quinta-feira, janeiro 27, 2005

Acordo de educação de uma filha....

Cláusula número 1- Se a filha chorar durante a noite será obrigação da mãe levantar-se. Pois, como se está sempre a queixar que o pai não a deixa dormir com o ressonar, assim como já está acordada, não há necessidade de incomodar quem dorme o sono dos justos.
Cláusula número 2- A mãe fica sempre encarregue de escolher a roupa da filha, pois estou farto de ouvir comentários e risos histéricos quando sou eu que decido o que ela vai vestir. Da minha mulher ainda aturo, agora de perfeitos desconhecidos com que me cruzo na rua, é que eu não admito.
Cláusula número 3- Sempre que o pai faz algo de mal relativamente à filha, lava-a mal, penteia-a mal, etc. Se a mãe se queixa, passa automaticamente a ser ela a responsável por essas tarefas e vice-versa.
Cláusula número 4- Qualquer doce comprado com o dinheiro ganho pelos membros da família, são, por direito, de qualquer membro da mesma família, não interessando para este assunto qualquer questão de estética corporal, ou discussões paradoxais sobre o mal que os doces fazem e eles serem só para a nossa filha.
Cláusula número 5 - O quadro do não gostei só deve ser utilizado pela nossa filha e por mais nenhum membro da nossa família, pois assim funcionará como um incentivo para que a nossa filha aprenda a escrever rapidamente e evita ainda que tenhamos que tapar o mesmo sempre que temos visitas, por nele estarem escritas asneiras ALEGADAMENTE ditas pelo membro que se encontra em minoria sexual.
Cláusula número 6 – Qualquer animal de estimação que já exista ou que venha a ser comprado para a nossa filha, passará imediatamente para a lista dos dispensáveis da família, pois o pai está farto de limpar a merda que o gato faz, sem que tenha sido escutada a sua opinião sobre a aquisição do mesmo.
Cláusula número 7- Qualquer descanso após o almoço, aos fins de semana, que a nossa filha tenha necessidade, será gerido única e exclusivamente pelo pai, o qual se encarregará de zelar pelo sono profundo e sereno da mesma, necessitando para isso, de a acompanhar em todo esse processo. Caso exista a birra de dizer que não tem sono, a mãe não deve interferir no processo dizendo que a moça já não tem idade para fazer sestas, porque nisso de fazer sestas, o pai é que é o especialista.
Cláusula número 8- Qualquer queixinha feita pela nossa filha ao outro membro feminino da família, deve ser avaliada em conselho de família, e não deve ser logo assumida a culpa do membro masculino, sentindo o mesmo que existe uma perseguição sexual bastante explicita.
Cláusula número 9- O facto de a nossa filha apresentar dores de barriga às horas das refeições não é porque ela está doente, mas sim porque ela não quer comer. O facto de ela querer comer outras coisas (doces) é prova suficiente disso. Pelo que o aceitar desta cláusula evita muitas discussões à santa hora das refeições (até porque se fosse depois de comer, eu ainda acreditava, com as mixórdias que somos obrigados a ingerir. Mas se eu sou obrigado a comer, ela também o é).

Volto a repetir que se trata de um primeiro esboço ainda muito incompleto, pelo que será natural que, de vez em quando, apareçam neste blog, novas propostas de cláusulas. Qualquer sugestão da vossa parte será também, bem vinda. Desde que não menospreze o papel do sexo masculino na educação dos filhos.

quarta-feira, janeiro 26, 2005

A Educação de Rita....

Pois, isto de ser responsável pela educação de um ser humano, é a tarefa mais importante da minha vida. È algo de terrivelmente assustador, principalmente pelos antecedentes que eu tenho nesta área, ou seja, até hoje, a tarefa de educar a minha mulher tem falhado redondamente, o que provoca em mim alguma insegurança no que diz respeito à educação da minha filha, sobre a qual irei aqui falar.
Como se educa uma criança? Bom, existem montes de livros que falam nisso, e que nós comprámos assim que a nossa filha nasceu. Mas com o tempo esses livros deixaram de ser abertos. Pensámos que dávamos uma má imagem ao fazer uma pausa para ir procurar nos livros o que fazer quando ela fazia asneira. Era do tipo: “Fizeste o quê? Puseste a tua boneca dentro da sanita e puxaste o autoclismo? Espera um bocadinho que eu tenho que ir ali ver uma coisa num livro.” É claro que isto não podia continuar, sim, porque enquanto íamos tentar procurar nos livros: “Bonecas na sanita” ela aproveitava para despejar mais uns brinquedos lá para dentro. Assim tivemos que deixar os livros de parte e seguir a nossa intuição. E aí começaram os problemas, porquê? Porque os homens e as mulheres têm intuições diferentes. Antes dela nascer tínhamos discussões relativamente espaçadas no tempo. Desde que ela nasceu o tempo parece que encolheu. Isto porque o número de discussões, sobre a melhor forma de educar a nossa filha, aumentou exponencialmente. Porque raio é que a moça, quando tem que ser castigada, tem ainda que levar uma seca enorme sobre os porquês de tudo e mais alguma coisa. Porra, não basta o castigo? Tem ainda que ser torturada com seca? Não basta dizer “Fizeste isto mal e por isso estás castigada.” Não. Tem que se sentar, parar de chorar e depois levar com uma conversa que, segundo a minha intuição, não é muito apropriada para quem ainda só tem 4 anos. Depois dos longos minutos de seca, é que vai para o castigo, ao qual ela obviamente se opõe, pois deve pensar, como eu, que o castigo foi a seca que levou. Aí de mim que fale sobre isso, senta-me, e dá-me uma seca que, eu pessoalmente, considero muito pouco apropriada para a minha idade. Por outro lado, se me calha a mim a educação, é porque sou muito rígido e pouco humano, e não tenho em conta as necessidades da criança e a sua criatividade. Olha que grande porra, se eu é que sofro com essa suposta criatividade, penso que tenho todo o direito de exercer o meu papel de crítico, principalmente quando isto implica aumentar o nº de horas pagas à “mulher a tardes”, por a nossa filha ter resolvido mudar a cor do chão do quarto, utilizando para isso cremes, sabonetes e champôs. Penso que em vez de existirem acordos pré-nupciais deveriam de haver acordos sobre a forma de educar os filhos, pois quase sempre estamos em desacordo. Já estou a escrever um desses acordos, para ver se ela o quer assinar, o qual ainda não está completo, mas que mesmo assim irei aqui mostrar muito em breve.
Já agora, o facto de ter colocado como título a este artigo o nome de uma pessoa, tal não quer dizer que o mesmo seja o nome da nossa filha. Trata-se apenas de um pequeno trocadilho com o nome de uma peça, que depois deu origem a um filme (isto é só para verem como sou um gajo culto e que sabe fazer pesquisa na net). Por outro lado, também poderia fazer isto para vos baralhar e afinal a nossa filha realmente se chamar Rita. Mas como sou um gajo simples, essa porra pode simplesmente não querer dizer nada. No entanto, se realmente a minha filha se chamasse Rita o trocadilho até tinha mais piada. Por outro lado, como este blog não tem nada de intelectual, podia aproveitar este trocadilho apenas, para colocar este blog ao nível de tantos outros blogs intelectuais que por aí há. Por outro lado já me está a doer a cabeça com tudo isto e já não sei como se chama a minha filha ou se eu até tenho alguma. Por isso…..pensem o que quiserem, quero lá saber.

domingo, janeiro 23, 2005

Curtas da vida de casado......

As desvantagens de ser o ídolo da minha filha:
- Não dês beijinhos ao pai que ele é só meu.
- Não és tu que me vestes, é o pai. Tu não me sabes vestir.
- Não és tu que me lavas a cara. É o pai, porque tu não sabes.
- Não és tu que me fazes o pequeno-almoço, porque tu não sabes.
- Bom, se eu não sei fazer nada, vou correr. – responde a mãe, enquanto vai buscar as sapatilhas.
- Não vais nada, porque tu não sabes. Quem vai correr é o pai. Não é Pai? – responde-lhe a nossa filha, enquanto eu fico a pensar se aquilo era algo de combinado entre elas, ou se é uma prova do exagero a que chegou o seu fascínio por mim.

Domingo de manhã:
- Pai, acorda. Anda ver o que eu fiz. - grita-me ela cheia de orgulho.
- Deixa-me dormir, estou cheio de sono - respondo-lhe eu, enquanto amaldiçoo o dia em que ela aprendeu a abrir os estores.
- Já é de dia. Tens que acordar. Vá, anda ver o que eu fiz.
- Poça. Quero dormir.
- E se eu te bater com este livro, levantas-te?- diz-me, enquanto esgrimia o meu livro de cabeceira sobre mim.
- Não sei quem é que te anda a ensinar essas coisas, mas se bateres com o livro na mãe, levanto-me.
- Se esse livro me toca, ficas o dia inteiro na cama. – responde a má disposta da mãe, não sei se a mim ou se à nossa filha. A mim não devia ser porque aí não era castigo.
- Vá anda. Mas tens que ter os olhos fechados. – continuou o único despertador que me acorda bem disposto.
- Não te preocupes com isso. – respondi eu, com os olhos fechados de sono enquanto me dirigia para o seu quarto.
- Olha. Não está bonito? - diz-me ela em cima da sua cama toda arranjadinha.
- Tens uma almofada nova?
- Não. Não vês o que é? Fiz a cama sozinha. – grita-me ela frustrada.
- A cama estava desmanchada? Poça, está muita gira. Aposto que não consegues fazer o mesmo à cama do pai.
- Consigo pois. Queres ver?
- És um explorador de crianças. – diz mais uma vez a mal disposta da mãe.
- É para não me sentir tão mal por ela me ter acordado. – respondo eu enquanto me deito na cama da nossa filha e tento aproveitar os prováveis longos minutos que ela iria perder a fazer a nossa cama.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Os ciúmes....

Ter ciúmes parece ser algo de natural nas mulheres. È isso e a engonhice. No caso da minha mulher isto dos ciúmes até não é algo de muito sério. Ou pelo menos, isso é o que ela diz. É óbvio que ela tem todas as razões para ter ciúmes de mim. Porra, sou um gajo jeitoso, espirituoso, generoso, amistoso, amoroso, e mais uma série de qualidades que me recuso a anunciar aqui, pois essencialmente a minha maior qualidade, é a modéstia. È mais do que normal que ela sinta ciúmes. Ainda por cima as mulheres não me largam. Parece que tenho mel. Ela diz, que isso se deve ao facto de eu dar formação, essencialmente a mulheres, e a avaliação das mesmas depender de mim. Eu respondo-lhe que não vale a pena tanto ciúme, que eu nunca a deixaria por alguém que ganhe menos que ela. Seja lá como for, isto dos ciúmes por vezes, tem o seu lado negativo, pois sempre que olho para as belas moçoilas que povoam este Alentejo, tento partilhar com o meu melhor amigo estas belas visões, o problema é que o meu melhor amigo confunde sempre esse seu papel, com outro por ele desempenhado, que é o de ser a minha mulher. Porra, está sempre a queixar-se que eu nunca falo com ela, que nunca partilho as minhas coisas mais intimas (como se as hemorróidas se pudessem partilhar….) que tenho que ser mais espontâneo na minha vida, etc.. Depois, quando me surge a espontaneidade, vêm também dores que me podem, segundo provas médicas, provocar-me a esterilidade. Nunca está satisfeita com nada do que eu faço. Qual o mal em partilhar com o meu melhor amigo a beleza, a feminilidade, e o encanto que existe nas belas moçoilas que me invadem os olhos? Porra, eu não assobio, nem mando piropos. Limito-me a elogiar o que me parece sexualmente atractivo, como qualquer macho faz, nada mais. Antes que comecem para aí a preparar o teclado para me chamarem machista, deixem que vos diga que, quando é o contrário, sim, porque ela também gosta de elogiar os putos malcheirosos e maltrapilhos e feios que nem bodes e malfeitos, eu sou bastante tolerante. Limito-me a levantar um pouco a camisola, para que ela veja o meu belo corpo escultural de Deus Grego, em comparação com o corpo enfezado, raquítico e magricela deles (sim, eu sei que são sinónimos, mas eu quero que fique bem vincado que o meu corpinho de Deus Grego, não tem comparação com o desses jovens esqueléticos que por aí andam). Se isso não for suficiente, deixo o resto para quando chegar a casa, onde lhe mostro que as minhas qualidades não são comparáveis com as de qualquer outro. Como é que faço isso? Mostro-lhe as minhas fotografias antigas de puto enfezado e esquelético, que ela conheceu, e depois dispo-me todo. É o suficiente para ela começar a chorar (obviamente que de alegria) e eu volto-me a vestir orgulhoso, por mais uma vez, ver o quanto ela me adora.
Já agora, e para não ficar mal. Eu volto-me a vestir, porque não gosto de me aproveitar da sua emoção. Penso que não seria muito ético da minha parte, aproveitar-me do facto de estar, nesse momento, a ser endeusado por ela.

terça-feira, janeiro 18, 2005

O humor da minha mulher.....(parte 2)

Um homem como deve ser, tem que saber agradar a sua mulher e nada melhor para isso do que a fazer rir, até para tentar disfarçar os momentos de tensão existentes cá em casa. Sei lá, algo como ela ficar trancada lá fora ao frio, porque, mais uma vez, se esqueceu das chaves de casa dentro da casa. Só porque um gajo demorou mais tempo que o que ela considera normal, na casa de banho (isto dito por quem, sempre que vai à casa de banho, fica mais tempo na sanita que o Santana ficou no governo) e que por isso não lhe pode ir abrir logo a porta. Ainda por cima cometi o pecado de me rir dos seus espirros constantes.
Bom, mas deixemos isso e vamos ao que interessa. Como tenho que manter sempre a minha mulher satisfeita, para que ela não se dê conta das minhas batotices com as tarefas domésticas, e também porque uma mulher satisfeita, é uma mulher que quer sexo, nada melhor do que a fazer rir. Eis então, e sem mais demoras, o top eleven (só para ser original) das frases que mais fazem rir a minha mulher (se quiserem podem-nas usar sem referenciar a fonte, se graças a elas tiverem sexo, fico com o sentimento de dever cumprido):

* Faz-me um favor, toma a tesoura e corta-me as unhas dos pés.
* Acho que emagreci uns quilitos (se disser gramas também funciona)
* Hoje estou demasiado cansado para te ajudar nas tarefas.
* O facto de eu ser o teu marido não me obriga a ter que te aquecer esses pés gelados, principalmente quando já estou a dormir.
* Já vistes que consegui jogar à bola com os putos e aguentei todos os dez minutos sem desistir? (se depois desmaio, com o cansaço, fica meia-hora a rebolar-se no chão a rir)
* Como é que tu consegues manter esse sorriso depois de falares com a tua mãe?
* Não acho que estejas a dar um bom exemplo ao me chamares gordinho à frente da nossa filha.
* Olha para mim todo nu e pronto para a farra.
* Já viste como a nossa filha está linda com a roupa que eu lhe escolhi?
* Sexo? Hoje não. Estou cansado.
* Como é que uma mulher inteligente como tu foi casar com um gajo bonito como eu?

segunda-feira, janeiro 17, 2005

O humor da minha mulher....

Sempre que a minha mulher tenta fazer humor acontecem duas situações. Ou eu caio a rir no chão que nem um perdido, ou fico a olhar para ela à espera da parte engraçada que nunca surge. Nesta última situação ela acaba sempre por me chamar nomes aos quais eu acabo sempre por achar uma piada enorme, não tanto pelos nomes em si, mas pela forma como os diz. Parece mesmo que está chateada comigo, o que até sendo verdade, tem uma piada enorme. Bom, tudo isto para dizer que ela tem uma forma de fazer humor um pouco esquisita. A moça realmente tem piada, mas a sua modéstia faz com que, nas várias situações em que dou por mim no chão a rir de algo que ela fez ou disse, comece a olhar para mim como se eu fosse doido e a ameaçar-me com sérias represálias. Reparem num pequeno exemplo do seu excelente sentido de humor: “Amor, o que dizes de nós irmos gozar os dias de férias a que ainda temos direito na casa dos meus pais?” É EXCELENTE. Reparem na sua subtileza, passar uns dias de FÉRIAS com a minha SOGRA numa casa FRIA (e não só porque está lá a minha sogra) e a ouvir durante todos os santos dias as discussões eternas entre os meus sogros. Quando ela diz estas coisas o meu dia fica mais feliz e mais colorido. Penso na sorte que tive em ter casado com uma mulher com um sentido de humor tão refinado. Ela é o sol da minha vida, ela sabe o que me dizer quando me vê cansado e triste. São estas coisas que ela faz que me dão esperança relativamente à nossa relação. O mais extraordinário nisto tudo é que ela se encontra neste momento a fingir que está muito ocupada a fazer uma lista das coisas que quer levar para a casa da mãe durante os “supostos” dias de férias. Esta moça é demais. Mas agora que penso melhor no assunto, há algo que me chama a atenção. Ela, ultimamente, anda a fazer muito humor à volta da sua mãe: “A minha mãe telefonou e mandou-te beijos.” “A minha mãe diz que nos vem visitar em breve e que traz o carro dela para poder andar com a nossa filha.” e outras piadas do género. Está certo que isto é sempre algo que me faz rir imenso, mas uma piada que ande sempre em volta do mesmo também cansa. Bom, ainda não me cansou, mas começo a pensar que qualquer dia tenho que, subtilmente, avisá-la que mais ano menos ano, deixo de achar piada a estas coisas. Porra, um gajo com a idade começa a pretender um humor mais refinado, sei lá, podia começar a pensar em piadas políticas, ou coisas assim que puxem pela sua imaginação. Bom, se forem piadas politicas até não é preciso puxar muito pela imaginação, basta ler os cartazes do partido do Calimero para começar. Os outros também têm boas frases humorísticas, mas não vamos estragar este post, para isso já basta ter falado da minha sogra três vezes.
Agora tenho que terminar porque realmente o humor dela estimula-me o meu amor por ela.

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Curtas da vida de casado....

As vantagens de ter uma mulher com febre, é que não é preciso aquecer-lhe os pés, e ainda por cima, temos um saco de água quente gigante ao nosso lado, com a forma anatómica perfeita.

Ao jantar:
- Olha a bruxa má atrás de ti!!!- grita a nossa filha para mim.
- Não tenho medo da bruxa má.- respondo-lhe eu calmamente.
- Olha, afinal não é a bruxa má, É A AVÓ- grita ela a seguir.
- Olha lá, ó estúpido. Sai já debaixo da mesa e deixa de dar maus exemplos à nossa filha, relativamente à minha mãe.- grita-me a minha mulher.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Os fins de semana.....

Os fins-de-semana deviam de ser para aliviar o stress da semana. Mas não. No meu caso são apenas uma outra forma de stress, ou seja, deixa-nos de doer a cabeça do lado direito e passa a doer-nos no lado esquerdo. Outra forma de ver as coisas é: NUNCA MAIS É SEGUNDA-FEIRA.
Começa mais ou menos a meio da semana com a mesma pergunta de sempre: “O que vamos fazer este fim de semana?” e eu dou sempre a mesma resposta: “Nada. Está frio/calor/a chover/etc.” Fica contente com a minha resposta? Claro que não. Que sou sempre o mesmo, que só quero é descansar, que sou um preguiçoso, que sou um amorfo e sei lá mais o quê. “Vamos até Lisboa/praia/Évora/Beja/a casa dos pais.” Sugere ela. Tento puxar para o sentimento: “Já viste que a mensalidade da TV Cabo aumentou e nós temos que a rentabilizar?” Mas o seu coração de pedra não se comove facilmente. Assim, lá vem um esgrimir de diferentes argumentos, pela minha parte, sobre as vantagens de passar o fim de semana sossegado na nossa bela vila e pelo lado dela, da sua vontade em passear sabe-se lá por onde (deve ter alguma coisa a ver com o facto de ser filha de emigrantes).
Eu até não me importo muito de passear, mas o problema é que até no passear temos conceitos diferentes. Para ela passear é algo de parecido com confusão, ou seja, ir a Lisboa para um centro comercial, ou outra porra qualquer assim parecida. Eu prefiro a aventura, a descoberta e a emoção que os documentários dos canais temáticos da TV dão nestes belos dias de frio. Por mais que eu lhe diga que ver muita gente dá-me dor de cabeça, ela diz sempre que isso é apenas psicológico. Pois, mas quando é ela que tem dores de cabeça por ter que ir a casa da minha mãe, ai de mim que fale em psicologia. Mas o problema não é só a confusão existente nos sítios para onde ela nos quer levar. O problema é a preparação da ida, a viagem no carro, a estadia, a volta e a chegada. Passo a descriminar cada um desses passos:
A preparação- implica uma escolha criteriosa da roupa e calçado a levar, levando, para o caso especifico da nossa filha, uma outra muda não vá o tempo mudar radicalmente. Algo que não pode ficar esquecido é a famosa garrafa de água, sem a garrafa de água ela não sai para nenhum lado. Aliás, uma vez esqueceu-se da mesma e tive que voltar para trás porque passados dez minutos sem bebericar da sua garrafa de água, começou a mirrar.
A viagem de carro- Obviamente que tanto bebericar implica muita paragem para as constantes mijas, o que leva a discussões sobre a capacidade que eu acho que a sua bexiga tem e a capacidade que ela julga ter. Eu continuo a pensar que a sua bexiga tem muito mais capacidades do que aquelas que ela lhe dá.
A estadia- bom, já falei sobre isto. Poderia falar muito mais, mas hoje não me apetece falar nos urbanos.
A volta- vem tudo moído e cansado e com uma sensação que, até ao fim do mês, muito tempo ainda falta e muita poupança tem que ser feita.
A chegada- o escravo têm que descarregar o carro, incluindo a nossa filha que entretanto adormeceu, e tirar de lá todas as tralhas compradas. Mas o pior está guardado para o fim, ou seja, quando ela me obriga a ver todas essas tralhas como uma forma de autojustificar os seus gastos excessivos, e eu tenho que fingir estar com atenção. Porra, um gajo está moído e cansado e ainda tem que aturar a sua autoexpiação. O meu desejo é o de ir rapidamente para a cama, para ir ler as carradas de livros novos e os manuais de instruções, dos fabulosos jogos, que comprei, e que a invejosa diz que são uma perda de dinheiro….AHHH Perda de dinheiro é a roupa que ela me compra e que pensa que eu vou vestir. A mania que ela tem de me ver todo colorido…..blagrrr.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Resoluções do ano novo.....

Começa mais um ano e com ele há a mania das resoluções. Todos temos a mania de tomar decisões que, aparentemente, servem para mudar a nossa vida. Andei para aí a visitar uns blogs e em quase todos a mesma coisa: “Que este ano é que vai ser…Que agora é que é….” E sei lá mais o quê. Assim, e impregnado desse espírito, resolvi também apresentar as minhas resoluções para este novo ano, mas como pessoa simples que sou, resolvi fazer uma lista de pequenas coisas que vou, sem dúvida, mudar neste ano que agora começou:
• Não voltar a deixar a minha mulher fazer as refeições. Há muitos anos que não sentia prazer ao comer na minha casa.
• Nunca deixar a nossa filha soprar a minha sopa quando está constipada….blargh…
• Não gozar com o inglês da minha mulher. Principalmente quando ela vem toda romântica a cantar e a provocar-me. Mesmo que transforme o refrão da música do “Top Gun” de “Take my breath away” para “Take my bread away”
• Nunca, mas nunca mais, tentar fazer o pino para mostrar à filha que o pai ainda é um gajo ágil. Digamos apenas que o velho relógio de sala, resultante de uma herança, nunca mais vai ser o mesmo. E eu também não, pelo menos enquanto andar como se tivesse tomates de chumbo.
• Investir no negócio de venda de roupa por catálogo. Pelo menos que o dinheiro gasto volte à origem.
• Não ir tantas vezes a casa da minha sogra no Inverno, pois, como está frio, sou obrigado a estar mais tempo dentro de casa e logo, ao pé dela…..brrrr.
• Ser muito mais discreto ao olhar para certas mulheres com a minha mulher ao lado, porque ela ainda não percebeu, e acho que nunca vai perceber, a dor que me causa quando olho para a sua cara e vejo que lá vem um murro ou um pontapé que vai acertar sabe-se lá onde (a expectativa causa-me mais dor do que o murro e/ou pontapé em si)
• Não dizer asneiras sem ter a certeza que a nossa filha não está a ouvir. O quadro do não gostei parece um dicionário de palavrões.
• Trabalhar para que os meus sonhos se tornem realidade, ou seja, para que eu finalmente me transforme no Super Homem. Não, não é no homem perfeito para a minha mulher. É mesmo naquele que voa. Porra, sempre sonhei voar e andar por aí a combater o mal e a minha sogra.
• Acabar de escrever os “posts” mais cedo para não chegar à cama e ela já estar a dormir (ou a fingir). Pois….