quinta-feira, julho 01, 2004

A Gravidez....

Logo depois de receber a notícia pelo telefone, que ela estava grávida e depois de pular e gritar sozinho pela casa, agarro no telefone e enquanto telefono para a minha mãe vem-me à cabeça qualquer coisa que a minha mulher disse sobre não contar a ninguém até ter 3 meses de gravidez. ESTAMOS GRÁVIDOS- grito ao telefone para a minha mãe- como vê, afinal sempre sabia qual era o buraco certo. Ela diz qualquer coisa mas desligo e telefono para a minha sogra. O mesmo grito e qualquer coisa dita do outro lado (não liguei muito pois ainda estava traumatizado com as visões dela). Quando a minha mulher chegou a casa já tinha telefonado a todas as pessoas que me lembrei e estava a consultar a agenda para ter a certeza que não me esquecia de ninguém. Depois dos beijos e dos pulos perguntou-me se eu já tinha dito a alguém, contei-lhe os telefonemas e levei seca, porque isto e aquilo e se acontece isto e blá, blá, blá. Promete-me que não contas a mais ninguém e principalmente que não dizes nada no trabalho- disse ela. Respondi-lhe que sim. Tentei cumprir a minha promessa, mas as pessoas quando me viam perguntavam: Então, está tudo bem contigo? O que é que eu podia responder? Tinha que ser sincero: Sim, eu e ela estamos grávidos, mas não lhe digas nada porque é segredo. Bom, passados os primeiros tempos, eis que chegou a invasão das hormonas e com ela passei a conhecer uma nova face da minha mulher que até então eu pensava que não existia e não me estou a referir à face inchada com que ela foi ficando ao longo da gravidez, não, falo de algo mais profundo, algo vindo das verdadeiras profundezas das emoções e dos sentimentos das mulheres, ou seja, ficou do mais sensível possível. Se já sem estar grávida bastava eu fazer um inocente comentário sobre a sua roupa, do tipo: Vais com essa merda vestida? Para haver logo berraria e sensibilidade à flor da pele, então com as hormonas no máximo é que foi lindo. Os últimos 4 meses foram horríveis, tinha que ter a certeza que na televisão não apareciam documentários sobre animais bebés, ou crianças, ou a cara do António Guterres. Senão parecia que tinha as cataratas do Niagara e correr-lhe pela cara- Que queridos, tão fofinhos e amorosos….Que carinhas tão gorduchinhas...Chuif... Comecei a ter medo de abrir a boca, tudo o que dizia era mal entendido, se eu dissesse que ela estava com uma barriguinha jeitosa, ela começava a choramingar dizendo que eu só estava a dizer aquilo para que ela não se sentisse mal. Se queria sexo, era porque tinha pena dela. Pena? Para os homens não existe sexo por pena, existe apenas sexo. Deixei de comentar o seu aspecto, e aí era porque já não lhe ligava. No final da gravidez as coisas pioraram ainda mais, agora era porque não se conseguia baixar, vestir meias, calçar sapatos, etc. etc. etc.. Houve, no entanto duas coisas que me deram forças para a conseguir aturar, uma foi saber que dentro dela estava a minha filha e outra, não menos importante, foi a maravilhosa e espectacular transformação que os seus seios sofreram (UAU!!!!).