A partilha de tarefas...
A minha mãe sempre me habitou a fazer as lides domésticas de modo que quando casei pensei que continuaria a limpar o pó ao sofá e ao telecomando da TV. Engano meu. Passei então a ter que limpar o pó noutras zonas da casa, ficando também encarregado de usar o aspirador, o qual por mais acidentes que sofresse (caiu do primeiro andar, ficou esquecido na rua durante um temporal, ficou sem um das rodas, etc.) continuava a trabalhar passando o ruído que fazia a ser muito semelhante ao de gargalhadas sarcásticas. Infelizmente tanto acidente levantou suspeitas pelo que assim como começaram tiveram o seu fim (as mulheres quando querem são muito persuasivas, principalmente quando estão nuas).
Mas também aqui existiram vantagens, depois das limpezas à casa, vinham as nossas, as quais, sempre que o aspirador não sofria acidentes, eram feitas em conjunto.
Outra tarefa que me calhou foi o de lavar a loiça, nunca pensei dizer isto, mas um dos dias mais felizes da minha vida foi quando consegui juntar dinheiro suficiente para comprar uma máquina de lavar loiça (é linda!!!!!).
Actualmente já conseguimos pagar ajuda externa para as limpezas da casa, no entanto as tarefas diárias ainda são repartidas, eu tenho que ligar a televisão assim que chego a casa e ela tem que fazer o jantar. Eu tenho que o comer e arrumar a loiça. Nos dias em que me calha fazer o jantar invertemos os papéis, ou seja, eu telefono para encomendar a comida e ela depois arruma o cartão das pizas no saco para a reciclagem. Ando neste momento a tentar incutir na minha filha de três anos (qualquer dia falo de como é que este terceiro membro da família veio mudar novamente TUDO) o prazer que dá pôr os pratos, os talheres e os copos da mesa e depois tirá-los e pô-los na máquina de lavar, trata-se de uma brincadeira muito gira, digo-lhe eu, mas não é tão giro quanto ver a cara do pai a fazê-lo, diz-me ela com a ajuda da mãe.
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