quinta-feira, maio 26, 2005

A morte do Chunga.....

- Pai, porque é que o peixe está a boiar?
- Haaaaaaa….se calhar está farto de nadar e resolveu descansar um pouco….como tu fazes na natação…
- Não está nada…..- diz ela meio a chorar – Se calhar morreu.
- Naa…ele não nos ia fazer uma coisa dessas. Deve estar cansado de tanto nadar.- digo eu sem saber que outra coisa dizer.
- Morreu e a culpa é tua…
- Minha????? Porquê???
- Porque andavas sempre a chamar-lhe chunga e ele não gostava e ficou triste e morreu.
- Onde é que tu vais buscar essas coisas??
- Porque quando me chamam nomes na Escola eu também fico triste e com vontade de me ir embora.
- Ó filha não sejas tonta. Ele morreu porque……Olha, porque estava com saudades do pica e quis ir ter com ele.
- Achas???
- Claro. Lembras-te de eu te dizer que ele ficou triste quando o pica morreu.
- Sim. Disseste que ele tinha saudades de brincar aos pais e às mães com o pica.
- Pois, não aguentou de saudades e resolveu ir ter com o pica.
- Agora deve de estar com ele nas estrelas, não é pai?
- Sim filha.
- Olha, se um de vocês for para as estrelas, o outro não vai ficar com saudades e deixar-me aqui sozinha, pois não??
Ok, só faltaram os violinos para termos um quadro completo de uma família de maricas a chorar e tudo por causa de um pequeno peixe vermelho.


Durante o “enterro”:
- Porque é que o vais mandar pela sanita? - pergunta-me a minha mulher.
- Porque ele vivia na água e iria gostar de ir para a água.
- Pois, mas tu não sabes que isso vai implicar mais trabalho nas ETARs.
- Porra, lá vens tu com essas merdas.
- Pai, vou escrever no quadro do não gostei que dissesses uma asneira.
- Porque que é que não o enterras no jardim? - pergunta-me a minha mulher.
- Estamos a falar de um peixe vermelho minúsculo. Quando chegar à ETAR já foi comido por ratazanas. - respondo eu.
- EU NÃO QUERO QUE ELE SEJA COMIDO POR RATAZANAS…- chora a nossa filha.
- Vistes o que fizeste?? Olha lá a tua sensibilidade. - grita-me a minha mulher
- Estou fod…lixado com isto. Ainda há bocado estava tudo a chorar com pena uns dos outros, agora voltamos ao ataque ao pai: o mau.
- Pai, não o ponhas na sanita. Eu não quero que as ratazanas o comam….
- Sim, vai enterrá-lo no jardim. Assim sempre serve de nutriente para as plantas. - diz a minha mulher.
- Quais plantas? Aquelas raquíticas que tu tens no meio da plantação de ervas daninhas?
- O que é nutriente? - pergunta a nossa filha.
- São os alimentos das plantas. - responde a minha mulher.
- EU NÃO QUERO QUE ELE SEJA COMIDO PELAS TUAS PLANTAS. - chora, novamente a nossa filha.
- Tenho uma ideia. Que tal peixe grelhado para o jantar? - termino eu.

segunda-feira, maio 23, 2005

Curtas da vida de casado.....

8 DA MANHÃ, NO FIM DE SEMANA:
- Pai, acorda...
-………..
- PAI ACORDA.
- Hummmue queres?- respondo meio a dormir.
- Olha, vou lá para baixo sozinha para te deixar dormir sossegado e queria dar-te um beijinho.
- Está bem, mas para a próxima não tens que te preocupar em me vir dizer isso – digo, enquanto suspiro e penso na força que os genes da mãe têm nela.
PASSADOS 5 MINUTOS:
- PAI ANDA CÁ ABAIXO VER UM DESENHO BONITO QUE FIZ PARA TI.
- ………………
- PAI, SE NÃO VIERES…..OLHA: JÁ NÃO FALO CONTIGO.
- ………………
- PAI, QUERES MESMO QUE EU DEIXE DE FALAR CONTIGO?- grita-me ela ao ouvido, fazendo-me dar um salto na cama.
Conclusão: Passei o resto do dia mal disposto; fui (mais uma vez) parar ao quadro do não gostei, devido a determinadas palavras que deixei escapar; e (também mais uma vez) deixei as minhas moças felizes todo o dia, pois sempre que olhavam para mim, riam-se porque se lembravam do “….salto de três metros…” (exageradas) que dei na altura.


-Estou preocupado com o chunga. – digo eu com uma evidente tristeza.
- Porquê? – pergunta-me ela.
- Acho que anda com problemas psicológicos
- Pois…e lá vens tu com as tuas tonteiras.
- Não são tonteiras. Repara. – digo, enquanto deito comida no aquário.
Passados uns segundos:
- Coitado O gajo está maluco…. – diz ela.
- Vês, eu não te disse?
Conclusão: Temos um peixe que sofre de distúrbios alimentares, nomeadamente de bulimia.

sexta-feira, maio 13, 2005

Campismo....

Uma coisa porreira que existe em estar casado é que não temos que nos preocupar com agendas. Porquê? Porque elas fazem questão de tratar de todos os assuntos familiares por nós. Obviamente que me refiro aos assuntos relativos à nossa vida social, porque os outros, de contas, IRS, e outras porras engraçadas…isso tem a gentileza de deixar comigo, porque “…tu é que gostas disso.” Assim sendo, as decisões sobre o que fazer ao fim de semana passam sempre e exclusivamente por ela(s). Decidiram que estava na altura de ir até à praia. Como eu adoro a praia….O sol a queimar, a areia a enfiar-se por tudo o que é buraco, a água fria que faz com que a minha maçã de Adão passe a ter por companhia os meus testículos, etc.. Mais. Resolveu que íamos acampar, porque a filha não conhece as maravilhas de um saudável acampamento. Tais como…porra, agora só me lembro de mosquitos, de ter que tropeçar em fios para ir dar uma mija, a meio da noite, a um balneário que se encontra a centenas de metros, de ouvir o ressonar de todos os restantes campistas situados num raio de trezentos metros, etc..
Bom, deixemo-nos de desgraças. Vamos a tragédias: a preparação para a viagem. Ok, vou poupar os pormenores, porque quem tem a paciência de me ler desde o início, já pode imaginar o que se passou. Deixo no entanto um pormenor que resume bem a carga de trabalhos que é a preparação de uma viagem de 24 HORAS:
Encontramos pela estrada outro desgraçado que, como eu, ia de fim-de-semana, mas notei que o gajo tinha mais um filho que eu. Como é que eu descobri isso? Porque tinha o carro cheio (uma Renault Trafic) e ainda levava um pequeno reboque com mais tralha. A minha mulher insistiu que era uma família de feirantes, mas quando os ultrapassei confirmei que o gajo tinha uma mulher e DUAS filhas. Qual feirante qual quê. Mais um desgraçado que ia acampar por 24 HORAS.
Quando chegámos ao parque toca de montar a tenda. Sozinho, obviamente, porque ela ficou a descarregar a tralha toda que tinha trazido e, depois da tenda montada, a tentar fazer com que a mesma coubesse lá dentro. Depois de montar a tenda e enquanto me preparava para me ir deitar um pouco na mesma (até porque me estava a sentir esgotado, não pelo trabalho, mas sim devido aos litros de sangue que tinha dado durante a manhã) grita ela: “Onde é que vais? Quero ir ver o mar.” Pedi a ela para se pôr em cima de um pequeno ressalto e que olhasse para o horizonte, onde estava o mar. Porra, as coisas que ela me disse não são próprias para serem ditas, assim, no meio de um parque de campismo, e depois eu é que vou para o quadro do não gostei.
Bom, o resto são histórias desinteressantes sobre areia e a atracção que as minhas moças têm para com ela, sol e respectivas queimaduras na zona da minha cabeça que anda com alguns problemas capilares, mandar calar a filha lembrando-a que as pessoas ouvem tudo o que nós dizemos dentro da tenda, e que o senhor da tenda do lado, não era gordo como um elefante, mas que tinha um problema de saúde que fazia com que parecesse um POUCO mais forte que o normal. E que não, o pai NUNCA se iria parecer com um elefante.

quinta-feira, maio 12, 2005

Uma experiência científica.....

Já por aqui falei sobre a condução e a minha mulher, ou mais concretamente, da forma de condução da minha mulher. Trata-se de um assunto inesgotável, o qual, nos meus tempos livres (quando ela está a falar comigo sobre arrumações e coisas que temos que comprar) tento analisar e tirar algumas conclusões. Ontem, durante um desses tempos livres, cheguei a uma hipótese interessante e como bom cientista que sou, resolvi hoje testá-la para a confirmar, ou não. Acontece que, como em qualquer boa experiência, os resultados levantaram outras hipóteses que futuramente terei que analisar. De qualquer forma, eis a descrição da mesma.
Hipótese- É possível controlar a condução da minha mulher apenas e só através de simples (e inocentes) comentários.
Conclusão da experiência- Confirma-se a hipótese, sendo os seguintes comentários os que devem ser utilizados, para conseguir controlar remotamente o carro, quando é a minha mulher a guiar:
Para fazer com que seja ela a guiar o carro: “Hoje é melhor ser eu a levar o carro, porque tu…” (deixar no ar a restante parte do comentário).
Para fazer com que ela acelere: Não falar nem fazer qualquer comentário.
Para fazer com que ela desacelere: Conversar sobre coisas banais. (Esta levantou uma outra hipótese que tentarei analisar em breve: Será que a zona do cérebro responsável pela condução é a mesma da tagarelice? Se sim, levanta-se aqui uma questão importante, uma vez que essa é a zona do cérebro mais desenvolvida na mulher: porque razão não conseguem fazer as duas coisas em simultâneo?)
Continuando. Para fazer com que ela aumente o volume do rádio: Pôr-me a cantar um tom acima do normal.
Para fazer com que ela desligue o rádio e me chame nomes: Pôr-me a cantar dois tons acima do normal.
Para fazer com que ela não ultrapasse um carro: Dizer-lhe para ultrapassar.
Para fazer com que ela ultrapasse um carro: Dizer-lhe que ela conduz como a minha mãe.
Para fazer com que ela ultrapasse TODOS os carros: Dizer-lhe que ela conduz como a sua mãe. (nota: NUNCA VOLTAR A DIZER ISSO)
Para fazer com que ela pare e me deixe sair a meio do caminho: Falar-lhe desta minha experiência.

quarta-feira, maio 04, 2005

Maus Exemplos.....

Na ida à loja para comprarmos uma prenda para a mãe:
- Pai, hoje fomos visitar o laboratório de ciências da escola.
- Muito bem. E o que é que viram?
- Vimos um boneco despido.
- Estava nu?
- Sim, não tinha pele e tinha coisas lá dentro. Depois a professora mostrou-nos a bexiga e o ténis.
- O ténis?
- Sim, por onde sai o chichi.
- HAAA, o pénis.
- Foi o que eu disse, o ténis.
- Não. Diz-se pénis. Experimenta lá.
- Ténis.
-Não. Pééééé-niiiiiiss.
- Téééééé-niiiiiiisss.
- Olha, diz pila.
- Disseste uma asneira.
- Não disse nada. Pila não é asneira.
- É sim, vou dizer à mãe quando chegarmos a casa.
- Não filha. Pila é a mesma coisa que pénis.
- Não é nada porque pila é uma asneira e ténis não é.
- Porra, não é ténis é pénis.
- TÉÉÉÉÉÉNIIIIIIIIIIIIISSSS.
- Olha, consegues dizer ALHO?
- Sim, porquê?
……………………

domingo, maio 01, 2005

Curtas da vida de casado.....

Durante o jantar:
- Come os legumes. – diz a minha mulher.
- Não gosto.
- Como é que sabes se ainda não provaste?
- Mas cheirei e cheira mal.
- Deixa-te de parvoíces e come que só te fazem bem.
- Não me apetece comer. Comi muito ao almoço.
- Deixa-te disso e come, senão….
- Senão o quê?
- Senão não comes sobremesa.
- Não me importo, como depois às escondidas.
- Isso é que era bom. Tu que te atrevas a fazer isso.
- Tu não mandas em mim, por isso, se eu quiser, como a sobremesa.
- É esse o exemplo que dás à tua filha?
- Não me importo. – respondo amuado, enquanto afasto definitivamente o prato de perto de mim.