sexta-feira, julho 28, 2006

A minha filha, a política....

- Então moça. Já pensaste no que queres ser quando fores grande? - pergunto eu, durante o nosso passeio de fim de tarde.
- Sim. Quero ser ladrona. - responde ela com a maior das descontracções.
- Queres ser o quê?????- digo eu, assustado.
- Ladrona. Quero roubar aqueles que têm muito ouro e dinheiro para dar aos outros que não têm casa nem comida.
- Ah bom, se é para isso. Mas olha que chegaste a assustar-me. Já te estava a ver líder de um partido político político… brrr … Mas olha lá. Se queres fazer isso, porque razão quando é para dar brinquedos que já não usas, a meninos que não os têm, fazes um bocadinho de birra? - pergunto, para a picar.
- Sim, mas é uma birra muito pequenina. E é só porque tenho medo que eles os partam. - diz com um grande à-vontade.
- Mas se os vais dar, passam a ser deles. Se os partirem, o problema é só deles e de mais ninguém.
- Isso pensas tu. E tu não ficas triste por saberes que os brinquedos que tu me compraste com o teu dinheiro, vão ser dados a meninos que os podem partir?- pergunta-me ela, tentando chegar ao meu coração.
- E os que eu te compro e que depois és tu que partes?
- Mas eu sou tua filha e assim só tens que me comprar outros, agora os outros meninos se os partem, não têm depois ninguém para os voltar a comprar, e isso é triste e é por isso que eu faço um bocadinho de birra. E já não quero falar mais contigo sobre isto, pronto. - diz, depois de uma pequena pausa e de forma decidida.

Penso que afinal, existe o sério risco de ele ir para a política……


P.S.- A "enorme" quantidade de artigos aqui colocados hoje, podem estar a impressionar os habituais leitores, no entanto a explicação é simples: enquanto a minha mulher arruma as suas carradas de malas e me pede ajuda, eu digo que não posso, pois estou ao computador a resolver um assunto urgente, e de última hora do trabalho.

Injustiças e falta de coerência…..

Se ficou definido que sou eu que corto as unhas das mãos à nossa filha, enquanto a minha mulher corta as dos pés, e se está provado cientificamente que as unhas das mãos, crescem duas vezes mais depressa que as dos pés, pergunto eu, se não será justo a abertura de novas negociações, para uma distribuição mais justa das tarefas domésticas que me estão atribuídas.
E não me interessam cá desculpas: que a mocita roí as unhas das mãos, e que já é ela que põe a mesa e não eu. Pois essas situações resultam apenas do seu percurso educativo normal, e que nada têm a ver. Repito, nada têm a ver, com a questão de fundo que passa por mais uma evidente descriminação sexual, dentro desta família. Tenho dito.

Férias, o fim do stress........

Antes das férias, ou seja: das queimaduras; da areia a entrar em tudo o que seja buraco; e dos jogos de raquetas que a minha mulher me obriga o jogar e no qual, porque ela é uma aselha , tenho que estar constantemente a correr de um lado para o outro, a tentar apanhar a bola e ao mesmo tempo a tentar impressionar as belas moçoilas que eu sei que estão a olhar para mim, o que faz com que a minha mulher fique amuada pondo fim ao jogo só porque eu distraidamente começo a enviar a bola para cima de uns parvalhões, que nunca viram uma mulher jeitosa como a minha, a jogar raquetes. Ok, perdi-me.
Dizia eu, que antes das maravilhosas férias que me vão fazer esquecer, todo o stress de um ano esgotante (basta pensar que mais uma vez, vou estar acompanhado da minha sogra, da minha cunhada, do meu cunhado e das minhas sobrinhas adolescentes que falam um francês manhoso no meio de gritos estridentes, e não esquecer o facto de que este ano, vamos todos ficar uma semana enfiados dentro da mesma casa (parêntesis aos parêntesis: não se nota, mas houve uma pequena lágrima teimosa que caiu no teclado e que fez com que o mesmo tivesse uma pequena avaria pelo que, depois de todo o liquido escorrido foi colocado ao sol e substituído. Neste momento encontro-me a escrever com os meus óculos de mergulhador para evitar mais incidentes, porque o dinheiro não dá para comprar teclados, mas dá sempre para reunir toda a família do lado dela, numa mesma casa, durante a primeira semana das minhas merecidas férias…pausa para despejar os óculos…)). Ok. Perdi-me outra vez.
Bom, e porque isto já vai longo e ela quer que eu a vá ajudar a fazer as malas, para a semana em que vou estar dentro de uma casa com toda a sua família, que me vai estar constantemente a chatear sobre assuntos irrelevantes como: a qualidade de vida de um cidadão francês e de um cidadão português; com o meu sobrinho a chatear-me a cabeça, por causa de um jogo qualquer de futebol que para aí houve entre os dois países; a minha sobrinha a querer cravar-me o carro para ir passear com o namorado (o KiKi) sei lá para onde; com os meus sogros em contantes disputas para ver quem é que mais ofende o outro; e com a minha mulher a amuar porque eu irei estar sempre ao computador "...e que nas férias o sítio do computador é em casa, e que deveria era de sair com eles porque senão ainda pensam que eu não gosto da sua companhia......." Pois….perdi-me outra vez.
Enfim….o que eu queria dizer era algo de importante, mas agora assim de repente não me lembro…… Por isso, quero lá saber.

quinta-feira, julho 27, 2006

A minha sorte é o braço calejado.....

- Já viste a depressão com que o meu pai anda? - diz-me ela, no carro na viagem de volta de casa dos pais.
- Pois......
- Não sei o que mais posso fazer.
- Pois.....
- Só dizes isso?
- Ambos sabemos a causa da mesma.
- Sim, a minha mãe é uma chata, mas têm que saber viver um com o outro. Talvez....
- Talvez o quê?
- E se lhe déssemos viagra? - diz-me ela, com um sorriso maroto.
- E depois quem é que pagava as suas saídas nocturnas? Olha que com o que ele ganha de reforma, a festa não duraria muito.
- És mesmo estúpido. Tens que distorcer sempre o que eu digo. – diz ela ao mesmo tempo que levo mais um beliscão, no meu braço felizmente já calejado – Podia ser que assim eles se entendessem, pelo menos a esse nível.
- Mas tu não achas que ele já sofre que chegue? – digo eu, completamente indignado com aquela horrível sugestão.

quinta-feira, julho 20, 2006

Vacinas e demónios.....

- É a tua vez de levar a moça à vacina. – diz-me a minha mulher.
- Está bem, mas vem comigo porque assim vamos logo de seguida para o trabalho. – respondo eu.
- Não.....preciso de ficar aqui a arrumar umas coisas. Vai e depois vêm-me buscar. – diz ela, fingindo que estava muito atarefada.
- Há alguma coisa que eu não saiba? – pergunto eu à nossa filha, a caminho do Centro de Saúde.
- Sobre o quê?
- Sobre isto de tu ires levar uma vacina.
- Vou levar uma vacina? A mãe disse-me que eu ia só para te fazer companhia e que tu ias arranjar uns papéis. Dói-me a barriga. Quero ir para casa.- começa ela a gritar.
- Moça. Tem lá calma. Não me vais fazer passar vergonhas, pois não?
Entro no Centro de Saúde com a minha moça totalmente possuída, a espernear, aos berros e a dizer asneiras (se calhar tenho que ter mais cuidado com os desabafos que faço sobre o emprego, quando a minha filha está presente).
- Enfermeira Josefina, está aqui a Rita para a vacina. – grita a pessoa que está a atender, assim que nos vê, passando-nos para a frente de todos.
Chega a enfermeira Josefina.
- Ai. Já está assim? – diz ela, mal nos vê - Ainda não chegou nenhuma das estagiárias? – pergunta à administrativa.
- Não, mas olhe que não sei se elas conseguiriam lidar com isto sozinhas. – responde-lhe ela.
- Têm que aprender a lidar com tudo. – responde a enfermeira.
- Têm sacos de gelo para as minhas partes baixas? – grito eu, mas baixinho, depois de um dos vários pontapés descontrolados me acertar.
- LARGUEM-ME CAMBADA DE %$#&$. – grita o ser demoníaco que se apossou da minha filha.
- Esperem. A enfermeira Maria nunca deu uma vacina à Rita. Vou chamá-la.
- Importam-se de deixar de dizer a palavra vacina? –grito eu, baixinho, enquanto tento amarrá-la a uma cadeira e começo a pensar em ir buscar água benta.
Chega a enfermeira Maria.
- Então? Uma menina tão bonita e a fazer um escândalo destes? Como te chamas? – pergunta-lhe a enfermeira Maria.
- NÃO QUERO VACINA. QUERO A MÃE. QUERO IR PARA CASA. LARGA-ME $%&$. – grita o pequeno monstro.
- Queres levar mais palmadas no rabo? – pergunto-lhe eu. – Chama-se Rita. – respondo à enfermeira Maria.
- RITA. Esta é que é a Rita?- grita ela incrédula. – Josefina, anda cá se faz favor. – grita ela para a enfermeira Josefina.
- Não vou nada. Tu nunca deste uma vacina à Rita. Calha a todos. Para além disso o meu filho, para o ano, vai para a mesma turma que ela. – grita a enfermeira Josefina de dentro do seu gabinete.
A enfermeira Maria suspira fundo e manda-nos entrar. Depois de alguém levar para os seus lugares normais a carrada de cadeiras, que a nossa filha trouxe de arrasto, lá começamos a tentar comunicar com o ser demoníaco.
- Olha. Tenho aqui um spray mágico que vai fazer com que tu não sintas nada. – diz-lhe a enfermeira Maria.
- E o pai tem aqui mais palmadas para o teu rabo, se continuas assim. – digo-lhe eu.
- TU ÉS A MÃE DA CAROLINA, NÃO ÉS? – pergunta ela à enfermeira, num tom que me fez lembrar o filme o exorcista. – E TU PODES CONTINUAR A DAR TODAS AS PALMADAS QUE QUEIRAS PORQUE NÃO ME DOIEM NADA.- diz-me, ficando no ar um estranho e assustador cheiro a enxofre. Depois pensei no que tínhamos jantado na véspera (comida vegetariana que eu baptizei de provocagasesmalcheiros) e fiquei mais descansado.
Bom, após um enorme esforço para a imobilizar, lá se consegue dar a vacina, depois de mais umas asneiras, o seu corpo volta devagar ao normal.
- Então? Já passou? – pergunta-lhe a enfermeira Maria – Doeu assim tanto?
- Não. – diz a nossa filha fungando e enxugando as lágrimas.
- Vá. Para tu não ficares triste comigo, dou-te este relógio que temos aqui para dar a pessoas especiais. – diz-lhe a enfermeira ao mesmo tempo que lhe passa para as mãos um relógio de pulso digital de uma marca qualquer de medicamentos.
- Obrigada. – agradece ela enquanto se dirige para a saída. Antes de fechar a porta volta-se para trás - Manda um beijo meu à Carolina. – diz-lhe, com um sorriso maquiavélico e girando a sua cabeça de forma estranha.
- Quando é que começas a tratar da educação religiosa da moça? – pergunto eu, o ateu, à minha mulher quando chego a casa, ao mesmo tempo que me dirijo ao quarto para vestir algo que não esteja rasgado.

segunda-feira, julho 17, 2006

Diálogos Nocturnos.....

Durante a noite, no nosso quarto:
- Esse ar condicionado portátil que a tua mãe nos deu, faz um bocado de barulho.
- Sim, mas refresca.- respondo eu em êxtase.
- Mas assim não consigo dormir. – queixa-se ela.
- Eu também não. Principalmente se continuares a falar comigo. – queixo-me eu, enquanto puxo o aparelho para mais perto de mim.
Pausa
- Chega. Desliga isso que eu quero dormir- ordena ela.
Pausa
- Se não desligas, vou dormir para outro lado. Por isso escolhe, ou eu, ou o ar condicionado. O que decides?- pergunta-me ela, irritada.
Lição para as mulheres: Nunca façam este tipo de ameaça ao vosso companheiro, podem não gostar da resposta (principalmente se a fazem logo após o sexo).


E porque eu não falo em código:
- Acende a luz.
- Não.
- Porquê?
- Ainda estou a pensar que és outra.
Aqui está algo de muito perigoso para dizer a uma mulher, logo após uma sessão de sexo.

sexta-feira, julho 14, 2006

Vacas, manteiga e futebol.....

Ao pequeno-almoço:
- Pai, de onde vem a manteiga?
- Do leite das vacas.
- Mas como é que se faz?
- Bate-se o leite durante muito tempo e ele transforma-se em manteiga.
- Mas quem é que bate o leite?
- Ok. Toma atenção porque eu vou-te explicar tudo muito bem. Sabes aqueles tapetes rolantes que existem nos ginásios e em cima dos quais as pessoas correm?
- Sim. Aquilo que a mãe te está sempre a dizer que tens que fazer?
- Se começas a mudar de assunto a conversa acaba já.
- Desculpa. Continua.
- Existem tapetes desses nos sítios onde tiram o leite às vacas. Assim quando o tapete está parado, tudo o que sai das tetas da vaca é leite. Quando querem tirar manteiga, põem o tapete a funcionar a as vacas começam a correr e a abanar o leite. Quando elas já correram muito, está a manteiga feita e pronta para ser tirada das testas. Percebeste?
- Como é que tu sabes essas coisas todas?
- São coisas que se vão sabendo com a idade. Agora vai mas é lavar os dentes.
- Está bem. – responde-me ela saindo da cozinha.
- Porque raio é que tu inventas essas coisas? A moça ainda vai ficar a pensar que vive no mundo da fantasia. – diz a minha mulher.
- Já ouvistes as notícias hoje? A federação portuguesa de futebol continua a insistir na isenção de IRS dos prémios dos jogadores. – respondo eu, à ingénua que pensa que vive num mundo “real”.

terça-feira, julho 11, 2006

O Código Da lice.....

As nossas companheiras estão constantemente a enviar-nos frases em código. Se nós homens modernos, não decifrarmos esses códigos podem ter uma certeza: Nunca irão conseguir manter uma relação estável com alguém do sexo feminino.
Ora então, e uma vez mais imbuído (mais uma palavra que posso riscar da minha lista de palavras e colocar num post ) do espírito de conselheiro matrimonial, aqui vão algumas das frases enunciadas pelas nossas companheiras (ou pelo menos pela minha) com a respectiva tradução:
  1. “Eu não sou pessoa para guardar rancores.” Tradução1 : “Só guardo todas as palavras, acções e/ou comportamentos errados que tu tiveste, tens e irás ter para comigo, para que sempre que for possível, te mandar com eles à cara.” Tradução 2: “Estás fodido .”
  2. "Deixa que hoje ………….(colocar aqui qualquer tarefa doméstica) fica por minha conta.” Tradução: “E aí de ti que penses que isto não irá ter o retorno quando tu menos esperares por ele.”
  3. “Eu nunca te cobro nada.” Tradução: “Aí vem o pedido do retorno, pois agora é que tu estás no ponto, ou seja, estás a fazer algo que gostas e onde detestas ser interrompido.”
  4. “Amo-te tal como tu és.” Tradução1 : “Estás fodido .” Tradução2 : “Afinal ontem não tinhas razão, mas eu desculpo-te.”
  5. “As desculpas não se dão, evitam-se.” Tradução1 : “Magoaste-me muito e por mais desculpas que peças nunca mais me vou esquecer disto, e agora vou fazer o meu acto de virgem ofendida para ver se tu aprendes a respeitar-me e se para a próxima notas, que eu só fui ao cabeleireiro para te agradar.” Tradução2 : “Pois….estás fodido .”
  6. "És muito sensível." Tradução1 : “Olha pá. Eu posso não ser perfeita, mas isso não é motivo para ter que pedir desculpas. Mas se insistes eu peço, mas olhas que no fundo no fundo, ambos sabemos que eu tive uma boa razão para fazer/dizer o que fiz/disse.” Tradução2 : "Se usares bem o meu pequeno complexo de culpa, podes ter SEXO."
  7. "Estás mais magro?" Tradução: "Aproveita que eu não reparei que tu ainda não tiraste a loiça da máquina nem estendeste as carradas de roupa que eu, por pura maldade, deixo diariamente para tu estenderes, e vamos ao SEXO."
  8. "Estás mais gordo?" Tradução: "Larga-me que eu tenho que ir pôr as beringelas a cozer e não tenho tempo para isso."
  9. “Eu sou uma mulher que diz tudo aquilo que sente e nunca guarda nada cá dentro.” Tradução: Welcome to the Twilight Zone” Tradução do Inglês: HAHAHAHAHAHAHAHAAAAAA (pausa) HAHAHAHA ” Tradução do gargalhar sarcástico: “Estás fodido .”

quarta-feira, julho 05, 2006

Como lidar com um homem com depressão.....

A minha mulher tem uma forma estranha de me tirar o stress de cima, faz-me sobremesas que eu gosto, neste caso salame. Juntou os chocolates que sobraram da páscoa com restos de bolachas esmigalhadas que se encontravam no fundo de um frasco na despensa e...voilá. Obrigou-me a comer duas fatias daquilo e funcionou. Agora estou-me a borrifar para os problemas que me andavam a chatear, pois mal tenho tempo para pensar entre as idas à casa de banho e as fortes dores de estômago.

Casei com uma Alquimista.