segunda-feira, janeiro 30, 2006

Os Saldos......

Os saldos……..os saldos, os saldos, os saldos…..(suspiro)………….os saldos…..(forte suspiro)……..Como se não bastassem as chatices normais que existem na vida de casado, ainda temos as chatices sazonais….os saldos.
Bom, como começar? Digamos que os saldos excitam a minha mulher, para níveis que, se fossem sexuais, me levariam a aceitar grande parte dos produtos e das sugestões que diariamente recebo no meu mail (viagras e derivados, enlarge your penis, etc.).
Bom, mas vamos aos saldos. Na época dos saldos, não convém falar muito com ela, pois qualquer coisa que se lhe diga é logo levada para o lado mau. Algo tão simples como lhe dizer: “E vais ter coragem para ires, com isso vestido, para a rua?” Dá logo direito às suas famosas represálias (culinárias ou sexuais, depende dos dias). Não resulta tentar refrear o seu espírito consumista, que ela tanto critica nos outros durante a restante parte do ano, nem tão pouco adianta telefonar para o banco a pedir que baixem o limite de crédito do seu cartão (parece que eu ser visto pelo banco como o chefe da família, é apenas algo de simbólico). Também não produz nenhum efeito, mostrar-lhe o balanço negativo das nossas contas, principalmente quando ela está a experimentar a sua nova roupa interior… Enfim, pouco ou nada podemos fazer a não ser aguentar e esperar que a herança da sogra não demore muito a chegar.
Há, no entanto, algo que me preocupa profundamente: as alucinações que a atingem nesta época. Como se sente triste por mais ninguém partilhar da sua excitação com os saldos criou uma figura imaginária a quem eu chamo o Parvo. Chega a casa com um saco cheio de roupa e começa logo a falar com ele:
- Amor, anda ver o que eu comprei para ti. E ainda por cima ainda foi mais barato do que o preço que estava marcado e que já era bastante baixo. – grita ela assim que chega a casa.
Presumo que o seu homem imaginário está sempre ao meu lado, pois sou logo de seguida bombardeado com calças de velho, camisas coloridas e camisolas que só vestiria se me dessem os números certos do euromilhões. Depois como, obviamente, o seu homem imaginário, nunca veste a roupa que ela lhe compra, começa aos gritos com ele.
- ENTÃO, MAS NÃO VESTES O QUE EU TE COMPREI? MAS ANDO EU A GASTAR DO MEU TEMPO A COMPRAR COISAS PARA TI E TU NÃO DÁS QUALQUER VALOR AO MEU ESFORÇO. SE NÃO VESTES ISTO AGORA, AMANHÃ LEVO DE VOLTA E VOU TROCAR POR ROUPA PARA MIM.
Felizmente que o seu homem imaginário não a ouve, porque senão poderia dizer coisas do tipo:
- MAS A PARTIR DE QUANDO É QUE EU TE PEDI PARA ME COMPRARES ROUPA? QUANDO EU PRECISO DE ROUPA EU COMPRO, NÃO PRECISO QUE NINGUÉM ME COMPRE NADA. EU SOU UM SER AUTÓNOMO. OUVISTES? AUTÓNOMO.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Visita ao Deus da fertilidade, mais conhecido por ginecologista…..

- Então sempre vens comigo?- ordena ela.
- Mas o gajo também quer falar comigo? – digo eu, só para meter conversa.
- Bom, deixa-te de porras e vamos embora. Já sabes que eu não gosto de chegar atrasada a nada. – diz ela.
Optei por nada dizer sobre a sua última frase, pois deduzi que não deve ser bom irritar a mulher antes de uma consulta sobre fertilidade (nunca se sabe o que ela lá poderá dizer).
Bom, lá fomos e lá entrámos. Deus pergunta se há novidades:
- Não. Há um ano que temos relações sem contraceptivos e nada. – começo eu.
- Hmmmm…. – diz Deus enquanto escrevinha algo.
- Pois. Eu tento fazer as contas para que só tenhamos relações naquele que eu penso ser o meu período fértil….mas…. – diz a minha mulher.
- HAAAA, ENTÃO É POR ISSO!!! – desabafo eu, após o que Deus olha para mim, diz:
- Hmmmm…. – e volta a escrevinhar, ao mesmo tempo que levo um pontapé que me deixa ainda mais vermelho.
E Deus leva-a para a examinar, na sala ao lado, fechando a porta atrás de si.
Fico sozinho, com a minha dor na perna e a olhar para as imensas fotos de crianças que Deus tem espalhadas pelo seu gabinete. Reparo que deixou o papel com os seus apontamentos em cima da secretária. Após dois segundos, em que me vieram à cabeça pequenas mariquices ligadas à ética, resolvo dar uma pequena espreitadela aos mesmos. Descubro que Deus tem um sórdido sentido de humor, pois vejo desenhado, ao lado dos hieróglifos próprios da classe dos Deuses, um boneco, masculino, com o órgão sexual murcho. Até eles voltarem, fico a meditar na possível metáfora que possa ali haver, mas não consigo chegar a nenhuma conclusão que faça sentido.
Quando regressam, os seus olhares vêm fixos em mim. Deus senta-se, endireita o seu bloco de apontamentos, enquanto olha para mim num tom reprovador e diz:
- Hmmmm….. – enquanto escrevinha mais uns hieróglifos.
Iniciou depois uma palestra sobre mineiros, bombeiros, condutores profissionais, e outras profissões que aparentemente têm as gónadas demasiado apertadas e/ou aquecidas, e os efeitos que isso tem relativamente à fertilidade masculina. Olhei para a minha mulher à procura de algo que fizesse sentido, mas ela apenas ia abanado com a cabeça em concordância com Deus.
- Foi-me dito que você passa as noites com um portátil em cima das pernas. – diz Deus.
Fez-se luz. Mais uma vez: a famosa bufa de Deus….
- E que muitas das vezes adormece com ele assim. – continua Deus.
- Mas eu ultimamente ponho uma almofada por baixo, e posso-lhe dizer que isso não me faz esmorecer, pois estou sempre pronto para a acção. – respondo, enquanto olho claramente para os seus apontamentos, para ver se o desenho do boneco continuava murcho.
- Hmmmm…. – diz Deus enquanto tapa os seus apontamentos e escrevinha algo mais.
- Vai fazer um espermograma e a sua mulher leva também aqui umas análises para confirmar se está tudo bem. – continua Deus entregando-me a folha com o pedido do espermograma.
- Mas…. – balbucio eu. – eu….um espermograma…..onde é que se faz isso por aqui? Pode ser em casa? È que eu nunca tive jeito para…. Bom….digamos que não gosto de trabalhar sozinho…pelo que um espermograma….assim numa clínica… não sei se vai funcionar…- digo, ao mesmo tempo que vejo Deus acentuar, com a sua caneta, a “murchidão” do membro sexual do “famoso” boneco.
Resultado: Lá nos despedimos de Deus, não sem antes, este, dar um último conselho à minha mulher: Está, literalmente, tudo nas suas mãos.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

O meu dia a dia.....

Para os que julgam que a minha vida é fácil, e que tenho tempo para andar a contar a minha vida a estranhos, aqui fica a descrição das minhas últimas semanas:
Tudo começa às 6 e meia da manhã, comigo a imaginar novas formas de destruir o despertador da minha mulher. Depois, às 7 e meia, volto a acordar, mas desta vez com os gritos da minha mulher: “DEPOIS NÃO DIGAS QUE É POR CAUSA DE MIM QUE CHEGAS ATRASADO AO EMPREGO”. Vou acordar a nossa filha e combino com ela, mais uma vez, uma corrida, para ver quem é que se veste primeiro. Sou depois acordado, como sempre, pelos gritos histéricos da nossa filha: “GANHEI OUTRA VEZ. GANHO-TE SEMPRE.” (os sacrifícios que um pai faz para ver a sua filha feliz).
Vou para a casa de banho, onde a provocadora da minha mulher já acabou o seu banho e espera que um macho como eu resista às suas provocações, que implicam posar nua à minha frente, enquanto grita: “PORQUE RAIO NÃO POSSO TOMAR BANHO SOSSEGADA SEM TU ME VIRES CHATEAR? ACHAS QUE SOU ALGUM OBJECTO?” Depois de ser obrigado a tomar um banho de água fria, visto-me e vou pentear a nossa filha. Depois dela me puxar, várias vezes, os meus parcos cabelos como paga por eu a ter aleijado, quando tentava desembaraçar o seu cabelo, descemos e, enquanto preparo o pequeno-almoço, penso sobre quais poderão ser as razões, pelas quais, de manhã, a minha mulher tem sempre tempo para pôr as porcarias dos cremes, mas nunca tem tempo para uma rapidinha. Quando, finalmente ela nos vem fazer companhia, a nossa filha pergunta-lhe, mais uma vez, o que é uma rapidinha, e eu ouço, mais uma vez, estranhos comentários relacionados com coisas que a professora da nossa filha diz à minha mulher, sempre que se encontram (aparentemente a nossa filha faz perguntas demasiado adultas para um contexto pré-primário, o que só prova que é uma sobre dotada).
Bom, finalmente partimos para a nossa jornada diária, mas só após ser, mais uma vez, acordado por gritos: “ENTÃO, TANTA PRESSA E NÃO PÕES O CARRO A ANDAR. JÁ CHEGUEI. VAMOS. DEPOIS NÃO DIGAS QUE É POR MINHA CAUSA QUE TE ATRASAS.”
Após o dia de trabalho, lá volto para entreter sozinho a nossa filha, o que não é fácil, pois nunca concordamos com o programa da TV que ambos queremos ver. Às Terças e Quintas, é dia de a acompanhar à piscina, onde de dez em dez minutos (por vezes de 5 em 5) lhe pergunto se ela ainda não está cansada, pois não quero que ela seja como alguns miúdos que conheço que têm actividades físicas a mais. Ela, para se fazer de forte, diz sempre que não e para eu a deixar em paz pois está-se a divertir.
Após o jantar temos o nosso campeonato de Uno, onde a moça já me ganha mais vezes do que seria normal, para quem ainda não sabe esconder o seu jogo.
Após a leitura da história da Barbie Rapunzel, para a qual já nem preciso de ver o livro para a contar, deixo-a a dormir, desço e agarro no computador para contar as minhas mágoas. Sou então acordado suavemente pela minha mulher que regressa do seu curso pós laboral: “A TELEVISÃO LIGADO. A LUZ ACESA. O COMPUTADOR LIGADO E TU A DORMIR.” E assim termina o dia.
No meio de tudo isto descobri algo que sinceramente me aflige: Passou a existir uma relação muito estranha entre o número de “posts” que ando aqui a pôr e o número de relações sexuais que ando a ter, e essa relação não é inversamente proporcional.

domingo, janeiro 15, 2006

O jogo do Uno com a minha sogra.....

- Percebeste as regras? – pergunta-lhe a minha mulher.
- Claro. Lá por eu não ter um curso superior, não quer dizer que seja burra. – responde-lhe a minha sogra.
- Claro que não. Tenho colegas meus que são bem mais burros que você. – digo eu para aligeirar a coisa.
- Mãe, se continuas a dar pontapés ao pai, nunca mais começamos a jogar. – queixa-se a nossa filha.
……
- Eiii….Não comeces com batotices, eu posso ser velha mas não sou parva. Essa carta não é amarela é vermelha. – diz-me a minha sogra.
- Mas é o número quatro, logo é o mesmo número do que a carta que está no cimo do baralho. – respondo eu com a minha infinita paciência.
- Mas eu ainda há pouco joguei o quatro e disseram-me que não podia, e agora tu já podes? É por ser vermelho? Como és comunista tu já podes jogar o quatro vermelho, mas eu não, é isso não é?
- Mãe, não comeces com isso. As regras são como ele te está a dizer.
- Não comeces é tu. Sempre a defendê-lo. Não sei como é que casaste com um comunista.
- Pai, o que é um comodista?
- É uma pessoa com muita paciência para aturar a tua avó. Vamos continuar. Agora com esta carta você não joga. – digo eu para a minha sogra.
- Não jogo porquê? Ofendi o menino foi? COMUNISTA COMUNISTA COMUNISTA.
- Porra mulher. Explique lá o que é isso de um comunista para que a sua neta entenda o que é que você me está a chamar.
- Olha filha, foram os comunistas que deram cabo do nosso país com o 25 de Abril. – diz ela para a neta.
- Antes dos comunistas não havia 25 de Abril? – pergunta-me a minha filha.
- Não filha. Passávamos directamente do dia 24 de Abril para o dia 26. – respondo eu.
- Não desconverses. No tempo do Salazar é que era. – diz a minha sogra.
- Pois, por isso é que emigrou. – digo eu.
- Deixa-te de conversas e joga. – diz ela sem vontade de aprofundar o assunto.
- Ok, agora com esta carta mudo o sentido do jogo e você não joga. – digo eu para a minha sogra.
- COMUNISTA. – responde-me ela.
- Porra, mulher, você nem sabe o que é um comunista ou um socialista, ou esquerda ou direita, por isso limite-se ao que sabe. Logo, fique calada. – digo eu irritado.
- Já te disse que vou votar no Cavaco? – diz ela tentando provocar-me.
- Foi para isso que o 25 de Abril existiu. Para que cada um de nós possa escolher livremente em quem vota. Mesmo que não faça a mínima ideia do porquê. –respondo-lhe eu ao mesmo tempo que grito – UNO- tendo já a certeza que iria ganhar graças à carta que tinha.
- O que é que esta carta faz? – pergunta a minha sogra à minha mulher.
- Podes trocar de baralho com quem queiras. – responde-lhe ela.
- Quero trocar com o teu marido. – diz ela retirando-me a minha única carta e dando-me em troca dezenas delas. Tudo isto acompanhado por um riso digno de qualquer vilão dos velhos filmes de terror.
- Mãe, como é que se escreve foda-se? – pergunta a nossa filha da cozinha (onde está o quadro do não gostei).

domingo, janeiro 08, 2006

Frase resumo do fim de semana.....

Sempre gostei de séries fantásticas, mas nem a espectacular 5ª dimensão se aproxima do que é passar um serão a jogar Uno com a minha sogra.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Porras......

Venho por este meio informar que, dado o facto da minha filha nunca mais acertar com os números do Euromilhões (talvez o facto de ela só saber contar até 10, condicione um pouco, as minhas, já não muito grandes, possibilidades de ganhar) este blog irá passar por uma fase menos produtiva, pois a vida custa a ganhar e o trabalho não aparece feito, mesmo quando um gajo tira uns dias de férias, ou seja, as 24 horas que tenho por dia não me chegam para tudo, logo há opções a tomar. Assim, entre ver TV e escrever, tenho que optar pela TV, pois pago uma mensalidade que tem que ser rentabilizada.
Não queria, no entanto, despedir-me, por agora, sem responder a algumas estranhas questões que me foram dirigidas. Digo estranhas porque penso que as respostas encontram-se patentes ao longo do blog. De qualquer maneira, e para encher, aqui vai:
>E tu casaste-te porquê se estás bem é longe da tua 'castradora'?! É só por sexo?
Sim (tu não lês muito os meus posts, pois não?) Próxima pergunta
>Ficavas solteirinho.
Ok, não foi só pelo sexo, ela também me aliciou com o dinheiro que iríamos ganhar se nos casássemos pela Igreja, pelo que foi pelo sexo e pelo dinheiro. Próximo.
>Tenho pena da moça por ter que suportar alguém tão ingénuo,
Nesta parte do ingénuo tens razão, pensava, ingenuamente, que iria ter sexo todos os dias, mas…..enfim…como ela ganha tanto como eu, já não me importo tanto.
>supérfulo e egocêntrico como tu.
Ela queixa-se mais por ter que suportar o meu peso, mas desde que tenha o seu orgasmo tudo se aguenta (palavras dela). Por falar em orgasmo….trata-se de algo que as mulheres têm e que faz com que as mesmas fiquem mais dóceis e fáceis de lidar, no entanto quero que te sintas à vontade para vires para aqui despejares as tuas frustrações sexuais (aliás é para isso que este blog existe, para deixar aqui as minhas frustrações sexuais, ou outras). Por falar em frustrações sexuais, certa vez fiz um pequeno questionário para avaliar o nível de frustração sexual dos homens, agora chegou a vez das mulheres, aqui está.