sexta-feira, abril 28, 2006

Coisas simples....

Após uma longa conversa sobre os prós e contras de inscrever a nossa filha na primária, já no próximo ano lectivo:
- Então? Em que é que ficamos? Inscrevemos a moça, ou não?
- Não sei… Olha lá, porque não a informamos dos prós e contras e ouvimos a opinião dela?
- Ok. Boa ideia.
- Filha anda cá. Queremos te perguntar uma coisa.
- O que é? - pergunta ela.
- Blá blá blá….teca teca teca blá blá blá.
- E convém não esquecer que….blá blá blá….teca teca teca…e blá blá blá.
- E então o que queres? Preferes ir já para a primária, ou queres ficar mais um ano na pré?
- Quero ficar naquele que tem mais tempo de recreio. – diz, saindo logo de seguida para voltar às suas brincadeiras, pensando certamente, que tem uns pais muito complicados.

segunda-feira, abril 24, 2006

O 25 de Abril visto pelas crianças….

- Então para a festa de hoje…Já decoraste a música? – pergunto-lhe eu.
- Não digo. – responde a nossa filha.
- E a festa vai demorar muito tempo? – insisto.
- Não digo. – repete ela.
- E sabes porque é que se festeja o 25 de Abril? – volto eu a insistir.
- Não digo. E deixa de me fazer perguntas. – diz ela, deixando vir ao cimo o mau feitio que herdou da mãe.
- Pois….Tu não sabes e por isso é que não queres dizer.
- SEI SIM. Não quero é dizer.
- Deixa de dizer baboseiras. Não sabes nada. – insisto eu, usando os meus complexos conhecimentos de psicologia infantil.
- Sei pois, que a minha professora ensinou-me.
- Pois ensinou…. Aposto que nem sabes em que dia se comemora o 25 de Abril.
- Sei pois. É num feriado. Vês como eu sei.
- Está bem. Essa acertaste. Mas porque é que se comemora o 25 de Abril? – reparem no meu espectacular jeito inato para esta coisa da psicologia.
- A minha professora disse que era para festejar a morte de um senhor e que as pessoas ficaram todas contentes.
- Uau…a tua professora sabe mesmo as coisas. E quem era esse senhor? - pergunto para ver o que ia sair dali.
- Ela disse que não se lembrava do nome.
- Não era o Pai Natal?
- NÃO…..O PAI NATAL NÃO MORRE.- grita ela, quase desesperada por eu ter tido a audácia de sugerir o nome do seu ídolo.
- Como é que tu sabes? Se a professora não sabe o nome, pode ter sido o pai natal a morrer.
- NÃO FOI NADA. TU NÃO SABES NADA. O HOMEM ERA UM HOMEM QUE SÓ CHATEAVA AS PESSOAS E O PAI NATAL NÃO CHATEIA NINGUÉM.
- Bom, então se calhar foi outra pessoa….Agora, quem terá sido?
- Se calhar foi o Jesus. - diz ela, depois de uns instantes a pensar.
- Olha!!! Vamos telefonar à avó (minha sogra) a perguntar se no 25 de Abril se festeja a morte do Jesus.

Resultado: a minha mulher apanhou-nos a meio da marcação dos números e eu não consegui tapar a boca da nossa filha antes que ela dissesse à mãe o que íamos fazer. Pelo que se perdeu mais uma bela oportunidade de chatear a minha sogra.

sábado, abril 22, 2006

Principiantes....

Existe uma forma simples de detectar pais que estão, pela primeira vez, a fazer uma festa de aniversário, para os seus rebentos:
Quando perguntamos a que horas querem que nós vamos buscar os nossos filhos, dizem-nos: "A PARTIR DAS 20.30."

Nota: Para além disso, dizem-nos que acham estranho que todos os pais se riam, quando eles indicam essa hora.

quinta-feira, abril 20, 2006

Frases que a minha filha diz que me fazem chorar(3)....

No inicio da noite e enquanto ela me fazia companhia na minha cama, ao mesmo tempo que a mãe trabalhava no escritório na sua MALDITA TESE QUE NUNCA MAIS ACABA E QUE TEM DADO CABO DA NOSSA VIDA SEX...(não continuo porque prometi à minha mulher que só falava de sexo de 10 em 10 posts ...ou de 5 em 5?? ou...bom, não interessa) Continuando.
Estávamos na minha cama, ela resolveu pôr a sua cabeça em cima do meu peito, e disse:
- Sabes pai, adoro estar assim, a ouvir o teu coração a bater ao pé de mim.
Felizmente consegui conter as lágrimas até ela mudar de posição e deixar, FINALMENTE, de me espetar o seu cotovelo nas minhas costelas.

terça-feira, abril 18, 2006

Coisas Simples....

Ao pequeno almoço:
- Eiii!!! Porque é que essa última torrada é para ti? – pergunta-me a minha mulher.
- Porque fui eu que a agarrei primeiro. É a lei da selva, minha cara. – respondo eu.
- Humm…..está bem. Só uma palavra: Sexo.– diz-me ela.
Resultado:……..É PRECISO DIZER???????

sábado, abril 15, 2006

Os meus sogros (dia 1)......

Diálogo ontem, ao jantar, ou seja, dez minutos depois de cá chegarem:
- Não tenho muito fome. - diz o meu sogro.
- Claro. Com as amêndoas que comeste durante a viagem, não me admira. - responde-lhe a minha sogra.
- Quais amêndoas? - pergunta o meu sogro - Só comi uma.
- Uma? Tu não andas bom.
- Ó mulher, não digas asneiras. Só me deste uma logo após termos entrado para o comboio.
- Mentiroso. Então quem é que abriu o pacote?
- Isso foi ontem. Não te lembras que eu até te disse hoje de manhã para trazeres o pacote que JÁ ESTAVA ABERTO? - diz o meu sogro, já em avançado estado de irritação.
- Mas não estava nenhum pacote aberto. - responde a minha sogra - Tu andas doido.
- Estão a ver o que eu tenho que aturar? Desde que o médico me receitou anti depressivos, tenho que estar constantemente a ouvi-la a chamar-me doido. - diz-nos o meu sogro já desesperado.
- Quanto é que quer pelo frasco? - pergunto-lhe eu, com as duas mãos a segurar a cabeça.

quinta-feira, abril 13, 2006

Curtas da vida de casado....

Hoje de manhã, quando estávamos na casa de banho e num avançado estado de sonolência:
- Tive um pesadelo horrível. Sonhei que a tua mãe tinha telefonado às 7 da manhã a dizer que vinham cá passar a Páscoa. - digo-lhe, enquanto despejo a bexiga.
- Pois eu tive um sonho lindo, no qual tínhamos feito amor e eu tinha gostado. - responde-me ela, quase a salivar de prazer.
- ESTÚPIDA DE MERDA . NÓS FIZEMOS MESMO AMOR E TU GOSTASTE. - grito-lhe eu.
- E a minha mãe também telefonou. - terminou ela, revelando-me assim o inicio de um dia para esquecer.

quarta-feira, abril 12, 2006

A próstata.....

A minha está boa, muito obrigado. A do meu pai, nem por isso. Trata-se de uma situação que não tem piada nenhuma, segundo a sua opinião. Bom....correndo o risco de ser deserdado...aqui vai:
Sempre pensei, quando era puto, que um gajo especial como eu, só podia ser filho de um super herói (cheguei mesmo a pensar que eu próprio era um super herói quando, na adolescência, na escola, tinha que ouvir certos comentários, devido à roupa que a minha mãe me escolhia... brrrrrr ...)
Sempre esperei surpreender o meu velho, vestido com uns collants verdes e uma camisola justa, preparado para ir salvar o mundo. Agora que penso nisso....bela desculpa para quem é apanhado pelos filhos no meio de certos fetiches: "Porque estou com os collants da mãe? Bom, não te queria dizer isto, mas o pai é um super herói. Não acreditas? Repara na velocidade com que eu desapareço da tua vista."
Continuando. O meu velho anda com um problema na próstata e teve que ser operado, tendo-lhe sido implantado umas pequenas "sementes" radioactivas junto do tumor. E o que tem isto a ver com o facto de ele ser ou não um super-herói? Bom, começou logo pelos conselhos insensíveis que o médico lhe deu, após a operação. Disse-lhe que não podia ter sexo durante as primeiras duas semanas, e que, depois, e até passarem dois meses após a operação, só com preservativos. Reparem, lembrar a um homem de 65 anos que não usa viagra , que existem pessoas que têm sexo com intervalos inferiores a um ano, é uma crueldade. Só um super herói é que conseguiria sair do Hospital com um sorriso nos lábios. Até a mim me vieram as lágrimas aos olhos quando ele me contou esta parte....
Bom, adiante. Para além desta, houve outra situação que me tirou todas as dúvidas sobre o meu pai, o super-herói:
Durante dois meses, não pode estar muito próximo da neta. Ou seja, durante os próximos dois meses, só pode dar beijos furtivos. Nada de abraços, colo, ou brincadeiras que impliquem uma proximidade. Eis o que se passou no passado fim de semana:
- Filha, já reparaste que o avô não se aproxima de ti? - digo-lhe eu.
- É verdade, avô? - pergunta-lhe ela.
- É. - responde-lhe o meu pai.
- Porquê?
- Porque o avô tem uma coisa que te pode fazer mal. - continua ele.
- Experimenta lá aproximar-te dele. - digo eu à minha filha.
- NÃO......NÃO.... - grita o meu pai.
A partir daí, todos os poderes do homem radioactivo vieram ao cimo. Ele saltava sobre cadeiras, sobre mesas, abria portas a uma velocidade super sónica, batia recordes mundiais de velocidade da 3ª idade, etc.. Isto tudo enquanto a neta se ia rindo e o tentava apanhar. Tarefa impossível, pois ninguém conseguiu apanhar o Homem Radioactivo....o meu Pai....o meu HERÓI.

sexta-feira, abril 07, 2006

Frases que a minha filha diz que me fazem chorar(2)....

Hoje fomos comprar doces ao famoso Mestre Cacau, após a compra dos mesmos, e enquanto eu me deliciava com os espectaculares bombons de coco, eis que a nossa filha se volta para a mãe e, antes de pôr o bombom que escolheu, na boca, lhe pergunta:
- Isto não é comida muito saudável, pois não?
Como se essa facada não fosse suficiente, após colocar o terceiro bombom na boca, voltou-se para mim, enquanto eu ainda chorava pela sua primeira frase e me diz:
Pai, não gosto deste bombom, é demasiado doce.
O que podia eu fazer depois disto senão gritar em plena rua:
- EXIGO UM TESTE DE PATERNIDADE.

segunda-feira, abril 03, 2006

Perdidos (parte2)....

Eis o que se passou depois:
- Temos que traçar o azimute. – começou logo por dizer a amiga da nossa amiga, enquanto tentava perceber porque raio lhe tinham dado um mapa para as mãos.
- Olha que flores tão bonitas. – disse a nossa amiga.
- Espero que não nos tenhamos que sujar muito. – disse a minha mulher enquanto olhava para o pessoal que estava a terminar a prova e que vinha todo cheio de lama.
Bom, eu e o meu colega de infortúnio olhámos um para o outro, suspirámos, encolhemos os ombros e dissemos:
- Embora. É por aqui.
- Já traçaram o azimute? – perguntou a amiga da nossa amiga, enquanto olhava para o seu mapa.
- Por aí não há flores silvestres. – disse, triste, a nossa amiga.
- Pois. Só há lama. Vão vocês. Nós vamos por outro lado. – disse a minha mulher.
- Mas nós é que temos as bússolas. Sem bússola têm que nos seguir. – disse-lhes o meu ingénuo companheiro.
- Olha para ele!!! Se não começas já a ter controlo no homem, ele vai pensar que tu tens que o seguir sem pensar. Conheço o género. – diz a minha mulher para a nossa amiga.
- Pois, tens toda a razão. – responde-lhe esta, virando-se depois para o seu namorado e dizendo – Não comeces já com esses machismos. Nós é que tivemos a ideia de participar, por isso dá-nos uma bússola e nós vamos por outro caminho.
- Mas nós é que temos o chip. – digo eu.
- E têm o azimute traçado? – pergunta a amiga da nossa amiga.
- Bom, isso não interessa. Nós somos capazes de nos orientar tão bem, ou melhor, que vocês, por isso, levem o chip que isso não nos interessa. Vão ver que ainda vamos chegar primeiro que vocês. – disse a minha mulher.
- Mas porra. Não era suposto sermos uma equipa? – digo eu.
- Vocês estão armados em parvo e pensam que nós temos que vos seguir. Se quiserem venham vocês atrás de nós. Mas nós não vamos por aí. – responde a minha mulher.
Não vou referir a troca de palavras, menos amistosa, que se seguiu, mas o resultado foi: homens para um lado, mulheres para outro. Ficou combinado que elas deixariam uma flor em cada estação, para provarem que tinham lá chegado primeiro que nós.
Após duas horas, terminámos o percurso e depois de uma hora de espera, resolvemos ir à procura das mulheres. Estavam divertidíssimas, com uns putos da academia militar, os quais as estavam a ajudar a chegar às estações sem se sujarem e passando pelas zonas com as flores mais bonitas. Um deles estava pacientemente, a explicar à amiga da nossa amiga o que era um azimute. No caminho de volta, enquanto nós, cansados queimados pelo sol e sujos de lama, vínhamos calados, as nossa companheiras não se cansavam de falar da simpatia dos militares, enquanto partilhavam as fotos digitais que tiraram (sim, levaram câmaras fotográficas para a prova) e faziam a distribuição dos ramos de flores silvestres que tinham apanhado. A coisa só terminou mal quando elas nos informaram que já nos tinham inscrito (a nós e a elas) para uma outra prova que vai ter lugar no inicio de Maio, e a amiga da nossa amiga garantiu que nos vão ganhar porque agora já sabe traçar o azimute. Digamos que o azimute foi enviado para certos sítios e serviu para ilustrar, de uma forma bem clara, o que pensávamos delas naquele momento.

Perdidos (parte 1).....

Uma prova de orientação, à partida, deveria ser algo para ser levado a sério, pelo menos é essa a minha convicção, não partilhada pela parte feminina da minha equipa. Para elas, uma prova de orientação é apenas um teste à capacidade dos seus companheiros, para as aturarem.
Estão mais do que provadas cientificamente, as fracas capacidades das mulheres, para se orientarem no espaço. No caso da minha mulher, posso dizer, com algum orgulho, que a mesma tem a capacidade de orientação de um pombo de correio morto, e já num estado avançado de decomposição (para que não restem dúvidas). Tem a capacidade de se perder numa linha recta (não posso ser mais específico, devido a, e passo a citar: “ATREVE-TE” fim de citação).
Mas vamos à prova. Tudo começou após mais uma sessão de acupunctura (para os preocupados com a minha saúde, posso vos dizer que, infelizmente, os tratamentos passaram de semanais a quinzenais, pelo que são menos 20 minutos que passo deitado, por quinzena). Chego a casa e já lá está toda a equipa, composta por: a minha mulher, uma amiga, uma amiga da amiga e o namorado da amiga. Fiquei logo com a sensação que a coisa não iria correr bem ao ver a quantidade de comida armazenada em várias arcas térmicas. Pergunto, ingenuamente, se tínhamos ficado encarregue de alimentar algum rancho folclórico (cheguei a pensar que se tratava de comida para subornar todos os membros do júri da prova e toda a respectiva Federação Portuguesa de Orientação, mas depois reparei que entre a comida estavam restos de uma quiche vegetariana, feita pela minha mulher, pelo que….) A minha mulher respondeu-me de uma forma que considerei imprópria e que demonstrou uma certa falta de respeito pelo, autoproclamado chefe da equipa, ou seja, pela minha humilde pessoa.
Partimos em direcção a Évora, onde se ia realizar a prova. Chegámos, já atrasados, pelo que a organização nos deu apenas 10 minutos para comer. Esse tempo foi aproveitado, pelas mulheres da equipa, para escolher criteriosamente, o melhor sítio para estenderem a toalha e colocarem sobre a mesma TODO o repasto que tinham preparado, pelo que após 20 minutos estávamos prontos para comer e passado meia hora, prontos para partir, o que aconteceu após subornarmos quem estava a controlar as partidas (e não, não foi com uma fatia da quiche vegetariana).