quinta-feira, dezembro 29, 2005

Capítulo I - Semi férias.....

15 dias infernais no trabalho e chega um gajo a casa e leva com isto:
- Porque não tiramos os dias de férias que ainda temos, e vamos passar o Natal a casa da minha irmã? – pergunta-me ela.
- Claro que sim. Aliás, era mesmo isso que eu vinha agora a pensar no caminho do emprego. É incrível como tu consegues adivinhar os meus pensamentos – foi esta a resposta que ela entendeu quando eu lhe respondi, textualmente: “E TU JULGAS QUE TEMOS DINHEIRO PARA ISSO? Deixa-te disso, já basta ter que passar o Natal com os teus pais.”
E pronto, aqui estamos, nos Alpes Franceses. Não vou falar no dinheiro gasto na viagem, nem no dia inteiro que ela passou a fazer as malas para uma viagem de 12 dias, para isso punha aqui um scanner, do quadro do não gostei, com as caralhadas que, supostamente eu disse, quando ela me apareceu com três malas cheias, e sem qualquer espaço para a minha modesta indumentária. Eu bem tentei explicar à nossa filha que só respondi à provocação traiçoeira da sua mãe, pois o que é que um homem normal pode responder, quando a sua mulher chega com três malas cheias, e como justificação para isso, diz: “Não sei porque razão vai isto tudo. Não levo quase nada de roupa para mim.” Bom, como pequeno parêntesis devo dizer, e com bastante orgulho, que a minha filha, para além do seu nome, já sabe escrever correctamente, mais uma palavra, não é uma palavra que eu espero que escreva (ou diga) muitas vezes, mas temos que ver o lado positivo do quadro do não gostei.
Bom, também não vou falar da nossa passagem pela casa da minha sogra e da resposta, menos própria para a época natalícia, que lhe dei, quando ela quis que nós trouxéssemos um saco de laranjas para o seu querido genro francês “…que se pela pelas suas ricas laranjas…”
Na viagem de avião, duas coisas me chatearam (para além da diferente noção que eu e a companhia aérea temos do que é Low Cost). A primeira, foi o facto de a minha filha estar constantemente a perguntar-me, quando é que o avião começava a andar (o facto da viagem ter sido de noite e sem turbulência teve algum efeito nisto) e a outra coisa que me chateou (e não pela primeira vez) é essa mania que o pessoal tem de bater palmas, quando o avião aterra. Porra, a mim ninguém bate palmas no meu emprego, só porque faço bem o meu trabalho. A minha mulher também não me bate palmas quando eu faço a minha parte das tarefas domésticas. Será que as pessoas pensam que se não baterem palmas os pilotos vão fazer birra, e da próxima vez “esquecem-se” de baixar o trem de aterragem? Será que quando algo corre mal na aterragem também apupam os pilotos? Bom, podia desenvolver mais isto, mas agora não me apetece, porque por aqui já é tarde e a minha moça já foi para a cama. Quero ir ter com ela para a pôr a bater palmas porque eu…bom, não interessa andar para aqui a contar cenas íntimas, já me chega ter aqui falado naquela mentira dos 10 minutos.