quarta-feira, janeiro 25, 2006

O meu dia a dia.....

Para os que julgam que a minha vida é fácil, e que tenho tempo para andar a contar a minha vida a estranhos, aqui fica a descrição das minhas últimas semanas:
Tudo começa às 6 e meia da manhã, comigo a imaginar novas formas de destruir o despertador da minha mulher. Depois, às 7 e meia, volto a acordar, mas desta vez com os gritos da minha mulher: “DEPOIS NÃO DIGAS QUE É POR CAUSA DE MIM QUE CHEGAS ATRASADO AO EMPREGO”. Vou acordar a nossa filha e combino com ela, mais uma vez, uma corrida, para ver quem é que se veste primeiro. Sou depois acordado, como sempre, pelos gritos histéricos da nossa filha: “GANHEI OUTRA VEZ. GANHO-TE SEMPRE.” (os sacrifícios que um pai faz para ver a sua filha feliz).
Vou para a casa de banho, onde a provocadora da minha mulher já acabou o seu banho e espera que um macho como eu resista às suas provocações, que implicam posar nua à minha frente, enquanto grita: “PORQUE RAIO NÃO POSSO TOMAR BANHO SOSSEGADA SEM TU ME VIRES CHATEAR? ACHAS QUE SOU ALGUM OBJECTO?” Depois de ser obrigado a tomar um banho de água fria, visto-me e vou pentear a nossa filha. Depois dela me puxar, várias vezes, os meus parcos cabelos como paga por eu a ter aleijado, quando tentava desembaraçar o seu cabelo, descemos e, enquanto preparo o pequeno-almoço, penso sobre quais poderão ser as razões, pelas quais, de manhã, a minha mulher tem sempre tempo para pôr as porcarias dos cremes, mas nunca tem tempo para uma rapidinha. Quando, finalmente ela nos vem fazer companhia, a nossa filha pergunta-lhe, mais uma vez, o que é uma rapidinha, e eu ouço, mais uma vez, estranhos comentários relacionados com coisas que a professora da nossa filha diz à minha mulher, sempre que se encontram (aparentemente a nossa filha faz perguntas demasiado adultas para um contexto pré-primário, o que só prova que é uma sobre dotada).
Bom, finalmente partimos para a nossa jornada diária, mas só após ser, mais uma vez, acordado por gritos: “ENTÃO, TANTA PRESSA E NÃO PÕES O CARRO A ANDAR. JÁ CHEGUEI. VAMOS. DEPOIS NÃO DIGAS QUE É POR MINHA CAUSA QUE TE ATRASAS.”
Após o dia de trabalho, lá volto para entreter sozinho a nossa filha, o que não é fácil, pois nunca concordamos com o programa da TV que ambos queremos ver. Às Terças e Quintas, é dia de a acompanhar à piscina, onde de dez em dez minutos (por vezes de 5 em 5) lhe pergunto se ela ainda não está cansada, pois não quero que ela seja como alguns miúdos que conheço que têm actividades físicas a mais. Ela, para se fazer de forte, diz sempre que não e para eu a deixar em paz pois está-se a divertir.
Após o jantar temos o nosso campeonato de Uno, onde a moça já me ganha mais vezes do que seria normal, para quem ainda não sabe esconder o seu jogo.
Após a leitura da história da Barbie Rapunzel, para a qual já nem preciso de ver o livro para a contar, deixo-a a dormir, desço e agarro no computador para contar as minhas mágoas. Sou então acordado suavemente pela minha mulher que regressa do seu curso pós laboral: “A TELEVISÃO LIGADO. A LUZ ACESA. O COMPUTADOR LIGADO E TU A DORMIR.” E assim termina o dia.
No meio de tudo isto descobri algo que sinceramente me aflige: Passou a existir uma relação muito estranha entre o número de “posts” que ando aqui a pôr e o número de relações sexuais que ando a ter, e essa relação não é inversamente proporcional.