sexta-feira, junho 03, 2005

O curso de gestão de stress.....

Ontem foi o primeiro, e último dia, em que a minha mulher foi a um curso de gestão de stress. Porquê? Porque também mando alguma coisa nesta casa e não vou aguentar mais 5 dias (duração do curso) como o de hoje. Bom, a verdade é que lhe propus passar a ser eu a ir ao curso, dando-lhe em troca a possibilidade de ir, durante três fins-de-semana, passear até onde ela quisesse. Ela aceitou, mas foi renhido, pois ela queria que fossem SEIS FINS-DE-SEMANA.
A causa desta minha revolta é simples, enquanto ela vai à porra do curso, quem tem que ir pôr e buscar a nossa filha à piscina, e tratar da janta sou eu, e tudo isso está-me a causar mais stress do que aquele que eu julgava possível. Tudo começou com uma corrida para chegar a tempo a casa, vindo do emprego. Depois continuou com outra corrida para não chegar tarde à piscina, porque tive que andar à procura do raio do fato de banho “…dos muitos peixinhos.” porque só aquele é que é suficientemente bonito para a pequena melga poder levar. Depois foi uma luta para tentar pôr a touca no cabelo sem a aleijar (tarefa impossível, porque “…só a mãe é que sabe”) e ainda depois, a caminho das piscinas, tivemos que voltar para trás para ir buscar os chinelos, os óculos, o champô, o sabonete, e a merda do secador “…porque a mãe diz que eu não posso sair com o cabelo molhado…blá, blá blá…”.
Quando finalmente a deixo com tudo em ordem, tenho que voltar a correr para casa para ver a série CSI, a qual já vai a meio, pelo que tenho que ter o stress de tentar perceber o enredo daquilo. Depois da série terminar, toca de pensar no que é que se vai descongelar para o jantar: Pizza 4 estações, Pizza exótica ou Pizza sei lá do quê. Escolhas, escolhas, escolhas...
Depois, mal se põe a Pizza a descongelar no micro ondas, já são horas de ir buscar a moça. Quando lá cheguei, já estava ela e mais duas amigas (cujo pai se atrasou ainda mais do que eu) a tomar duche. Pelo que, em vez de tentar lavar uma, tive que LUTAR para tentar lavar três (isto porque já têm a mania que se sabem lavar sozinhas). Essa mania implicou andar a correr pelos balneários, para que: uma delas não se secasse, quando ainda tinha o champô na cabeça; outra, não andasse a envergonhar os homens (que estavam também a tomar duche) ao apontar para eles e desatar às gargalhadas (felizmente que esta não era a minha filha); e finalmente, para que a última (a minha filha) deixasse que eu a lavasse, com a promessa de não tocar, com o sabonete, nas centenas de nódoas negras que tinha nas pernas (é tão maricas como a mãe).
Só quando já estavam todas secas é que, finalmente, apareceu o pai das outras duas, o qual me perguntou porque razão eu tinha ido ao duche vestido. Obviamente que não respondi, porque não queria dizer asneiras à frente das moças. Limitei-me a levantar o dedo médio da mão e agradecer-lhe por me ter permitido fazer exercício ao mesmo tempo que lavava a roupa e o corpo.
Quando cheguei a casa já estava lá a destressada, a qual me perguntou porque razão ainda não estava a mesa posta e a comida feita. Aí deixei o stress falar por mim, pelo que a minha filha aproveitou para encher o quadro do não gostei com novas palavras que, supostamente, ainda nunca tinha ouvido.