segunda-feira, abril 25, 2005

O 25 de Abril......

Hoje resolvemos participar nas actividades existentes, cá na vila, para comemorar o 25 de Abril. Porquê? Não sei. Tem algo a ver com a merda da testosterona que me continua a pregar partidas. “Amanhã há um passeio de bicicleta até à barragem X seguido de um almoço dado pela Câmara. Vamos?” pergunta-me ela. “Almoço de borla. Claro.” Digo eu, o estúpido sovina, sem pensar bem no que queria dizer passeio de bicicleta. Hoje, toca a acordar, tomar o pequeno almoço e preparar as bicicletas. Só quando comecei a suar, por estar a encher os pneus das mesmas, é que comecei a pensar no que estava prestes a acontecer. “Olha lá, a barragem é longe?” pergunto-lhe eu. “Não. Acho que são só 10 Km.” Diz-me ela. Penso: 10 Km para lá, mais 10 Km para cá, mais um almoço de borla…..Ok, acho que aguento. Vamos então embora. Ela com os cinquenta sacos com fruta, água e casacos, no cesto da bicicleta e eu com a nossa filha na cadeira, na minha bicicleta. As coisas começaram logo mal: como partimos fora de horas (demorei algum tempo a recuperar o fôlego por ter que dar ar aos pneus) tivemos logo que fazer um grande esforço, para apanhar o longo pelotão de gente (porra, nunca pensei que existissem tantos sovinas, como eu, cá na vila). E se começaram mal, assim continuaram: não conseguia descolar do carro vassoura. O gajo bem que me tentava incentivar com buzinadelas estridentes, mas não é fácil pedalar com 10 quilos a mais e ainda com a nossa filha (sim, os dez quilos extra são do meu belo corpo). No entanto, nas descidas, este meu peso extra fazia com que passássemos para a frente de quase todo o pelotão. Aí era ouvir os gritos estridentes da nossa filha: “Embora pai, passa por eles todos. Força pai.” Mas rapidamente era apanhado, nas rectas e nas subidas, pelo carro vassoura e pela ambulância que, estranhamente, também me começou a seguir. Aí os gritos estridentes davam lugar a palavras de incentivo: “Pai, se não pedalas mais depressa nunca mais te deixo comer dos meus doces.” A minha mulher também me incentivava: “Bom, estás mesmo a precisar de fazer mais exercício.” “MAIS EXERCICIO??? NÃO ACHAS QUE ESTE QUE ESTOU A FAZER VALE POR UM ANO DE EXERCICIO?” pensei eu, porque não conseguia falar (todo o ar que entrava era pouco para as minhas necessidades). Passados 10 km parámos, pensava que isso era o fim, mas afinal, AINDA SÓ ESTÁVAMOS A MEIO. Não consegui refilar com a minha mulher, porque passei todo o tempo a tentar recuperar o fôlego. Passados poucos minutos (parece que já estavam todos à espera do carro vassoura há 20 minutos) partimos novamente. Entretanto um dos organizadores do evento resolveu acompanhar-me. Incentivava-me de uma forma estranha: “Está a ver aquela subida? É a pior.” “Você não anda muito de bicicleta, pois não?” “Amanhã você não vai sentir o rabo.” AMANHÃ??? PORRA!!! DEIXEI DE SENTIR O RABO LOGO NOS PRIMEIROS QUILOMETROS. Pensei eu, uma vez que não consegui falar..sim, as razões são as mesmas já mencionada anteriormente. No entanto, consegui balbuciar algo de parecido com: “Quanto falta?” Ao que ele me disse que só faltavam 8 Km. Parei a bicicleta, tirei a nossa filha da cadeira e pu-la no carro de apoio, pois estava farto de ouvir gritar: “O PAI É GORDINHO..O PAI É UM GORDINHO…VAMOS EM ÚLTIMO…VAMOS EM ÚLTIMO…” Senti um alivio imediato, pelos menos nos ouvidos. Finalmente, chegámos e percebi porque razão o almoço era de borla: Com as dores e o cansaço, o pessoal fica com mais vontade para se deixar ficar estendido no chão, do que para ir comer alguma coisa.
Assim que descansámos e nos reabastecemos, eu e a minha mulher resolvemos voltar, tendo a garantia que a nossa filha seguiria depois no carro de apoio. Quando cheguei a casa fiquei contente comigo. Conseguia andar (mal, mas conseguia) e ainda por cima estava com vontade de ter sexo com a minha mulher. Agora ainda estou. Assim que o meu corpo me obedecer, estou a pensar em passar do pensamento à prática. Só não sei é quando é que isso vai acontecer….

domingo, abril 17, 2005

A troca de tarefas (outra vez)….

Chegou ao fim o meu reinado na cozinha. Já há uns tempos que, de uma forma subtil, ela se oferecia para fazer o jantar: “Porque já descongelei isto…” ou “Porque quero experimentar fazer aquilo…” ou ainda “Porque estou farta de comer as merdas fritas que tu te fartas de fazer…” Com este tipo de conversa foi-se aos poucos instalando e assumindo o controlo de todas as tarefas. Deixei de ser o chefe de culinária e passei a ser o mero ajudante de 3ª classe. Apercebi-me disto no dia em que dei por mim a cortar tomates e pimentos para que ela, posteriormente, os recheasse (indo ser esse o nosso jantar). Senti que tinha chegado à submissão máxima a que um homem pode ser sujeito pela sua cara metade (bom, mais tarde lembrei-me de outras que ocorrem quase todos os dias, mas pronto….). Dei dois pares de estalos a mim próprio, para acordar daquela minha letargia (ok, estou a exagerar que eu sou um gajo pacifista, a realidade é que cortei o dedo em vez do tomate e foi isso que me “acordou”).
Encarei-a de frente e disse-lhe:
- Olha lá, a partir de quando é que ficou definido que eras tu a fazer o jantar? Não era essa a minha tarefa?
- As tarefas, nesta casa, não são nem tuas nem minhas, são nossas e podemos, por isso, trocá-las sempre que o queiramos. – respondeu ela, enquanto preparava o recheio para os pimentos. – Olha, agora acaba o resto enquanto eu vou pôr o pijama. Quando terminares, vem ter comigo para falarmos melhor sobre isso. – acrescentou.
AAAAAAAAAHHHHH. Aí está o truque mais velho do mundo. Quando sabe que não tem razão, tenta convencer-me através do assédio sexual. Mas desta vez ia ser diferente. Desta vez não ia deixar que ela fizesse de mim uma marioneta. Desta vez iria lhe mostrar que eu também mandava:
- Acabo isto, uma merda. Vamos primeiro para a cama e SÓ DEPOIS É QUE VENHO ACABAR ISTO, ENQUANTO TU TE VESTES. SIM, PORQUE EU TAMBÉM MANDO AQUI ALGUMA COISA – disse-lhe eu de uma forma que não admitia qualquer resposta.
E ASSIM FOI. Porra. Há situações em que um homem tem que se impor e PONTO FINAL.

quinta-feira, abril 07, 2005

A celulite....

A celulite, eis um problema que afecta as mulheres, e segundo a minha mulher, alguns homens, diz ela enquanto me faz festas na barriga. É certo que todos os homens que conheço (tirando uma ou duas excepções) gostariam de ter uma mulher sem celulite, mas também gostaríamos de as ver com um pouco mais de peito, gostaríamos de ver os seus gritos, a serem transformados em palavras de apoio à forma como mostramos aos filhos, porque razão o pai pode comer leite com bolachas ao jantar e eles não, etc..
Nós, os homens, estamos perfeitamente conscientes das limitações que a vida nos impõe, sabemos que milagres não existem, ou seja, não podemos ter uma mulher que só tenha o que nós consideramos qualidades. Até porque se tornava aborrecido e nós também gostamos quando elas nos dão uma certa luta, desde que tenham cortado as unhas antes.
Um gajo quando casa e/ou passa a viver com uma mulher, já sabe à partida, que o produto adquirido irá sofrer uma certa deterioração com o tempo, mas temos que ver isso pelo lado positivo: ainda não lhe estão a crescer pêlos na cara (pelo menos que sejam muito visíveis). O facto de essa deterioração ocorrer é algo que tem que ser encarado por nós de uma forma natural.
Resumindo, temos que ter sexo o maior número de vezes que nos for humanamente possível enquanto a deterioração não for muito acentuada, porque depois temos que dar a tal desculpa da andropausa e da próstata para que elas não se sintam mal.
Voltando à celulite. Para a minha mulher o ataque à celulite não ocorre apenas nas vésperas da época balnear. No seu caso trata-se de uma guerra diária, com cremes, mistelas, e o uso de luvas especiais, que têm a vantagem de poderem ser utilizadas na limpeza dos restos carbonizados, existentes no fundo dos tachos, sempre que me calha a mim fazer a janta.
Para além destas práticas diárias, ainda tentou, durante uns tempos, que eu agisse como seu massajador particular, no entanto só tinha direito a massajar as suas pernas, porque: “…blá blá blá…as pernas são mais abaixo…blá, blá, blá…não temos tempo para brincadeiras….blá blá blá…porque que é que te estás a despir?…blá, blá, blá…quero lá saber se é um desperdício… blá, blá blá…TIRA JÁ ISSO DAÍ….” o que, obviamente, representava uma tortura censurada pela declaração internacional dos direitos humanos, e que felizmente nunca chegou aos ouvidos da Amnistia Internacional. Antes que ela apresentasse queixas formais por violência doméstica, resolvi que o melhor era acabar com aquilo. A minha ajuda actual, passa por ir ter com ela sempre que se encontra no duche, a fazer as suas automassagens com a tal luva. Só não gosto da parte em que ela passa água fria pelas pernas, “Estimula a circulação” diz ela. Pois…..temos diferentes noções do que é que a água fria estimula OU NÃO.