quarta-feira, janeiro 05, 2005

Os fins de semana.....

Os fins-de-semana deviam de ser para aliviar o stress da semana. Mas não. No meu caso são apenas uma outra forma de stress, ou seja, deixa-nos de doer a cabeça do lado direito e passa a doer-nos no lado esquerdo. Outra forma de ver as coisas é: NUNCA MAIS É SEGUNDA-FEIRA.
Começa mais ou menos a meio da semana com a mesma pergunta de sempre: “O que vamos fazer este fim de semana?” e eu dou sempre a mesma resposta: “Nada. Está frio/calor/a chover/etc.” Fica contente com a minha resposta? Claro que não. Que sou sempre o mesmo, que só quero é descansar, que sou um preguiçoso, que sou um amorfo e sei lá mais o quê. “Vamos até Lisboa/praia/Évora/Beja/a casa dos pais.” Sugere ela. Tento puxar para o sentimento: “Já viste que a mensalidade da TV Cabo aumentou e nós temos que a rentabilizar?” Mas o seu coração de pedra não se comove facilmente. Assim, lá vem um esgrimir de diferentes argumentos, pela minha parte, sobre as vantagens de passar o fim de semana sossegado na nossa bela vila e pelo lado dela, da sua vontade em passear sabe-se lá por onde (deve ter alguma coisa a ver com o facto de ser filha de emigrantes).
Eu até não me importo muito de passear, mas o problema é que até no passear temos conceitos diferentes. Para ela passear é algo de parecido com confusão, ou seja, ir a Lisboa para um centro comercial, ou outra porra qualquer assim parecida. Eu prefiro a aventura, a descoberta e a emoção que os documentários dos canais temáticos da TV dão nestes belos dias de frio. Por mais que eu lhe diga que ver muita gente dá-me dor de cabeça, ela diz sempre que isso é apenas psicológico. Pois, mas quando é ela que tem dores de cabeça por ter que ir a casa da minha mãe, ai de mim que fale em psicologia. Mas o problema não é só a confusão existente nos sítios para onde ela nos quer levar. O problema é a preparação da ida, a viagem no carro, a estadia, a volta e a chegada. Passo a descriminar cada um desses passos:
A preparação- implica uma escolha criteriosa da roupa e calçado a levar, levando, para o caso especifico da nossa filha, uma outra muda não vá o tempo mudar radicalmente. Algo que não pode ficar esquecido é a famosa garrafa de água, sem a garrafa de água ela não sai para nenhum lado. Aliás, uma vez esqueceu-se da mesma e tive que voltar para trás porque passados dez minutos sem bebericar da sua garrafa de água, começou a mirrar.
A viagem de carro- Obviamente que tanto bebericar implica muita paragem para as constantes mijas, o que leva a discussões sobre a capacidade que eu acho que a sua bexiga tem e a capacidade que ela julga ter. Eu continuo a pensar que a sua bexiga tem muito mais capacidades do que aquelas que ela lhe dá.
A estadia- bom, já falei sobre isto. Poderia falar muito mais, mas hoje não me apetece falar nos urbanos.
A volta- vem tudo moído e cansado e com uma sensação que, até ao fim do mês, muito tempo ainda falta e muita poupança tem que ser feita.
A chegada- o escravo têm que descarregar o carro, incluindo a nossa filha que entretanto adormeceu, e tirar de lá todas as tralhas compradas. Mas o pior está guardado para o fim, ou seja, quando ela me obriga a ver todas essas tralhas como uma forma de autojustificar os seus gastos excessivos, e eu tenho que fingir estar com atenção. Porra, um gajo está moído e cansado e ainda tem que aturar a sua autoexpiação. O meu desejo é o de ir rapidamente para a cama, para ir ler as carradas de livros novos e os manuais de instruções, dos fabulosos jogos, que comprei, e que a invejosa diz que são uma perda de dinheiro….AHHH Perda de dinheiro é a roupa que ela me compra e que pensa que eu vou vestir. A mania que ela tem de me ver todo colorido…..blagrrr.