quarta-feira, março 01, 2006

Relações e jogos de plataforma......

Uma coisa que eu descobri, ao longo da minha relação com a minha mulher, foi que a mesma parece um jogo de plataformas. Ou seja, começamos no nível um e daí toca a tentar subir de nível. Mais uma vez, saltam aqui à vista, as diferentes perspectivas que homens e mulheres têm, relativamente a esses níveis. Para nós, homens, a relação resume-se a dois níveis, o nível um: que é quando elas ainda estão armadas em esquisitas e não querem ter sexo connosco porque…querem ter a certeza sobre a nossa relação….não querem que nós gostemos delas só pela sexo…e outras tretas que, na minha cabeça, só irão fazer sentido quando a minha filha entrar na adolescência. A passagem para o nível dois é quando, pura e simplesmente, passamos a ter sexo com elas. E pronto. Simples, claro e objectivo, mais uma vez.
Agora, para a mulher moderna, a relação tornou-se um jogo de plataformas infinitas, onde nós, os homens, temos que mostrar que, não só conseguimos derrotar todos os monstros e fantasmas, com que elas nos atiram diariamente (…que já não as ouvimos como dantes…que só lhes damos beijos quando é para o sexo….que a nossa relação precisa de algo novo…- não sugiram algo relacionado com a poligamia -, etc.) como ainda, temos que dar constantes provas de que (mesmo indo contra a nossa mais elementar natureza genética) conseguimos dar conta das nossas tarefas domésticas, sem o uso de determinada linguagem menos própria, para quem é pai.
Mas isto não chega. De vez em quando, temos que mostrar que somos capazes de ir mais além. Assim, tal como nos normais e mais evoluídos jogos de plataformas onde, para subir para o nível seguinte, temos que passar uma difícil prova final, também nas actuais relações tal acontece.
E em que consiste essa prova final, de passagem para um nível seguinte, numa relação moderna? Basicamente, na telepatia. Ou seja, temos que dar provas das nossas capacidades telepáticas, adivinhando, sem qualquer tipo de hesitação, as razões que as levam, naquele momento particular, a estarem infelizes, tristes, e/ou desiludidas, com algo.
MUITO IMPORTANTE: Não são admitidas perguntas. Qualquer pergunta que nós possamos esboçar, dá direito a desclassificação automática e a voltarmos ao início do nível.
Porque razão me lembrei de falar nisto hoje? Bom, porque ontem foi dia de prova de passagem de nível e eu, mais uma vez, falhei, pois não me ocorreu, que a sua tristeza, se devia ao facto eu não me lembrar, que fazia sei lá quantos anos (18, 28 ou 38) que tínhamos começado a namorar, e confundi a mesma (a sua tristeza) com o facto de termos que ir acompanhar a nossa filha, no cortejo carnavalesco cá da terra.

P.S.- Quanto ao cortejo: apenas acompanhei os primeiros 200 metros do mesmo, depois virei-me para o meu vizinho de 10 anos e fiz-lhe uma simples e ingénua pergunta: Queres ir jogar Playstation comigo?
E ainda não foi desta que consegui ganhar ao raio do miúdo um jogo. Tenho que escrever menos e praticar mais.