sexta-feira, maio 13, 2005

Campismo....

Uma coisa porreira que existe em estar casado é que não temos que nos preocupar com agendas. Porquê? Porque elas fazem questão de tratar de todos os assuntos familiares por nós. Obviamente que me refiro aos assuntos relativos à nossa vida social, porque os outros, de contas, IRS, e outras porras engraçadas…isso tem a gentileza de deixar comigo, porque “…tu é que gostas disso.” Assim sendo, as decisões sobre o que fazer ao fim de semana passam sempre e exclusivamente por ela(s). Decidiram que estava na altura de ir até à praia. Como eu adoro a praia….O sol a queimar, a areia a enfiar-se por tudo o que é buraco, a água fria que faz com que a minha maçã de Adão passe a ter por companhia os meus testículos, etc.. Mais. Resolveu que íamos acampar, porque a filha não conhece as maravilhas de um saudável acampamento. Tais como…porra, agora só me lembro de mosquitos, de ter que tropeçar em fios para ir dar uma mija, a meio da noite, a um balneário que se encontra a centenas de metros, de ouvir o ressonar de todos os restantes campistas situados num raio de trezentos metros, etc..
Bom, deixemo-nos de desgraças. Vamos a tragédias: a preparação para a viagem. Ok, vou poupar os pormenores, porque quem tem a paciência de me ler desde o início, já pode imaginar o que se passou. Deixo no entanto um pormenor que resume bem a carga de trabalhos que é a preparação de uma viagem de 24 HORAS:
Encontramos pela estrada outro desgraçado que, como eu, ia de fim-de-semana, mas notei que o gajo tinha mais um filho que eu. Como é que eu descobri isso? Porque tinha o carro cheio (uma Renault Trafic) e ainda levava um pequeno reboque com mais tralha. A minha mulher insistiu que era uma família de feirantes, mas quando os ultrapassei confirmei que o gajo tinha uma mulher e DUAS filhas. Qual feirante qual quê. Mais um desgraçado que ia acampar por 24 HORAS.
Quando chegámos ao parque toca de montar a tenda. Sozinho, obviamente, porque ela ficou a descarregar a tralha toda que tinha trazido e, depois da tenda montada, a tentar fazer com que a mesma coubesse lá dentro. Depois de montar a tenda e enquanto me preparava para me ir deitar um pouco na mesma (até porque me estava a sentir esgotado, não pelo trabalho, mas sim devido aos litros de sangue que tinha dado durante a manhã) grita ela: “Onde é que vais? Quero ir ver o mar.” Pedi a ela para se pôr em cima de um pequeno ressalto e que olhasse para o horizonte, onde estava o mar. Porra, as coisas que ela me disse não são próprias para serem ditas, assim, no meio de um parque de campismo, e depois eu é que vou para o quadro do não gostei.
Bom, o resto são histórias desinteressantes sobre areia e a atracção que as minhas moças têm para com ela, sol e respectivas queimaduras na zona da minha cabeça que anda com alguns problemas capilares, mandar calar a filha lembrando-a que as pessoas ouvem tudo o que nós dizemos dentro da tenda, e que o senhor da tenda do lado, não era gordo como um elefante, mas que tinha um problema de saúde que fazia com que parecesse um POUCO mais forte que o normal. E que não, o pai NUNCA se iria parecer com um elefante.