segunda-feira, novembro 29, 2004

Deus, a minha mulher e eu......

Hoje quando me dirigi para a casa de banho, para a primeira mija do dia, já lá estava a minha mulher que me surpreendeu quando me disse, assim que me viu: “Esta noite o gajo lá de cima falou comigo.” enquanto apontava para o tecto. Ora, um gajo ainda não sabe se já acordou, ou se está num daqueles sonhos em que está à rasca para mijar e passa o sonho a caminho da casa de banho, pelo que não sei qual a razão da sua implicância quando eu disse, ensonado, a primeira coisa que me ocorreu: “Temos um gajo a viver no sótão?” É óbvio que começou logo a chamar-me nomes, o que me ajudou a perceber que afinal já não estava a dormir, estava de volta à realidade, o que eram boas notícias para a minha massacrada bexiga. Afinal o que raio é que o gajo lá de cima, que felizmente não vive no nosso sótão (porra, já me chega ter lá, segundo a nossa filha, um dragão e uma bruxa má sem me pagarem renda) lhe disse? Perguntam os leitores. Não faço a mínima ideia. Estava tão aliviado a mijar, que não percebi quando é que ela deixou de me chamar nomes e passou a contar a sua história. Apenas percebi algo sobre uns sinais que ela tinha sentido durante a noite. “Porra, isso fui eu quando acordei a meio da noite e tentei-me aproveitar do seu sono. Querem ver que o gajo lá de cima sou eu?” Pensei. Mas não. Afinal os sinais eram umas coisas quaisquer que ela tinha sonhado e que......sei lá.
Esta relação que ela tem com a religião é um pouco esquisita. Para ela nada acontece por acaso, tudo tem que ter uma razão. É estranhíssimo vê-la quase em transe a tentar adivinhar os sinais escondidos por detrás de situações banais. Deus para mim não existe. Quando era puto provei isso: Estraguei umas pantufas e sabia que ia levar uma tareia por isso, então disse ao suposto todo-poderoso que, se me arranjasse as pantufas teria um devoto, senão, era óbvio que não existia. O óbvio aconteceu e acabei com as nádegas vermelhas. A minha mulher diz que o gajo lá de cima não ia arranjar as minhas pantufas só para que eu acreditasse nele. O quê? Já tem a lista cheia? Já não aceita mais inscrições? Está armado em superior? Grandes desculpas. Se é assim, também posso começar para aí a dizer que sou Deus. Basta anunciar e depois dizer que não faço nada porque não quero limitar a vida de cada um de nós. (hummm….religião….dinheiro….gajas malucas…) Ok, estava a escrever alto e a pensar numa forma de ganhar dinheiro. Bom, mas para mim, se o gajo não consegue arranjar umas simples pantufas como é que consegue, supostamente, fazer um filho sem tirar a virgindade a uma mulher? Grandes histórias. De qualquer maneira, há coisas que não adianta discutir, e a religião é uma delas. Se ela precisa de acreditar em algo para ser feliz e se eu não sou suficiente, pelo menos que esse algo seja alguém que não exista.
Mesmo assim, já tive que suportar algumas coisas por causa da sua religiosidade. Quando ela insistiu para casarmos pela igreja eu, de inicio, disse que não, que isso era tudo uma fantochada, mas depois ela falou-me no dinheiro que íamos fazer e eu aceitei. Quando foi para baptizar a nossa filha, aí fiz finca-pé, porque raio é que não deixamos a moça crescer e decidir o que quer fazer da sua espiritualidade? Mas as pressões da minha mãe, sogra, mulher, cunhada, tias, etc. levaram-me a ter que aceitar essa porra. Agora diz que está arrependida. Agora diz que as religiões só têm provocado guerras. Agora diz que continua a acreditar mas que não quer saber dos rituais. Ou seja, acabaram-se os descansos aos domingos de manhã. Agora, a hora da santa missa é passado a fazer algo que lhe dá na gana, como por exemplo, irmos todos à piscina fazer exercícios que “…alguns de nós bem precisamos.” Diz ela aproveitando logo de seguida para explicar à nossa filha como a barriga das grávidas aumenta, usando-me como modelo.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Curtas da vida de casado....

Ao pequeno almoço:
-Já deste cecrisina à filha?- começa ela.
-Não, eu só lhe preparo o pequeno-almoço. Essas mariquices são da tua responsabilidade.
-Não senhor, de manhã és tu que tratas dela.
-Então porque não lhe dás isso à noite?
-Porque é excitante.
-Ok. Então de manhã preparo meio para a moça e à noite preparo dois para ti.


Durante o Jantar:
- Tenho uma surpresa para ti para depois do jantar- diz ela para a nossa filha.
- O que é?
- Só digo depois do jantar.
Logo após o jantar:
- Já reparaste que agora é sempre o pai a fazer o jantar? Gostas mais da comida dele ou da comida que a mãe fazia?
- Humm..... Primeiro dá-me a surpresa e depois é que digo.- dito enquanto olhava para mim a sorrir.

quinta-feira, novembro 25, 2004

A minha vida de casado em blocos.....

Estive a rever o filme “Era uma vez um rapaz...” e vi lá algo que me fez pensar: a personagem principal, às tantas fala dos seus dias como blocos de tempo. Fez-se uma luz em mim. Porra, também posso dividir o meu dia a dia da minha vida de casado em blocos de trinta minutos, os quais passarei a explicar:
1º bloco de trinta minutos- o tempo que ela demora a correr assim que se levanta. Como sei com exactidão o tempo? Fácil, porque acordo com o bater da porta da rua quando ela sai e volto a acordar (meia hora depois) com o bater da porta da rua, quando ela chega.
2º bloco de trinta minutos- o tempo que ela demora a tomar banho e a vestir-se. Como sei mais uma vez o tempo? Porque as ondas sonoras que saiem da casa de banho fazem-me olhar constantemente para o relógio desejoso que a tortura termine rapidamente.
3º bloco, o tempo que ela demora a tomar o pequeno almoço, há que fazer o chá, o seu café, a sua mixórdia de água com limão, o seu sumo, as suas torradas, e depois tratar de comer tudo com a maior das calmas, não interessando o atraso que possa já existir.
4º bloco- Sair de casa e chegar ao emprego. Implica ir pôr a nossa filha à escola, ralhar comigo por não ter engraxado os sapatos da filha (sobre os meus, há uns anos que desistiu de me chamar a atenção) fazer arranjos de última hora em relação a toda a toilette da nossa filha: verificar se todos os cabelos estão no sítio certo, se a roupa está imaculada e sem nódoas de pasta de dentes que eu tento disfarçar com água, limpar com a sua saliva os restos de pasta de dentes e/ou a remela que o “porco do pai” não limpou (eu confio no poder dos óleos naturais que o nosso corpo produz para a nossa limpeza) e tirar todas as rugas que a roupa possa ter. O que importa se, de seguida, a moça vá a correr brincar para a caixa de areia? O pouco tempo que depois resta, é para a nossa deslocação até Beja, onde, sempre que é ela a conduzir, tenho que ficar calado a viagem toda, porque senão tiro-lhe a sua identidade???? Assim, passo o tempo a olhar para o lado tentando não ligar aos gestos e ao salivar compulsivo que os condutores dos outros carros fazem sempre que ela os está a ultrapassar. (nota mental: aumentar substancialmente o valor do meu seguro de vida)
5º bloco: o tempo que demoramos a chegar a casa desde que saímos do emprego e até chegarmos a casa. Aproveito o trajecto, sempre que é ela a conduzir, para dizer adeus a algumas caras raivosas que volto a encontrar no caminho, enquanto lhes mostro um papel onde tenho escrito: “Não tenho qualquer responsabilidade pelo sucedido. Eu já sou castigado o suficiente. EU VIVO COM ELA.” A partir do momento em que passei a usar esta escrito colado no vidro, passaram-me a fazer o sinal de cruz.
6º bloco: o tempo que ela demora a combinar com a nossa filha o que fazer até à hora do jantar.
7º bloco: o tempo que demora a tentar convencer-me a ir sei lá aonde com elas.
8º bloco: o tempo que estamos fora de casa, muitas das vezes obrigado devido ao uso da chantagem.
9º bloco: o tempo que demoramos a jantar, sem a televisão ligada, porque somos uma família onde se fala ao jantar. O que eu gosto quando ela diz à nossa filha para contar o seu dia e ela responde: “Não digo e ponto final.”. É óbvio, a mim também me chateia ter que lhe contar pela décima vez o meu dia e saber que não estou a ver o noddy.
10º bloco: o tempo que ela demora a arrumar a cozinha (antes que as feministas venham para aqui ofender-me vão ler o post sobre a troca de tarefas)
11º bloco: o tempo que ela demora a convencer a nossa filha a ir para a cama.
12º bloco: o tempo que ela demora a deitá-la (lavar os dentes; vestir o pijama e contar-lhe a história).
13º bloco: este depende dos dias. Se lhe estiver a apetecer ver um filme, é o tempo que demora até ficar pronta para ver o DVD. Sim, porque tem que fazer o chá e principalmente (o que demora mais tempo) procurar os seus óculos que estão vá se lá saber aonde. Depois há que ir buscar uma manta e umas almofadas, fazer uns contorcionismos que lhe permitam colocar as almofadas por baixo dos pés, e ao mesmo tempo pôr a manta a tapar todos os recantos do seu corpo, o que geralmente, só a partir da quinta tentativa é que consegue, mas aí lembra-se que se esqueceu da chávena de chá e/ou do copo de água na cozinha. Assim, e como entretanto já adormeci no sofá com a espera, lá vai ela buscar o que se esqueceu e lá recomeça novamente a sua ginástica. Finalmente acorda-me e lá vemos o raio do filme. Caso queira apenas ver a TV, o processo é semelhante, mas acrescenta-se o facto de não me deixar sossegado com perguntas sobre coisas do trabalho. Isso dura até ela se aperceber que os meus hummsss e hãhãss afinal apenas indicam que não a estou a ouvir.
O 14º bloco é o tempo que ela demora a vestir o seu pijama, a lavar a cara e os dentes, e a pôr os cremes antes de ir para a cama.
O 15º bloco é o tempo que ela demora a ler na cama.
O 16º bloco é o tempo que ela demora a preparar-se para dormir, o que implica pôr a merda da almofada para os pés, e isso implica desmanchar a cama quase toda e depois refazê-la, ligar o despertador e o alarme do telemóvel, pôr os tampões nos ouvidos, não sem antes me dizer que se apanhar alguma infecção nos ouvidos a culpa é do meu ressonar, e finalmente, dar uma série de voltas na cama puxando todos os cobertores para si e fingindo que não quer sexo.
17º e último bloco: este é o bloco mais intimo e o que mais nos aproxima durante todo dia. Trata-se de um bloco só nosso. Pelo menos, é o que eu me tento convencer assim que dou um salto, logo que sinto os seus pés gelados em cima de mim, e lá os suporto durante meia hora, até que ela os sinta quentes.

domingo, novembro 21, 2004

A festa.....

Para entreter, perto de 20 crianças, sozinhos (sim, porque os pais deixaram-nos aqui e foram-se embora todos contentes com um sorriso nos lábios e umas risadas esquisitas…) temos que ser criativos, pelo menos é a minha opinião, aparentemente não partilhada pela minha mulher. Qual é o problema de ir informando os putos, à medida que iam chegando, que estavam a entrar na casa da bruxa má e do lobo mau? Mais, que culpa tenho eu que haja putos com a imaginação demasiado estimulada com filmes e que por isso, tenham querido ir logo embora? Afinal, até não estava muito longe da verdade, tínhamos cá a minha sogra e eu estava-me a sentir mal disposto pelo facto de me ter deitado demasiado tarde na noite anterior.
Bom, mas tirando este pormenor, a festa até correu bem. Isso é a forma positiva de ver as coisas, pois (para além da casa ter ficado um caos depois de todas as crianças terem saído) durante a festa, tive que: encontrar formas de entreter a criançada; tentar separar a minha mãe e a minha sogra, que estavam constantemente com discussões sobre a nossa filha e sobre os doces que cada uma tinha feito (andavam as duas a ver quem comia mais dos seus respectivos bolos); e para além disso, tentar evitar que elas ouvissem o riso dos seus maridos, os quais, em vez de estarem a ver a televisão como deveriam e seria normal, estavam entretidos, cada um deles com o seu copo de whisky na mão, a rir desalmadamente e a fazerem apostas sobre qual das duas iria ganhar cada uma das disputas. Como se tudo isso não fosse suficiente, ainda tive que lidar com penetras. Pois. O puto que tem a mania de dar palmadas ao meu carro, só porque gosta de ouvir o alarme, resolveu entrar à socapa para tirar a barriga de misérias. De inicio até não me importei muito, mas quando ele começou a gabar a todos um doce da minha sogra, tive que o mandar sair. Porra, por causa dele, perdi uma aposta com o meu sogro relativamente ao sucesso que esse doce iria ter (espero que todos os que o comeram tenham tido uma valente diarreia). Mas também me vinguei hoje, quando disse à nossa filha para ir com o mealheiro novo pedir notas ao avô, e só descansar quando ele lhe tivesse dado 5 (acho que ele desconfiou, mas como era para a neta…)
Bom, mas falando de outras coisas que aconteceram na festa. Dei show com o meu famoso truque da moeda (o qual só funciona para audiências de idade inferior a 5 anos) nesse truque, uma simples moeda desaparece das minhas mãos e aparece nos mais variados sítios, que vão desde as orelhas, passando pelos narizes cabelos e bolsos (quem quiser explicações pormenorizadas, ou contratar os meus serviços de homem espectáculo, mande-me um mail com propostas de honorários, mas, por favor, não me ofendam com propostas de valor inferior ao que ganha qualquer adjunto dos nossos governantes). Este meu truque fez um sucesso danado, pelo que passei a ser conhecido pelo lobo mau que faz magia. Para continuar a impressioná-los, e uma vez que já estavam a ficar fartos do truque da moeda, mandei-os ir buscar pratos cheios de bolos e/ou doces, os quais, com a minha fabulosa magia, fazia com que em poucos segundos, ficassem vazios (hoje estou com dores de estômago, aposto que algum dos putos me trouxe um dos bolos feitos pela minha mulher). Esta minha fama fez com que sempre que um dos putos estava a sair da linha, o simples facto de eu lhe aparecer à frente, era o suficiente para começar a ouvir um rol de desculpas e de pedidos de clemência no sentido de eu não o fazer desaparecer ou de não o transformar em bolo.
Mas o que eu mais gostei, deste meu papel de mágico, foi o de ter falado com o suposto namorado da nossa filha e lhe ter dito: “Sabes, fiz uma magia e se tu deres um beijo à minha filha, transformas-te de imediato numa formiga, e tu sabes como a tua suposta namorada gosta de esmagar formigas.” Não conto a sua reacção, porque poderiam ficar com pena dele.

sábado, novembro 20, 2004

É tarde.....

É tarde, ela está cansada e eu estou a levar seca. “bla bla bla tu bla bla bla cama bla bla bla eu bla bla bla cama bla bla cansada” Pelo que eu percebi, esta noite ela quer que seja eu a tomar a iniciativa na cama. Mas se assim é, porque raio é que ela me olha de lado e quer o telecomando da televisão? Talvez o bla bla bla quisesse dizer outra coisa qualquer, mas pelo sim pelo não, hei-de tentar a minha sorte.
Bom, finalmente a noite acabou. Eu bem lhe disse para comprarmos os bolos congelados no hiper, mas ela com as suas manias insistiu em fazer as suas mal afamadas tartes. Depois sobra sempre para mim. Porra, hoje fui explorado. Tive que pôr a mesa sozinho, fazer o jantar e arrumar a loiça na máquina, enquanto ela andava a sujar a cozinha a fazer algo que só alguns ingénuos vão comer e que depois vai ficar a apodrecer até que alguém se lembre de o despejar para a compostagem. Assim, tive o trabalho de aquecer umas salsichas no micro ondas, fazer um esparguete e juntar uns brócolos a isto tudo, porque ela, sem o raio da “verdura” não come nada. Mas pronto, como sou um marido compreensivo e sempre disposto a apoiá-la, ainda, depois de todo o trabalho que tive, fui ajudá-la, uma vez que ela o pediu tão delicadamente: “LEVANTA O CU DO SOFÁ E VEM-ME JÁ AJUDAR A FAZER OS DOCES PORQUE A FILHA TAMBÉM É TUA.” Com estas palavras como podia resistir? Ainda lhe respondi que a minha parte já estava feita, pois, ao contrário dela, comprei uma fabulosa tarte de maçã congelada, mas isso apenas resultou no famoso fado que elas tanto gostam de apregoar nestes momentos e que tem a ver com o facto de nós homens, sermos uns seres insensíveis e outros tantos nomes, que a minha filha nunca ouve porque está sempre deitada. Sim, porque quando sou eu a dizer asneiras, salto logo para o quadro do não gostei, mas quando é a minha mulher, a nossa filha nunca está presente (isso prova alguma coisa, mas agora não me apetece pensar nisso). Todas as noites é o mesmo, vou sempre parar ao maldito quadro do não gostei: “Não gostei que o pai tivesse dito meda.” “Não gostei que o pai tivesse dito que eu disse meda” “Não gostei que o pai gozasse comigo por eu não saber dizel meda” “Não gostei que o pai tivesse dito que eu nunca ia conseguil dizel meda.” “Não gostei do pai ter perguntado à mãe: QUEM TEVE A INFELIZ IDEIA DA MERDA DO QUADRO DO NÃO GOSTEI?” Esta última foi a minha mulher que fez questão de escrever.
Bom, mas continuando. Lá me levantei do sofá e perguntei-lhe o que ela queria que eu fizesse dando-lhe, ao mesmo tempo, uma colher de pau só para o caso de ela me querer castigar. Ensinou-me a fazer gelatina, o que afinal é fácil, pois é só ferver água e pôr para lá uns pós. Fiquei com a estranha sensação que a gelatina e a minha tarte de maçã vão ser os doces que, amanhã, mais sucesso vão ter, mas isso são apenas suposições baseadas na minha experiência de vida com ela.
Bom, por agora chega porque ela já foi para a cama e tenho a certeza que está à espera que eu lá vá ter com ela.

sexta-feira, novembro 19, 2004

A minha filha (parte 2).....

Nos primeiros tempos quem mandava na casa era ela, tudo era feito de acordo com as suas necessidades, mas sempre que ela sorria todas as nossas lamúrias desapareciam. Agora, ainda pensa que manda, mas como os sorrisos já não são suficientes tenta outras tácticas: ainda ontem, andava toda contente a correr e a saltar pela casa, enquanto a mãe lhe pedia para ela ir lavar os dentes para depois a ir deitar. Ela chegou-se ao pé da mãe e disse-lhe: “Olha que eu sei karaté. Por isso eu vou para a cama quando quero.” Acho que saídas assim não devem ser castigadas. Mas pronto, se eu dissesse alguma coisa também sofria, por isso optei por ficar calado, mas mesmo assim ainda tive que ouvir: “E tu escusas de estar para aí a rir que eu sei de onde é que vêm estas coisas.” Porra, eu se visse a minha mulher a rebolar no chão a rir, ficava feliz por ela estar tão contente, mas isso sou eu que só penso na sua felicidade.
Ser pai é assustador, desde que ela nasceu nunca mais voltei a sentir aquela paz que sentia antes, mas ao mesmo tempo existem muitos momentos maravilhosos. Já começou com os “namorados” e eu já comecei com as minhas histórias de como os meninos são todos maus, e só pensam em puxar cabelos e estragar os brinquedos das meninas, entre outras. De qualquer forma, não trocaria o facto de ser pai com qualquer outra coisa. Aliás, isso é o que mais me assusta, o facto de existir a possibilidade de deixar de ser pai.
Bom, mas deixemo-nos disso e para mostrar que ser pai, ou mãe, tem as suas vantagens, deixo uma pequena lista com algumas delas para que, quem sabe, possa inspirar alguns mais reticentes:
* Podemos libertar gases à vontade e culpar a criança (infelizmente a partir de uma certa idade deixa de funcionar e é ela a primeira a nos acusar)
* Temos alguém que assume que tudo o que dizemos é a mais pura das verdades. Mesmo quando lhe digo que ela nasceu uma sereia e que nós é que pedimos à fada para a transformar numa menina, mas com a condição de que ela só dava beijinhos a meninos se o pai dissesse que podia, senão…...
* Ao fim de semana, não dorme a sesta sem ser comigo.
* Tem o meu sentido de humor.
* Tem brigas com a mãe por causa da roupa, o que deixa ambas cansadas e a mim descansado.
* De certeza que está destinada a grandes feitos, não digo que vai mudar o mundo, porque estaria a exagerar, mas vai, com certeza mudar muitos mundos. Afinal, se teve capacidades para mudar o meu, como é que não pode mudar o dos outros?
* É a minha filha e diz-me que eu sou o homem mais bonito do mundo. AAAH. ISTO É PARA AQUELES QUE JULGAM QUE SÓ ELES É QUE SÃO IMPORTANTES.

Bom, podia pôr para aqui muito mais coisas, mas já não tenho espaço para mais baba aqui em casa.

quinta-feira, novembro 18, 2004

A minha filha (parte 1).....

Inserido na semana temática dedicada à minha filha, resolvi escrever sobre o que de mais importante mudou na minha vida de casado desde que ela apareceu na nossa vida. Só passei a acreditar que realmente ia ser pai quando, durante o parto, tive o azar de dar a mão à minha mulher, estava ela a ter uma forte contracção. A dor que senti fez-me pensar que dali para a frente a vida ia deixar de ser como a conheci.
Se há coisa que muda radicalmente tudo é passarmos a ser responsáveis por alguém. É muita coisa para quem nem sabia muito bem qual o seu lugar no mundo (bom, ainda não sei, mas isso agora preocupa-me menos). Quando ela chegou a casa, lembro-me da depressão e do pânico por não saber lidar com ela: dar-lhe banho, mudar a fralda, vesti-la (em relação a esta, ainda hoje a minha mulher diz que eu não a sei fazer), etc.. Lembro-me muito bem dos primeiros meses em que ela tinha cólicas e respectivos choros que nos fizeram passar algumas noites menos boas. Lembro-me de ela acordar sempre demasiado cedo. Para alguém que, estava habituado a deitar-se às 2 da manhã e a levantar às 8.30, o facto de ter que passar a acordar às 6.30 obrigou-me a uma mudança de hábitos (hoje já não se levanta às 6.30, a não ser aos fins de semana. Ok estou a exagerar, é mais para as 7.30). Quantas vezes olhei para ela a dormir e pensei: Porra, SOU PAI. E quantas vezes olhei para ela quando estava com cólicas e dizia: PORRA, sou pai…. A única coisa que ela fazia na altura era comer, dormir e chorar. Tenho que admitir que o meu afecto por ela não veio logo que a vi. Até porque só me consciencializei que era pai, quando fiquei uns valentes dias sem sexo devido às mazelas do parto. Mas aos poucos, e em poucos dias, passei a saber o significado de amor incondicional. O mais estranho é que esse amor parece que continua a aumentar de dia para dia. É um facto que os primeiros meses, não têm muita piada, mas à medida que vai crescendo começam a surgir pequenos pormenores que nos dão a conhecer o poder da genética, tal como o facto de ela nunca ter gostado que a abraçassem ou que lhe dessem muitos beijos, a não ser o pai e a mãe e mesmo assim tem dias. Para além desses, era um "chega para lá" muito parecido com o do pai (palavras da mãe).
Algo que eu não esqueço é da sua primeira doença. Febre alta, uma cara de partir o coração e um choro baixo e de dor. Confesso que entrei em pânico, não percebo como a minha mulher consegui manter a calma e acalmar-me também (tem algo a ver com o facto de ter mamas, mas isso são teorias). Fomos a correr para a pediatra e ela, com a maior das calmas (mais uma vez o facto de ter mamas deve ter alguma a coisa a ver com a forma como as mulheres conseguem lidar com as crianças) pressionou o pequeno ouvido da nossa filha e foi o suficiente para dois berros de dor. O primeiro da nossa filha e o segundo dado por mim resultante do primeiro. Bom, a partir daí e durante alguns meses (ia dizer anos mas isso ia parecer mal) sempre que a via mais triste, carregava-lhe no ouvido, só para despistar outra possível otite. Isto dava origens a choros de chateada e mais tarde a queixinhas junto da mãe.

segunda-feira, novembro 15, 2004

É este fim de semana.....

Este fim de semana a nossa filha vai fazer anos. Quatro anos. Sim senhor, ainda faltam cerca de 20 anos para ela sair de casa e eu poder, finalmente, voltar a fazer sexo com a mãe dela, por todas as divisões da casa sem medo de ser apanhado.
O seu primeiro aniversário foi o único que passamos sozinhos, que bom que foi. A minha mulher mandou-me trazer um bolo para nós cantarmos os parabéns e apagarmos a vela. Tentei trazer algo de adequado à situação, e principalmente ao tamanho da nossa filha, assim trouxe um queque e uma vela. Obviamente que levei um ralhete porque sou um parvo e podia ter trazido um bolo a sério. Pois, é sempre o mesmo. Um gajo leva por tudo, se tivesse trazido um “bolo a sério” ralhava comigo por o comer logo todo, porque sou um gordo e sei lá mais o quê. Assim, como trouxe um queque, fui um sovina e outra vez um sei lá mais o quê. Bom, mas o que eu não me esqueço desse aniversário foi do olhar da nossa filha depois de lhe cantarmos os parabéns. Que coisa incrível, parecia mesmo que estava a dizer: “Mãe, abre as pernas que eu quero voltar para aí para dentro.”
O seu segundo aniversário foi bem pior. A minha sogra insistiu em vir cá ter connosco, pelo que qualquer recordação do mesmo foi eclipsada por esse facto.
O terceiro aniversário foi uma mini festa, vieram cá os meus pais, convidamos três ou quatro amigos dela e uns amigos nossos. Nada de especial, a não ser o facto de, como a nossa filha não conseguia apagar as velas com o seu sopro, resolveu apagá-las com o seu cuspo. Agora, só não percebo é porque razão ficaram todos depois a olhar para mim. Não é normal um pai ficar orgulhoso com os feitos da sua filha? Principalmente quando me deu muito trabalho ensiná-la a cuspir de forma certeira.
E chegamos ao quarto aniversário. Ainda não foi, mas já ando a ter pesadelos com o mesmo. Assim que a minha mãe nos telefonou nos primeiros dias deste ano (onde nos informou que, uma vez que ela tinha telefonado em primeiro lugar, era dela o direito de organizar os anos da nossa filha) que eu senti que as coisas não iam correr muito bem. Perguntamos à nossa filha onde ela queria comemorar os anos, na nossa casa ou no Ribatejo. Ela respondeu o óbvio, na sua casa com os seus amigos. Ou seja, vamos ter a casa cheia de putos histéricos, a minha sogra vem na Sexta-feira, os meus pais e os meu sogro também cá vêm ter e vamos ter ainda as mães galinhas de alguns do amigos(as) da nossa filha, inclusivé o seu suposto namorado, o qual vai sair daqui traumatizado psicologicamente (sorriso sarcástico).
Resumindo e concluindo: eu (o bicho do mato) vou ter a casa ocupada de putos aos berros e respectivas galinh...mães e dos meus sogros e dos meus pais (mais berros em perspectiva). Para piorar isto, a minha mulher já me ameaçou das consequências que teria uma súbita indisposição minha, que me levasse a sair de casa ou a me refugiar no nosso quarto. Isto só, porque hoje lhe disse que achava que estava a ficar doente (pois estava-me a começar a doer a garganta e a cabeça) e que esperava não ter que estar de cama quando a nossa filha fizesse anos. Também me avisou que qualquer telefonema para mim no dia de aniversário da nossa filha, será apenas e só por ela atendido, pois, segundo ela, os meus amigos são bem capazes de me quererem ajudar a safar de casa. Começo a suspeitar que tenho um espião no meio dos meus supostos amigos.

segunda-feira, novembro 08, 2004

As Esplendorosas Sestas.....

As esplendorosas sestas
Ocorrem ao fim de semana
Depois do almoço
Toca a ir para a cama

Ela grita e diz que não
Dizemos que tem que ser
Afinal está cansada
E dormir faz ela crescer

Mais berros e gritaria
Que pequena quer ficar
Dormir não lhe interessa
E connosco quer brincar

Como pai extremoso
Resolvo a situação
“E se eu for contigo?
Acaba-se a confusão?”

Que sim responde ela
Que comigo quer dormir
Acaba por aí o choro
Dou comigo a sorrir

“Porque é sempre ele?”
Diz a mãe desgostosa
“A mim nunca me escolhes.”
Continua a invejosa

Respondo eu a seguir
Uma vez que sou o visado
Digo-lhe que não é por gosto
Que sou sempre o sacrificado

Fico sempre muito triste
Quando com ela vou dormir
“Fico mesmo chateado”
Digo-lhe eu a sorrir

Subimos até ao quarto
Ela ainda triste e eu a zombar
Cá embaixo a invejosa
A cozinha tem que arrumar

No entanto um problema
Ainda não consegui resolver
Ela só dorme uma hora
E eu mais tempo quero ter.

sexta-feira, novembro 05, 2004

Troca de Tarefas.....

Ontem surpreendeu-me ao jantar quando me perguntou: “O que é que tu dizes de trocarmos as tarefas? Tu fazes a comida e eu trato da mesa e da loiça.” Quando ela faz uma coisa destas fico tipo homem aranha. O meu sinal de alarme toca (acontece o mesmo quando eu estou sossegado e ela me chama por amor). Porque razão é que ela quer agora, de repente e sem pré-aviso, trocar as tarefas? Isto assim é muito estranho. Geralmente qualquer troca de tarefas implica pré-avisos e novas negociações que podem demorar dias. Tudo tem que ficar muito claro e sem margens de dúvidas porque segundo ela, se não for assim, eu aproveito-me de qualquer pequeno detalhe para evitar fazer a minha parte. É incrível como ela me conhece tão bem, por mais que eu tente esconder o meu jogo. Assim, quando ela me disse esta coisa, é óbvio que fiquei desconfiado. “O que é que se passa para pensares nisso agora?” pergunto eu. “Não te estás sempre a queixar da minha comida? Ora aqui está a tua hipótese para mostrares o que vales na cozinha.” Respondeu-me ela. Ok, ela tinha as coisas bem pensadas e deixou-me demasiado tempo calado a pensar numa boa resposta que não encontrei. Assim, como não encontrei argumentos para a contrariar concordei, desconfiado com o que me esperava, mas concordei.
Hoje começaram as minhas novas tarefas e estou bastante satisfeito com a minha prestação, apesar das tentativas do outro lado para boicotar a minha performance (escondeu a frigideira eléctrica e tive que improvisar) para além de me ameaçar com o facto de não comer nada do que eu cozinhe se eu só fizer porcarias que fazem mal. Quando ela disse isso comecei, numa conversa muito aberta, a caracterizar a sua comida mas, infelizmente, a minha filha interrompeu-me ao dizer: “Pai, vou escrever no quadro do não gostei que estás a dizer asneiras muito feias.” Por mais que eu lhe explicasse que não eram asneiras, era apenas eu a tentar explicar à sua mãe ao que é que sabia a sua comida, fui parar na mesma ao quadro do não gostei (felizmente ela não sabe escrever, pelo que nenhum dos palavrões ficou marcado).
Bom, avançando. Fiz uma salada com atum, tomate e feijão-frade acompanhada por maionese também feita por mim. Quando pus a comida na mesa e enquanto estava a pôr o babete à nossa filha, disse-lhe as novas regras, ou seja, que a partir de hoje, sou eu quem faz a comida. A sua reacção trouxe-me as lágrimas aos olhos: “IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.” Caso alguém não tenha lido bem o que eu escrevi, e só por isso, vou repetir a sua reacção: “IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA” O único problema que houve durante o jantar foi a existência do feijão-frade. Mas, antes de começar a comer, disse à nossa filha porque razão os feijões tinham o nome que tinham: Porque as pessoas sempre que os comem gritam FRAAAADEEEE.
Obviamente que isso foi o suficiente para ela comer o feijão- FRAAAADEEEE todo e para a minha mulher amaldiçoar a minha criatividade e ameaçar a noite insinuando uma dor de cabeça. INVEJOSA É O QUE ELA É.

terça-feira, novembro 02, 2004

O dia da ida aos bolinhos…..

Na terra onde cresci (no Ribatejo) existe a tradição de, no dia 1 de Novembro os miúdos irem aos bolinhos. Como não quero que haja tradições (e bolos) que se percam, combinei com a nossa filha agarrar num saco e irmos correr a vizinhança em busca de coisas doces. Lembro-me que em puto, ia com os meus primos fazer o mesmo. Quando as pessoas não nos queriam dar bolos (o que obviamente era contras as regras estabelecidas) fazíamos um sinal para o meu primo mais novo, o qual tirava do coldre a sua pistola de água e ensinava às pessoas que não era de bom tom não respeitar as tradições. O facto de pormos sumo de limão na água e o facto do puto ter uma pontaria espectacular para os olhos, fazia com que nós nos sentíssemos como padres inquisidores a atacar hereges. O problema era quando chegávamos a casa e tínhamos a santa sé em peso à nossa espera para nos dar com um valente auto de fé.
Continuando. Hoje acordámos cedo. Bom, o acordámos é uma figura de estilo, sim, porque a moça ainda funciona à hora antiga e o raio do seu despertador só funciona ao fim de semana. Porque que é que os moços pequenos, embora não saibam os dias da semana, tem um sistema interno que lhes diz que é fim-de-semana e que por isso DEVEM de acordar mais cedo do que durante a semana? (onde fazem birras sempre que temos que os acordar) De qualquer forma, acordado ou não, lá tive que me levantar para ir aos bolinhos. Saímos, cada um de nós com o seu saco, e começámos a ir aos vizinhos pedir os bolos. A coisa até começou bem: “Aí que menina mais bonita a pedir bolinhos. E o pai, que querido a ajudar a filha. Toma.” E pumba, toca de enfiar broas e chocolates para dentro dos sacos. No entanto, existem ainda alguns cujo sumo de limão não deixou grandes marcas: “Ai, que queridos. Esperem que vou buscar umas laranjas.” LARANJAS, mas que merda é essa. Se quiséssemos dessas porras tínhamos ido a casa da minha sogra. “Mas laranjas não são doces.” Disse a nossa filha. “As minhas são muito docinhas.” Continuou ela. “Ó filha, isso não se diz.” Disse eu enquanto pensava: “Pelo menos só uma vez.” “Mas a tia disse para só aceitar ou bolinhos ou dinheiro.” Continuou a nossa filha a defender-se. Escusado será dizer que saímos de lá com a merda do saco a abarrotar de laranjas, que ficaram a ocupar o espaço destinado ao que de bom existe na tradição doceira da minha terra de origem. Felizmente encontramos outros putos que andavam no mesmo, e consegui convencê-los do alto valor monetário das laranjas, comparando com o dos doces (o consumismo para o qual a televisão apela tornou-me as coisas mais fáceis) E assim, acabamos com parte da concorrência e ainda trocamos as laranjas por alguns bolos (não muitos porque conheço as mães dos putos e não queria ficar mal visto). Continuámos a nossa ronda e como resultado conseguimos arranjar uma bela maquia de bolos e de dinheiro. Como o dinheiro não tem grande valor para a nossa filha, fizemos uma troca justa: Eu fiquei com o dinheiro e ela ficou com os bolos. É óbvio que fiquei a ganhar com o negócio, até porque depois de três bolos ficou enjoada e tive que fazer um esforço enorme para comer os restantes, porque todos sabem muito bem que, se os bolos não forem comidos logo, degradam-se rapidamente.
Agora estou com uma pequena indisposição, e embora a minha mulher me diga que é do excesso de bolos comido, eu tenho para mim que a causa resulta de uns bolos que uma das minhas antigas vizinhas me deu, ao mesmo tempo que dizia “Estes são especialmente e unicamente para si.” Agora que penso nisso, ela foi uma da massacradas com o sumo de limão. Porra, as cólicas estão a piorar. Tenho que terminar por aqui, mas não sem antes vos garantir que, para o ano, a pistola vai entrar em acção para ela aprender que as vinganças são coisas muito feias.

segunda-feira, novembro 01, 2004

Porque os homens não pedem direcções…….

Nada melhor do que começar a semana com a explicação de um facto que intriga grande parte das mulheres que conheço. Lembrei-me disto durante o fim-de-semana, quando estávamos (com um GPS emprestado) a visitar o interior profundo do nosso Portugal. É que basta eu fingir durante meia hora, que estamos perdidos, para ela começar logo a exigir que eu pare para perguntar por direcções. Gostaria de chamar a atenção das leitoras para a simplicidade das nossas razões, que mostram de uma forma perfeitamente clara, os porquês de nós, os homens, não gostarmos de parar. Caso queiram contribuir com outras razões que eu, por óbvio descuido, me tenha esquecido de aqui incluir, façam o favor de as deixar nos comentários que se eu as considerar válidas, serão acrescentadas a esta lista, podendo desta forma ajudar as mulheres a nos perceberem melhor e quem sabe, evitar algumas manobras perigosas resultantes de discussões violentas dentro de uma viatura em andamento.
Assim, e sem mais demoras, aqui vão algumas razões que explicam os porquês de nós, os homens, não gostarmos de parar para pedir direcções:

1. Porque nunca encontramos gajas boas que façam a paragem valer a pena.
2. Porque, simplesmente, gostamos de conduzir.
3. Porque nos estamos a vingar das constantes paragens a que elas nos obrigam para as suas mijas.
4. Porque nós somos aqueles que têm que guiar a família pela vida, e se não sabemos para onde ir ao conduzir, como podemos saber por onde ir pela vida.
5. Porque adoramos a forma como elas nos chamam nomes feios.
6. Porque queremos mostrar que pelo menos no carro, quem manda somos nós.
7. Porque queremos evitar que elas façam figuras tristes, uma vez que depois de dadas as indicações, nós dizemos sempre alto e em bom-tom (para que a pessoa que está a dar indicações ouça bem) “EU NÃO TE DISSE QUE ERA POR AÍ. FAZES-ME SEMPRE PARAR POR COISAS SEM SENTIDO.”
8. Porque queremos que a vida nos traga surpresas
9. Porque estamos sempre a, no máximo, dois minutos da placa que indica a direcção correcta.
10. Porque com um GPS é vergonhoso pedir direcções.
11. Porque não gostamos que completos desconhecidos nos digam para onde devemos ir.