As Compras de Roupa.....
As compras por catálogo dão origem a bons e maus momentos. Os bons são quando, no final das lides domésticas, nos sentamos para ver um pouco de televisão e ela se entretém a olhar para o catálogo, deixando o MEU telecomando em paz e principalmente, não me usando como telecomando: “Muda lá para a SIC Mulher que dão sempre uma entrevistas engraçadas….” O lado mau são os custos por minuto que este sossego tem, pois não há mês em que não chega o raio de uma encomenda com roupa, ou para ela, ou para a nossa filha. Porque raio é que as mulheres têm que vestir roupa diferente em todas as estações? Porra, eu só compro roupa quando a que tenho deixa de me servir (ainda estou a tentar perceber porquê: ou é porque continuo a crescer ou então as lavagens fazem com que a roupa encolha mais do que devia – o que é estranho é que deixa de servir ao nível das ancas e barriga….hummm… são estes novos feitios de calças que agora andam para aí, só porcaria).
Outro lado bom das compras por catálogo, é o ter acabado (parcialmente) com a necessidade de ter que a seguir pelas lojas. Porque raio é que elas precisam de companhia quando vão comprar roupa? Se lhe digo que não, é porque sou isto e mais aquilo e porque depois digo que ela anda mal vestida e mais uma série de mariquices. Assim, lá tenho eu que a seguir, primeiro são largos minutos a ver cada pormenor de todo o tipo de roupa, depois mais uma série de tempo a raciocinar sobre o porquê de não existir o seu número, exactamente naquela peça que ela queria levar, depois é agarrar em cerca de 7 calças, 15 camisas, 4 casacos, 3 pares de sapatos e 5 camisolas e dar aqui, ao burro de carga, para que ele a “ajude” a carregar com isso até à sala de provas. Depois, é experimentar todas as possíveis combinações existentes (o tempo que espero já deu para fazer as contas e os números são assustadores). Para cada uma dessas combinações sai, e depois de se ver alguns minutos ao espelho, pergunta-me o que eu acho, ficando estranhamente irritada com as minhas respostas (como se o facto de lhe dizer que tudo lhe fica bem e ao mesmo tempo lhe mostrar que o meu relógio, tem um cronómetro que funciona, fosse ofensivo para alguém). “Depois, quando ando com a roupa, dizes que não gostas.”- diz, enquanto olha para a roupa que outra mulher traz para provar. Porra, um gajo está sobre pressão. Como é que ela quer que lhe dê uma resposta se já sei que, seja ela qual for, nunca fica satisfeita: “Ficas muito gira.”- digo eu. “Achas mesmo? Não gosto muito do feitio.” – diz ela, enquanto olha para o espelho. “Não. Fica-te bem.” –continuo eu. “Não, acho que não gosto. Vou pôr outra coisa.”- conclui ela. “E agora?” – pergunta-me, passados uns largos minutos - “Está melhor?”.
“Não gosto. Faz-te o cu gordo.”- respondo eu com a melhor das intenções. “Estúpido, só estás a dizer isso porque viste o preço. Pois agora é que vou levar.”- responde-me ela com algumas faíscas a saltarem dos seus olhos. O que raio é que eu tenho que fazer para ela ir comprar roupa sozinha?
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