A história do quadro do não gostei…..
Bom, vamos então fugir um pouco, mais uma vez, ao tema central deste blog (deixar mal vista a minha mulher) e falar no quadro do não gostei.
Tudo começou com a mania que temos de “educar” a nossa filha. Pois não é suficiente sentar-me direito na mesa, nem deixar de refilar com a comida, nem deixar de arrotar, nem.....etc. Chegou um dia com a ideia divinal de criar o quadro da família, o qual é composto por quatro quadros: Quero Fazer; Já Fizemos; Gostei; Não Gostei.
O primeiro está essencialmente preenchido por mim: “Quero ver mais vezes televisão sossegado” “Quero ficar deitado mais tempo durante o fim-de-semana” “Quero ganhar mais dinheiro para poder ter uma cozinheira a tempo inteiro” “E já agora quero paz no mundo.” Obviamente que esta última, é a frase que a minha mulher acrescenta, sempre que eu junto mais uma tarefa no quadro do Quero Fazer (e que ela resolveu passar a chamar de Quadro das Utopias).
A segunda é composto por mariquices das moças que vivem comigo: “Plantámos umas flores” (e nasceram ervas daninhas) “Fomos à praia o fim-de-semana” (e não foi nada bom) “Fizemos um bolo muito bonito” (mas nada comestível) e etc. Elas fartam-se de ralhar comigo pelos meus constantes parêntesis, mas sem eles aquilo fica muito parecido com…..bom, com mariquices de mulheres.
O terceiro serve, quase em exclusivo, para lá escrevermos coisas que gostámos que a nossa filha tenha feito: “Já sabe comer com garfo e faca” “Fez um desenho muito bonito da família” “Ajudou a pai a pôr e a tirar a mesa e assim vai continuar a fazer até que saia de casa, quando já ganhar para isso, ou tiver 25 anos (o que ocorrer primeiro)” “Hoje deu um pontapé onde o pai ensinou, a um menino que a empurrou e lhe bateu” “Hoje ensinou uma amiga a dar pontapés no sitio onde o pai a ensinou, para que ela também se possa defender dos meninos mal educados”.
Finalmente temos o quadro do não gostei, o qual é usado com alegria, diga-se de passagem, pelas duas, para lá despejarem todas as pequenas nuances linguísticas que escapam, por várias e diversas razões, da minha boca. Perdendo-se assim, aquele que deveria de ser o seu objectivo principal: ensinar à moça o que ELA não deve de fazer, como por exemplo: “Não gostei que a filha tivesse deixado de ajudar o pai a arrumar a loiça com a desculpa (dada pela mãe) de que parte muitos copos. Porque razão é que isso também não pode ser usado pelo pai como desculpa? Mais uma vez, temos uma evidente descriminação sexual nesta família”
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