e depois ainda ouve isto do raio do piolho. Como é que eu hei-de sentir saudades da minha mulher se a nossa filha a está a substituir tão bem?
Conclusão: A partir de agora cada um passa a dormir na sua cama. Bom, o acordo da separação não é bem assim, ela deita-se na minha cama e eu, quando me for deitar, levo-a para a cama dela, mas não me posso esquecer de lhe dar um beijinho para ela não ter sonhos maus. Mesmo tendo em conta a “discussão” que nos levou a esta separação, vou ter saudades: da necessidade que ela tinha de me estar constantemente a tocar, só para ter a certeza que eu estava ao seu lado; de como é linda a dormir (e acordada também, obviamente); do acordar com ela aos berros: “JÁ É DE DIA PAI, ACOLDA.”, mesmo que ainda só fossem seis da manhã e a luz fosse de um candeeiro da rua (nunca dormir com as persianas abertas com uma criança). Mas pronto (o mais provável é ela à noite já não se lembrar de nada e voltar tudo ao mesmo, mas….)

terça-feira, setembro 28, 2004

As aventuras de um pai temporariamente solteiro.....(parte 3)

Hoje de manhã, apercebi-me de como a minha mulher deixou tudo planeado com a nossa mulher a tardes (não é a dias porque só vem as tardes). Assim que vou ao quarto da nossa filha para lhe escolher a roupa, o que é que eu vejo? Uma série de roupa separada já com as combinações feitas e que correspondem exactamente ao número de dias que faltam para a mãe vir. Sim senhor. Grande confiança. Estou-me agora a martirizar por ter tido a coragem de lhe escolher um vestido na segunda-feira. Sim, porque na segunda-feira não tinha nada preparado para lhe pôr, pelo que foi de vestido, quer dizer, parecia um vestido quando o tirei do cesto da roupa suja, embora tenha a sensação de já ter visto algo de parecido com aquilo, nas mãos da nossa mulher a tardes, quando ela está a limpar as banheiras.....humm..... Ainda bem que agora já tenho tudo preparadinho, assim já não faço mais asneiras e talvez tenha direito a um chupa quando a minha mulher regressar. Só há um pequeno problema, como não sabia que cuecas é que a nossa filha havia de levar (esqueceram-se disso) leva sempre um saco de plástico atado à cintura. Fim de desabafo........... ESTÚPIDA. Ok, agora é que é o fim.
Bom, falando mais a sério. Estou com saudades da minha mulher, pois hoje descobri que o leitor de DVD estava avariado e não tinha ninguém a quem gritar “O QUE RAIO É QUE TU FIZESTE AO LEITOR DE DVD PARA O ESTRAGARES?” Assim, tive que partir do princípio que foi uma simples falha do equipamento e agora tenho que gramar todas as cassetes dos teletubies, que já tinha arrumado para incinerar quando o Inverno chegasse.
Para além disso, hoje fiz um arroz de coelho espectacular. Falam as mulheres que os homens não se sabem desenrascar sozinhos.....HAAA....Enquanto tiver o número de telefone do restaurante nunca havemos de passar fome. Ok, estava a brincar. Fiz mesmo um arroz de coelho divinal, a nossa filha só não gostou dos cogumelos que acrescentei. Foi por terra mais uma teoria que a minha mulher tinha em relação à preparação do coelho “...que tem que ficar temperado de véspera...que não se pode fazer quando está congelado....que tem que cozer pelo menos uma hora...que não se pode juntar água a meio da cozedura do arroz...” etc.. Cheguei a casa às seis da tarde, tirei o coelho do congelador, passou pelo micro ondas para descongelar um pouco, fiz o refogado, pus o coelho, joguei à bola com a nossa filha, pus os cogumelos e o arroz, fui jogar outra vez à bola, quando me cheirou a queimado acrescentei água e pronto. Deixei o tacho para a mulher a tardes lavar (não sei bem como, mas tenho confiança nela) e sobrou comida suficiente para os restantes jantares que faltam até ao regresso da minha mulher.
Para terminar, queria que ficasse escrito que a nossa filha às nove está na cama (ao contrário do que acontece quando a minha mulher cá está) que a cozinha está arrumada (excepto o tacho) que a nossa filha tem chegado a horas à escola (ao contrário do que acontece quando a minha mulher cá está) e que eu tenho chegado ao emprego à mesma hora que quando a minha mulher cá está, porque, depois de deixar a nossa filha na escola, tenho que voltar a casa para vir buscar algo que me esqueci de levar (na segunda-feira foi o bibe, hoje foi o leite, amanhã sabe-se lá....).

segunda-feira, setembro 27, 2004

As aventuras de um pai temporariamente solteiro.....(parte 2)

A minha sogra não desiste. Telefonou cá para casa durante a tarde (tendo assim a certeza que eu não estava) e tentou convencer a nossa filha a ir passar uns dias a casa dela. Mas eu já sabia a resposta “NÃO. Polque o meu pai depois fica sozinho.” – respondeu ela à avó. Não satisfeita, a minha sogra pediu para falar com a nossa mulher a dias (a tardes é mais correcto) para que ela lhe confirmasse que não houve instruções (da minha parte) para aquela resposta tão clara que a nossa filha lhe deu e que a deixou desolada (grande sorriso na minha cara devido à palavra DESOLADA). É óbvio que não houve qualquer tipo de manipulação da minha parte. Felizmente conheço a minha filha, e sei que ela prefere mil vezes ficar aqui comigo e com os seus amigos da escola e da rua, do que ir para a casa dos avós onde teria algumas dificuldades em poder brincar com crianças da sua idade (não porque elas não existam, mas porque as avós iriam monopolizar todo o seu tempo, como acontece sempre que lá vamos de fim de semana).
Mas a grande novidade do dia nem foi essa. A grande novidade do dia foi: ENTREI PARA O QUADRO DO GOSTEI. Finalmente. Já estava farto de estar sempre no famoso quadro do não gostei “Não gostei que o pai dissesse asneiras.” “Não gostei que o pai tirasse a cabeça às minhas bonecas.” Não gostei que o pai me assustasse no escuro.” Não gostei que o pai me tivesse comido o chupa.” Porra, que cambada de mariquices. Todas elas escritas, obviamente, pela mão da minha mulher acompanhado de um, mais que evidente, regozijo. Mas hoje vinguei-me. Hoje está lá escarrapachado no quadro do gostei: “Adorei muitíssimo e fiquei impressionada com a grande qualidade e a excelente organização do meu pai. Pois para além de ter brincado comigo assim que chegou (o que aliás faz sempre, excepto se a mãe o chatear para que ele a vá ajudar) FEZ BATATAS FRITAS PARA O JANTAR IIIIIIIIIIAAAAAAAAAAAA. Embora me tenha dito que para comer as BATATAS FRITAS tinha em primeiro que comer a sopa fez MUITAS BATATAS FRITAS, mas tive que comer também um bocadinho de tomate, mas COMI TODAS AS BATATAS FRITAS QUE QUIS E AINDA LHE PEDI PARA GUARDAR O RESTO PARA AMANHÃ. IIIIIIIIIIAAAAAAAAAA. A mãe nunca faz batatas fritas pois diz que fazem mal e OBRIGA-NOS a comer umas coisas esquisitas que não sabemos o nome mas que o pai chama sabemal e mixórdia de blargh. Mas o pai É O MAIOR. E no fim das BATATAS FRITAS comemos arroz doce que a vizinha velhinha nos veio dar porque sabe que o pai está sozinho e tem pena dele e disse que amanhã nos ia trazer uma especialidade dela para o nosso jantar. IIIIIIIIIAAAAAAAA (este iiiaaaa é do meu pai). O pai, depois de ela se ir embora, disse qualquer coisa sobre pena e a filha de velhinha ser boa, mas eu não percebi (embora tenha a certeza que se a mãe o ouvisse lhe dava um pontapé). Mas isso também não importa. O pai disse que ainda antes da mãe chegar vai fazer outra vez BATATAS FRITAS porque o raio da fritadeira que deram como prenda de casamento tem que ser rentabilizada- acrescentou ele. Ainda por cima eu durmo com ele pois, como ele dorme sempre com a mãe, não está habituado, como eu, a dormir sozinho e pode ter medo do lobo mau. Ele não se importa nada, pois diz que até adormece melhor a olhar para o que de mais espectacular existe na sua vida e que ao olhar para mim, a dormir tão tranquila, esquece tudo o que de mau se passou durante o dia, acabando por adormecer a pensar que, de tudo o que já fez na vida, nada, mas mesmo nada, chega perto do prazer de me ter como filha.”
É óbvio que, com tudo isto que ela me obrigou a escrever, ficamos sem papel e com o quadro completo. Amanhã vou comprar mais papel para colar no frigorífico porque tenho a sensação que amanhã vou, novamente encher o QUADRO DO GOSTEI.

domingo, setembro 26, 2004

As aventuras de um pai temporariamente solteiro.....(parte 1)

Começou hoje uma aventura que vai durar uma semana. Estou, durante uma semana, sozinho com a nossa filha. Até agora as coisas têm corrido bem, tirando alguns pequenos pormenores. Um deles foi ter passado a tarde toda a ver o raio da cassete do parvalhão do Marco. Sim, aquele desenho animado maricas em que ele tem saudades da mãe porque esta foi para a Argentina. Sim senhor, grande merda esta. Como se não bastasse o facto de me ter dito que eu estava proibido de lhe contar as histórias da noite “…e ponto final.” -acrescentou no fim. Assim, tive que aturar a história do desgraçado do Marco acompanhado por uns snifs… (sim, porque eu sou humano e também me emociono facilmente) o que me valeu é que ela me ia consolando: “Pai, não estejas assim poque eu tomo conta de ti.” De qualquer maneira (e porque creio que tenho que dar o exemplo) resolvi esconder o raio da cassete, pelo menos durante uma semana. Quanto à história da noite, isso é que é uma chatice, pois ela é tal como a mãe. Esta, se não lê algo quando se vai deitar, diz que não consegue adormecer. A mim basta-me que ela saia de cima de mim, ou de baixo, ou…., para simplesmente, me voltar para o lado e adormecer (agora que penso nisso, esta noite vou ter dificuldades em dormir. MERDA).
Continuando. A história da noite. Descobri finalmente porque é que ela nunca quer que eu lhe conte as histórias da noite. Porque, aparentemente uma vez, numa noite há muito tempo atrás, lhe contei uma história do Noddy e acrescentei uma bruxa má (exactamente a figura que mais a apavora, tal e qual como ao pai, o problema é que no meu caso ela existe). Também, as histórias do Noddy são tão sonsas que pensei que a inclusão de uma bruxa má (que por acaso era a mãe da namorada do Noddy) poderia trazer alguma realidade aquilo, mas aparentemente os miúdos de hoje preferem o mundo da fantasia (eu depois de ouvir o discurso da ministra da educação sobre o famoso trabalho manual, fiquei com algumas dúvidas sobre o que é a realidade e o que é fantasia, mas isso são outras histórias..). Bom, estou então proibido de lhe contar qualquer história antes de dormir. Aliás, depois do que se passou na biblioteca, penso que estou proibido de lhe contar histórias. O problema é que assim lhe custa adormecer (o facto da mãe não estar também deve ter alguma influência) de maneira que já tive, por várias vezes, que ir lhe dizer que já não são horas para andar a ver a roupa que ainda lhe serve ou não.
No meio de tudo isto, estou-me a esquecer de algo que realmente gostaria de esquecer. Telefonei para a bruxa má e atendeu-me o meu sogro, o qual me disse que eles estavam a pensar vir cá a meio da semana buscar a nossa filha. ISSO É QUE ERA BOM. NÃO BASTAVA ESTAR SEM A MINHA MULHER E AGORA TIRAVAM-ME A FILHA. TIVE UMA IDEIA, PORQUE NÃO FAZER O TRABALHO COMPLETO E TROCAR A NOSSA FILHA PELA MINHA SOGRA.
De qualquer maneira, para a minha sogra não dizer que eu nunca a deixo estar com a neta, o que é uma grande mentira (o que eu não deixo é a nossa filha andar de carro com ela a guiar) disse-lhe que isso dependia da nossa filha, mas que tinha a sensação que ela não ia querer ir. Eles insistiram em vir cá. Já telefonei para a minha mulher para que ela ponha juízo na cabeça deles. Ela, depois de se partir a rir durante cerca de 5 minutos (devido ao meu estado de pânico) disse que ia tratar disso. Quando perguntei à nossa filha o que ela achava da proposta dos avós, disse-me que não me podia deixar sozinho pois eu precisava dela para me ajudar a fazer a comida e a encontrar as coisas na casa. Sim senhor, eu a pensar que ontem à noite as duas se estavam a demorar mais do que o costume devido às despedidas, afinal a minha mulher devia era de estar a dar instruções à nossa filha, só assim explico, também, o facto de ela ter afirmado que eu nem pensasse em lhe escolher a roupa para vestir, pois ela já tinha tudo decidido. O raio do piolho, ainda há bem pouco tempo não se importava de andar sempre de fato de treino, agora olha para mim como eu olhava para a minha mãe, quando ela me queria obrigar a vestir camisas dos anos 60 na minha adolescência. Porra, um gajo sente-se velho.
Bom, amanhã as aventuras continuam, acabei de pôr a máquina de lavar roupa a funcionar e estou desejoso de ver se, afinal, eu tinha razão em relação à temperatura que as cores conseguem aguentar (o que é a vida sem um pouco de risco?)

domingo, setembro 19, 2004

A minha mulher e as tecnologias......

Chegou o dia em que ela decidiu ver as filmagens das férias, sinceramente, para além de estar estourado, não me estava a apetecer recordar o tempo em que as minhas preocupações se limitavam a perguntar o que se ia comer nesse dia. Onde podia dormir umas boas sestas. Em que me divertia a praticar o meu desporto diário (ver quanto tempo aguentava sozinho no quarto sem que elas se apercebessem) e outras coisas que só de pensar nelas me vêm lágrimas aos olhos. Para que ela não me chateasse disse-lhe “Bom, tenho que ser eu a ligar os fios porque tu não percebes nada disso”- funciona sempre: “Ai é. Pois agora é que eu não quero a tua ajuda para nada. Vai-te embora e deixa-nos sossegadas.”- gritou ela. Esta da psicologia invertida funciona tanto nela como na nossa filha (ela diz que é orgulho eu digo que é birra, qualquer dia falo sobre o seu famoso “orgulho”). Mesmo assim, passados alguns minutos e algumas asneiras depois, não resistiu: “Olha lá, onde estão os fios para isto?” primeiro pergunta. Lá fui eu. Depois de lhe indicar onde estavam os fios (que já estavam ligados à televisão) piro-me outra vez. “Olha lá e isto põe-se em que buraco?”- e vão duas. “Olha para os desenhos que isso tem.” – respondi. “Mas eu não percebo nada destes desenhos. Anda cá explicar-me como é que isto se faz.” A partir daí acabou-se o sossego e voltei a ser o monstro insensível que nunca explica nada e para quem ela, qual alma caridosa, deixa sempre a leitura dos manuais (como se eles depois de uma primeira leitura se auto destruissem) e mais uma série de outras coisas que me levaram à conclusão que sexo nesse dia, só em sonhos. Bem me esforcei a dizer-lhe que, desde que comprámos a câmara (há quatro anos) já por diversas vezes lhe expliquei (não tenho a certeza mas penso que foi uma vez) como é que se fazem as ligações à televisão e que não tenho a culpa que ela esteja sempre na cozinha quando eu lhe estou a explicar essas coisas. Mais uma vez fiz o meu papel de bom marido e expliquei-lhe o óbvio. Mas ficou contente? Ficou novamente com vontade de ter relações comigo? NÃO. Porque o estúpido insensível (eu) quando explico as coisas é sempre de forma a que ela nunca as perceba. Pois. É CLARO QUE FAÇO DE PROPÓSITO, EU NÃO GOSTO DE CORRER O RISCO QUE ELA ME ESTRAGUE AS MINHAS COISAS QUE EU TANTO GOSTO. COMO É QUE ELA QUER QUE EU TENHA CONFIANÇA NELA SE A PRIMEIRA VEZ QUE AGARROU NA CÂMARA O FAZER ZOOM PARA ELA CONSISTIA EM ANDAR PARA A FRENTE E DEPOIS RECUAR.
Ok, já estou mais calmo. Continuando. Desconfio que, mais uma vez, me encontro perante algo que só posso considerar um defeito genético que afecta as mulheres da família dela. A mãe comprou há dois anos uma câmara de vídeo e até hoje só consegue filmar tectos, chão e paredes. Aliás, foi recentemente passear com um irmão à Sicília (a alegria do meu sogro quando ela lhe disse que queria ir sozinha comoveu-me) e quando voltou insistiu em nos mostrar as filmagens. Penso que nunca irei à Sicília, pois para além do chão só ter pedras, todas as paredes que eu vi estão cheias de rachas, para além disso as mulheres de lá nunca ouviram falar em cremes faciais para tratar a pele. Bom, admito que possa ter sido influenciado pelo excesso de zoom, mas..... Com antecedentes destes como é que eu posso ter confiança nela. É claro que a câmara é MINHA, é claro que o computador portátil é MEU, é claro que a máquina fotográfica digital é MINHA, mais ainda pela dificuldade que eu tive em convencê-la da necessidade que havia na sua compra (felizmente encontrei uma boa promoção no dia em que ela fez anos).

quarta-feira, setembro 15, 2004

As chatices que a minha filha me dá……

Como se não bastasse a mãe, ainda tenho as mariquices da minha filha para aturar. Entrou na fase da Barbie. É o fato de treino da Barbie, é o guarda-chuva da Barbie, é a mochila da Barbie, é a bicicleta da Barbie, é a grandessíssima bosta de elefante conjugada com a merda de uma baleia azul com uma valente diarreia, do DVD da Barbie e é sei lá mais o quê, que os cabrões que tem o exclusivo dessa boneca da qual não existe um palavrão suficientemente forte para ela (estava a pensar nalguns cozinhados da minha mulher, mas porra, não é preciso exagerar e estar sempre a falar do mesmo) se lembram de inventar. A única coisa boa que as bonecas da Barbie têm é que as cabeças são arrancadas facilmente.
No inicio da semana fomos à biblioteca, ofereci-me para lhe ler o que ela quisesse, enquanto abanava, à sua frente, o livro da Branca de Neve e os Sete Anões, mas ela descobriu um livro da Barbie. Eu disse-lhe que só lia o livro da Barbie depois da história da Branca de Neve (há que dar consciência política à moça) e assim foi. Bem se borrifou ela para a consciência política da história: a exploração da classe operária (os anões) pelo grande capital (a Branca de Neve) exploração essa mantida graças à ilusão de que o grande capital, um dia, lhes dará o prazer que eles desejam (nota mental: não ler crónicas do Luís Delgado antes de contar histórias infantis pois essas fabulosas crónicas provocam-me - para além da óbvia vontade de rir – alguns exageros no meu sentido de humor). Bom, quando passei para a história da Barbie, bem que tentei dar uma versão diferente da merda que lá estava escrita:”A Barbie é sempre a mais bem vestida de qualquer festa.” BLARGH. “A Barbie é uma burguesa que obriga meninos pequeninos a fazerem todos os seus vestidos e enquanto ela vai para as festas, os meninos ficam sozinhos e a chorar porque a Barbie nunca os deixa brincar.” – digo eu. “E os meninos fazem vestidos muito bonitos”.- afirma ela. E assim foi até ao final da história, eu a inventar coisas horríveis da Barbie e ela a ouvir só o que lhe interessava (feitio da mãe). Isto deve ter algo a ver com o facto de ela nunca querer que seja eu a contar-lhe histórias na hora de ir para a cama.
“Então o que é que queres para os teus anos?”- pergunto eu. “Um prato da Barbie.”- responde ela. “E para o Natal?”- volto a perguntar. “Um copo da Barbie.”- responde. “Ok e para o ano, nos teus anos, dou-te o garfo da Barbie e no Natal dou-te a colher. Pode ser?” – continuo eu, que esta merda da mania da Barbie não pode ter só desvantagens. “Está bem. Mas não te esqueças da faca da Barbie.”- diz-me ela. “Ó filha não sejas garganeira senão não levas nada.” – finalizo eu. “E quem é que tu queres convidar para os teus anos?”- pergunto. “A avó mais o avô mais……. e ……. mais …. e o meu namolado.”- diz ela. O NAMORADO. Porra, eu com a idade dela só gostava das miúdas porque tinham cabelos compridos que davam para puxar. Agora ela, desde que foi o ano passado para a pré-primária, só fala no namorado. Que raio de hormonas é que o leite de vaca tem agora para dar isto? Aqui há uns dias ouvia-a a cantar, com o ritmo que herdou aqui do pai, algo de parecido com os Tribalistas: “Já sei namolal. Dal beijinho na língua. Já sei namolal.” A parte do namorar já começo a estar habituado, agora aquela coisa da língua. Mas o que é isto? Ainda por cima, para além do DVD da Barbie, o seu vídeo preferido é o do nosso casamento, nomeadamente a parte em que nos beijamos, onde ela fica (estranhamente para a idade dela) emocionada. Querem ver que afinal tenho que comprar mais cedo o cinto de castidade que só tinha previsto para quando ela fizesse 12 anos?

segunda-feira, setembro 13, 2004

As coisas boas da vida a dois....

Uma vez que posso ser mal interpretado, devido à minha visão imparcial da vida de casado, hoje resolvi falar sobre as coisas boas do casamento e das qualidades da minha mulher. Assim, após muita pesquisa a todos os recônditos da minha memória resolvi fazer uma lista, das qualidades da minha mulher e das vantagens da vida a dois.

Dez coisas que admiro na minha mulher:
1- Nunca se cansa de me dizer qual o sítio correcto das coisas.
2- Está sempre disposta a partilhar comigo o seu mau feitio.
3- Nunca se queixa da comida que eu faço.
4- Não se cansa de falar da minha barriga (penso que é um fetiche)
5- Raramente tem que ter o trabalho de mudar os canais da televisão.
6- Comprou-me uma playstation quando fiz 34 anos.
7- Acorda sempre bem disposta (quer tenhamos ou não tido sexo)
8- Não se cansa de dizer que a nossa filha tem o meu sentido de humor (embora diga isso de uma forma um pouco triste...????)
9- Nas nossas discussões, encontra sempre argumentos para provar que ela é que tem razão (mesmo quando a discussão é sobre a sua mãe)
10- Diz que é feliz comigo.

Dez coisas que admiro na vida a dois (agora a três):
1- Temos sexo semi-seguro (o semi resulta do facto da idade já tornar perigosas certas habilidades).
2- Temos sempre alguém que não se importa de encostar os seus pés gelados ao nosso corpo quentinho nas noites frias de Inverno.
3- O facto de termos passado a compreender melhor (e a admirar) os nossos pais depois que a nossa filha nasceu.
4- Nunca, mas mesmo nunca, faltam assuntos para discutir (política, religião, educação, meias sujas, cor da roupa, etc..) Um autêntico boião de cultura.
5- Temos sempre alguém que nos chama a atenção (geralmente com um pontapé) quando estamos distraídos a olhar para outros seres humanos (que por acaso nos atraem o olhar e nos distraem de outras coisas importantes, como por exemplo de..........perdi-me.)
6- O facto de não precisarmos de sair de casa para falarmos com o nosso melhor amigo.
7- Sempre que desejamos ficar sozinhos basta mostrar o vídeo do nosso casamento às nossas visitas (excepto se forem os nossos país, aí ficam eles sozinhos).
8- Temos alguém que faz quase sempre o que lhe pedimos (é óbvio que estou a falar da nossa filha)
9- Quando um está em baixo o outro tem a consciência de que pode ainda deixá-lo pior.
10- O poder que juntos temos de enfrentar qualquer merda que nos apareça na vida.

quinta-feira, setembro 09, 2004

As Chantagens……

Quando elas querem que nós façamos algo que não estamos com muita vontade de fazer, vem a chantagem (embora ela diga que não, que nunca faz chantagens comigo, pois, e a minha mãe também sempre disse que a queria como nora). Qual é então a sua última chantagem? Fez uma promessa de ir a Fátima a pé, caso a gravidez lhe corresse bem. Bom, a nossa filha vai fazer quatro anos e ela acha que é altura de cumprir a promessa. E o que é que eu tenho a ver com isso? À partida nada, pois para além de ser ateu, a perspectiva de queimar as minhas reservas de gordura para o Inverno que se aproxima, não me agrada nada (com o preço a que está o gasóleo, para o aquecimento da casa, é bom estarmos preparados com uma boa camada de gordura protectora). Mas, como sou casado com ela tenho que aguentar certas coisas. Assim, resolveu ir este fim-de-semana “pagar” a sua promessa, sendo o ponto de partida a casa da sua mãe (que fica a 30 Km de Fátima). O problema é que não me apetece, este fim-de-semana, fazer três horas de viagem, só porque ela resolveu que era este o momento adequado. Deve ter recebido uma mensagem divina. Agora que penso nisso, se calhar o que eu ouvi esta noite não era a libertação de gazes intestinais, mas sim um chamamento superior (pensei que fossem gazes porque o jantar tinha sido oqueéqueéisto e sempre que assim é ocorre uma revolução intestinal na família).
Continuando. O problema é que ela precisa de alguém que a vá buscar depois da caminhada. Na mãe não confia (nem é preciso dizer a minha opinião) e embora os meus pais se tenham oferecido para lá ir buscá-la, isso iria criar (mais) fricções entre comadres. Quem é que sobra? Pois, o ateu que casou com ela. Já lhe disse que os juros da promessa davam para ela ir e voltar a pé desde a nossa casa, ela diz que a promessa nunca teve data marcada e que o ponto de partida foi sempre a casa da sua mãe. Eu respondo-lhe que na próxima promessa eu vou com ela, se o ponto de partida for o nosso quarto e o ponto de chegada a nossa cozinha (ia dizer a casa de banho, mas é logo ao lado) e aí começou a chantagem: “Se fores comigo o fim-de-semana, para depois me ires buscar, vou eu à reunião dos pais do Jardim-de-infância.” Reconheço que ela sabe fazer as coisas. Bem lhe tentei explicar que uma coisa não tinha nada a ver com outra, que fico intimidado no meio de tanta mulher (principalmente porque a minha vizinha ia lá estar) mas nada adiantou e lá fui. A reunião estava marcada para as 20.00h, e aqui o parvalhão que tem a mania de ser pontual teve logo que apanhar uma seca de 20 minutos, o que deu para pensar em pelo menos mais 5 artigos para pôr aqui, mas que garanto, não seriam nada abonatórios para a minha cara-metade. Começaram então a chegar as mães e pais dos colegas da nossa filha e lá nos sentamos. Obviamente que entre o sentar e o começar passou mais uma carrada de tempo. Tive a sensação de estar num galinheiro, havia as galinhas emproadas que cacarejavam por tudo e por nada e que no fundo diziam sempre o mesmo: “ESTOU AQUI. OLHEM, CÁ ESTOU EU. OLHEM EU AQUI.” As galinhas subservientes: “OLHEM PARA ELA. EU SOU AMIGA DELA. OLHEM COMO ELA DIZ COISAS ENGRAÇADAS. EU SOU AMIGA DELA.” As peruas que, como não conseguiam cacarejar com a mesma força das galinhas emproadas, se passeavam mandando um GLUGLUGLU de vez em quando para tentar tirar algum protagonismo às galinhas. E depois estavam os patos (como eu e mais algumas mulheres e homens) que só pensavam em fazer canja daquilo tudo. Felizmente lembrei-me de dizer. “Desculpem, mas podemos começar, é que daqui a pouco vai começar a novela.” Foi o suficiente para o cacarejar parar e pôr as galinhas a olhar para mim como se fosse uma delas (o que não foi lá muito lisonjeiro).
Bom, lá acabou a reunião e venho para casa. Quando entro, já ela tinha deitado a nossa filha e……hummm…….. Porra é sempre a mesma merda………… Será que as coisas que dizemos durante o sexo são vinculativas?

quarta-feira, setembro 08, 2004

O sexto sentido da minha mulher…..

Existe sempre aquela áurea de mistério em volta do famoso sexto sentido das mulheres. Parece-me a mim que este sexto sentido é uma grande fantochada. O que eu descobri sobre o mesmo é do tipo: “Tenho a sensação que algo de terrível vai acontecer.”- diz ela muita alarmada e com um ar de quem acabou de sair de um transe horrível (já pensei em montar um negócio de cartomante). Depois basta que um copo caia ao chão, ou que apareça o Paulo Portas na TV para ela vir “Vês? Eu não te disse que hoje algo ia acontecer.” Pois. Já com a mãe é a mesma coisa. Nunca conheci pessoa mais negativa que a sua mãe (por afinidade, e só por isso, a minha sogra) para ela algo de horrível está sempre por acontecer e é óbvio que todos os dias algo de terrível acontece, ou ela faz anos e tenho que falar com ela e desejar-lhe muitos anos de vida, ou passou mais um dia e não recebi o IRS, ou a prevenção dos incêndios era aquilo que eu, infelizmente, já esperava (ei se calhar também sou vidente) ou o benfica não ganha o campeonato, ou continuam a brincar com a vida das pessoas (dos professores, por exemplo) ou o Bush continua a dar material para o Daily Show, etc.. Certa vez estávamos a ver na TV o Santana Lopes a falar sobre uma treta qualquer quando ele fazia os comentários para a RTP1 com o Sócrates. Vai daí a minha sogra disse: “Gosto deste homem. Homens destes é que deviam governar Portugal. Este sabe o que quer e com ele ninguém brinca.” Respondi que, felizmente, as possibilidades de ele, um dia, chegar a mandar eram muito limitadas e que por isso podíamos ficar descansados. “Não. Estás enganado. Tenho a sensação que ainda vai haver um dia em que ele vai mandar neste país.” Continuou ela. Confesso que senti uns arrepios estranhos a percorrerem-me o corpo, mas pensei que isso se devia apenas ao facto de estar demasiado perto dela e de inadvertidamente lhe ter tocado num dos seus seios, bbrrrrrrrrrr. Afinal, agora vejo que isso apenas me causou uma estranha vontade de estar constantemente a lavar (durante uma semana) a pequena área de pele que teve esse horrível contacto. É por causa destas coisas que a minha sogra ganhou a mania que o seu sexto sentido lhe dá poderes de vidente. Uma maldita noite, para tentar fazer com que ela perdesse essa mania, disse-lhe que afinal não era assim tão boa, pois, no dia em que me casei, não me disse nada sobre as terríveis coisas que me esperavam. Foi o que bastou para ouvir da minha mulher “Pois eu agora acabei de ter a sensação que vais te arrepender amargamente do que acabaste de dizer”. Logo acompanhado de um pontapé nas canelas e de duas noites a dormir no sofá e de um mês sem comermos fora (ou seja, a ter que comer tudo o que ela fazia, senti-me como se estivesse numa dieta forçada, durante o dia fingia que comia e à noite às escondidas ia comer pão e beber leite). Nunca a minha mulher teve tanta razão nos seus pressentimentos como dessa vez. A partir daí sempre que a minha sogra diz uma baboseira qualquer aceno sempre que sim com a cabeça.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Os seus rituais…..

Quando começamos a viver juntos já ela trazia pequenas manias às quais nunca dei muita importância, convencido, na minha ingenuidade (também pensei que Santana Lopes e Paulo Portas nunca iam governar Portugal) que com o tempo isso ia passar. Mas com o tempo foram criando raízes e dando origem a outros. O que eu pensava que era uma experiência culinária passou a ser a sua sobremesa habitual (a que eu, carinhosamente, dou o nome de mixórdia) e que consiste numa mixórdia de frutas misturadas e colocadas dois minutos no microondas até ficar uma papa com um cheiro parecido ao de um atleta depois da maratona (depois queixa-se que eu e a nossa filha nunca lhe fazemos companhia quando ela está a comer a sua sobremesa). Depois da sobremesa não pode falhar o chá, quer estejamos no Inverno ou com 40ºC, aí de quem puser em causa este seu ritual, fica pelo menos três dias sem sexo devido ao amuo.
Pequeno parêntesis: Os amuos delas…. tentem evitar ao máximo que a vossa mulher/companheira/namorada fique amuada, pois amuo é igual a privação sexual e muito cuidado porque elas ficam amuadas pela mais pequena mariquice (um inocente e puro olhar babado para o peito de outra mulher é o suficiente, como se não fossem as comparações que fizeram a nossa sociedade evoluir). Tenho que tentar manter a máxima discrição quanto na Primavera e no Verão saio à rua com ela (ok, admito que também no Outono e no Inverno) até porque as nódoas negras causadas pelos seus pontapés também me causam incómodos. Porque raio é que elas são assim tão sensíveis? Se ela olhar para um homem e o gabar não é por causa disso que eu deixo de querer sexo com ela (basta-me imaginar que ela é outra e pronto). Somos tão simples. (ui, os comentários que este parágrafo vai originar….)
Continuando. Na altura de ir para a cama vem um dos rituais que mais me chateiam, ok eu tenho que admitir que as mulheres têm certos problemas que os homens dificilmente alguma vez terão (nunca me esqueço do seu esforço e das dores que teve no parto da nossa filha, é algo que me emocionou e pelo qual tenho uma admiração sem limites, sinceramente, depois do que vi, não sei se eu pensaria alguma vez em ter outro filho, mas ela, ainda no dia do parto, disse-me: “Dizem que no segundo custa menos.”). Eu entendo que as varizes são uma chatice, por isso compramos um colchão (bem caro e bem duro) que, diziam, iria atenuar os seus problemas. Por isso está em tratamentos de acupunctura, os quais lhe parecem estar a fazer maravilhas, mas, habitou-se a dormir com uma almofada (não é bem uma almofada, mas sim várias) debaixo dos pés para melhorar a circulação, até aqui tudo bem, o problema é quando, no Inverno, devido à altura das malditas almofadas, acordo destapado porque os lençóis e cobertores não chegam para me cobrir e embora ela própria admita que provavelmente já não precisa das almofadas para nada, uma vez que até acorda de manhã com as almofadas todas no chão (graças aos chutos que lhes dou enquanto ela está a dormir) e sem dores nenhumas, não adianta, as almofadas vieram para ficar. Começo a perceber porque é que alguns casais dormem em camas separadas. Outro ritual, que eu também tenho, é o de fazer da casa de banho uma biblioteca. Consegue ficar meia hora sentada na retrete a ler um livro. Porra, eu ainda não descobri um livro que fosse tão interessante que me fizesse esquecer as dores nas pernas que me aparecem passado cerca de dez minutos. Ela diz que é devido à falta de ginástica, eu respondo que a prática de sexo equivale a 20 minutos a correr e que segundo o meu médico eu precisava de correr todos os dias (ok, estou a exagerar. Não estou assim tão gordo que precise de tanta ginástica). Finalmente, o melhor para o fim. As suas corridas matinais. Sim, todos os dias (faça chuva ou sol, calor ou frio) tem que ir correr, porque senão fica embirrante, diz ela (sinceramente não vejo qualquer diferença quando ela vai correr e quando, por razões muito sérias, não vai. A embirrice está sempre presente.) e o que é que isso me faz? Bom, faz que, quer seja dia de trabalho, férias ou fim de semana, a MERDA DO SEU DESPERTADOR tem que tocar. Durante os dias de semana é às 6.00h durante o fim de semana e nas férias é às 9.00h. Já lhe disse que, segundo uma advogada nossa amiga, isso é mais do que justificação para divórcio, mas ela está-se a borrifar, diz que eu nunca ia encontrar ninguém que me aturasse como ela me atura (porra, quando ela diz isto fico sempre sem palavras, ainda não percebi se é por ela ter razão ou por dizer isso e depois me dar um beijo apaixonado). Já tentei alterar as horas do despertador mas a partir daí passou a ser o despertador e o telemóvel. Se depois de ela acordar eu pudesse ficar sossegado, eu ainda podia aguentar, mas não. A sua delicadeza ao abrir estores, portas, armários, gavetas, tomar banho, CANTAR DURANTE O BANHO, etc. é muito semelhante à minha quando a mando calar “SE FOSSES FAZER BARULHO PARA O #$%&~# DA %&##$%. @#$%#% DE MULHER QUE ME CALHOU. CALA-TE E DEIXA-ME DORMIR EM PAZ. &%$#$#$ E $%@#$##”.