terça-feira, junho 20, 2006

Como lidar com uma mulher com depressão.....

Aqui está um método infalível:
- Então ainda andas com a depressão?
- Achas que isto passa assim com um estalar de dedos? Quando és tu a ficar assim não te estou sempre a perguntar se já estás melhor, pois não?
- Isso não é só depressão, pois não? Ou estás chateada comigo, ou ainda estás com o período. Como já não te vejo a usar tampões ou pensos, logo estás chateada comigo.
- És muito esperto.
- Ando a ver o House . Então o que foi que eu fiz?
- Mas....tu nem te apercebes?
- Do quê amor?
- Das coisas que fazes. Ou neste caso que não fazes.
- Ok. Explica se faz favor.
- Tu achas normal deixar a tua mãe afirmar, no fim de semana, que a nossa filha gosta mais de ficar com ela do que com a minha mãe? E ainda por cima dizer isso à frente de toda a sua família ? E à frente da nossa filha?
- Claro que não. Mas o que é que querias que eu fizesse?
- O que eu também faço quando a minha mãe diz baboseiras.
- Rir-me?
- Não estúpido. Dizer-lhe que há certas coisas que não se dizem.
- Como daquela vez em que a tua mãe disse, à frente da nossa filha, que a mocita nunca poderia ser minha filha pois não havia nada de parvo nela?
- (pausa) Deixa-me sossegada, se faz favor.
- Está bem, mas antes quero-te dizer que já tenho uma cura para a tua depressão.
- Vais dançar outra vez nu no jardim? Isso já não resulta.
- Claro que não. Pelo menos sem espectadores..... – digo enquanto me vou despindo e me dirijo com o rádio em altos berros para o jardim, onde o barulho certamente irá fazer com que os vizinhos venham à janela ver o que se passa.
- ESPERA, ONDE VAIS NÃO GRITES.....VESTE-TE SE FAZ FAVOR....EU JÁ ESTOU BOA...A SÉRIO.....NÃO ME ENVERGONHES.....POR FAVOR - grita ela atrás de mim.

quinta-feira, junho 15, 2006

Ainda a minha sogra....

Ora bem, vamos lá a mais uma pequena lição sobre relações entre duas pessoas.
Uma das partes mais complicada da mesma, é ter que aturar a família de um e de outro lado. Não estou a dizer com isto, que a minha mãe é pior que a minha sogra. Digamos apenas que são diferentes, ou seja, a minha sogra chateia-me a mim, a minha mãe chateia a minha mulher, como é óbvio preocupa-me muito mais a primeira. Isto dá por vezes origem a pequenos problemas num casal, principalmente porque não me posso queixar muito da minha sogra, à minha mulher, sem ouvir de volta sei lá quantas queixas relativas à minha mãe.
Vamos lá a ver se isto fica claro. Se eu estou a fazer queixas e a partilhar as minhas frustrações sobre a minha sogra, com aquela que partilha a sua vida comigo, ela só tem é que concordar comigo. Porra, quando é ao contrário e ela se queixa da minha mãe, eu, como marido exemplar que sou, faço tudo para que ela pense que eu a estou a ouvir. É ASSIM QUE SE CRIA A HARMONIA NUM CASAL. Não é com argumentos que tentam provar que eu não tenho razão, ou que a minha mãe faz coisas muito piores, que se edifica uma relação. È através do saber ouvir o que o marido diz, abanando a cabeça em concordância com o mesmo. Mesmo que o seu querido marido, diga coisas que choquem com as perspectivas muito unilaterais, e completamente erradas, que ela tem, sobre a pessoa que supostamente lhe deu vida (pequeno arrepio na espinha). È através deste tipo de monólogo que se constrói uma relação saudável.....Disto e do facto de se viver a mais de 200 Km de ambas.

domingo, junho 11, 2006

Anestesia Geral......

Começou na Sexta feira a anestesia geral, e não estou a falar do mundial de futebol. A nossa filha foi passar uma semana a casa da minha cunhada, em Grenoble, França, o que põe quase tudo, da minha vida, para segundo plano.
Tudo começou com uma “ingénua” pergunta da minha sogra ao telefone:
- Posso levar a minha neta a França à primeira comunhão do meu neto?
- Só se prometer que depois a deixa ir comer a hóstia. – respondo eu.
- (suspiro profundo) Tens a certeza que a tua mulher não está em casa?
- Claro. Acha que eu lhe ia mentir?
- (suspiro profundo)
- Com quem é que estás a falar? – grita a minha mulher da casa de banho.
- É a televisão. – respondo eu tapando a boca da nossa filha para que ela não me denunciasse, mas sem ter mãos suficientes para tapar o bocal do telefone.
- Mas tu nunca mais ganhas juízo? Mas como é que a minha filha foi casar com....com.....com... – começa a minha sogra a disparatar.
- Mulher, a tua mãe está ao telefone e pensa que a nossa filha pode faltar à escola para ir numa viagem de 24 horas de camioneta só para ir assistir a uma missa. – grito eu, enquanto passo o telefone à nossa filha para que ela se convença que não sou o único a dizer asneiras na família.
- O que é que tu já arranjaste? – pergunta-me a minha mulher, ainda com as calças na mão.
- Avó, o meu pai não é um %&$#$ e essas asneiras são muito feias. – diz zangada a nossa filha ao telefone.
A minha mulher tira-lhe o telefone enquanto eu abano a cabeça mostrando o minha desaprovação pelo que se está a passar.
- Sim mãe, sou eu.....acalma-te.....sim eu sei.....é um grande parvalhão....mas diz lá o que se passa........sim.........hmmm......sim........ok. Está combinado.....Adeus. – diz desligando o telefone.
E pronto, por mais que eu lhe falasse da importância da pré-primária na sua educação, bastou à mocita, saber que iria faltar uma semana à escola para tomar a sua decisão final.
Para piorar as coisas calhou-me a mim levá-la a casa da minha sogra. Ou seja, não é que eu seja uma pessoa muito emotiva (consigo ouvir discursos políticos sem derramar uma única lágrima) mas......ver a minha filha a partir....dentro de um autocarro......e ver os dentes da minha sogra, a dizerem-me adeus até me perderem de vista, é uma visão que me vai atormentar até ao fim da minha vida.

terça-feira, junho 06, 2006

Lista de compras......

- Está? Lucinda (nossa mulher a tardes). Peço-lhe desculpas, mas esqueci-me da lista das compras.......pois é.....outra vez...Podia ditar-ma? Claro que espero. Obrigado.
Sim...Pode começar....Ovos, sim.... Leite do Luis. Pois, tem que ser leite especial por causa do colesterol. Comida para gato. Sim.....Não há mais?.......Não percebe o que está escrito? Pois, foi de certeza o meu marido que escreveu. O que é que parece?.....Areia para....para o quê Lucinda? Não percebi.......Para a?.....mérd, ok já percebi. Areia para o gato. Pois, peço desculpas, o meu marido.....(pausa para olhar frio dirigido ao marido, o qual nem se arrepiou tal é o calor que faz no Baixo Alentejo)...não há mais nada? Sacos de plástico? Estranho, sacos de plástico para quê? (pergunta-me também a mim com o seu olhar, opto por ficar calado porque no fundo, não passo de um investigador do comportamento humano) Para quê? Para o mesmo que a areia? Ok, já percebi (segundo olhar frio e o mesmo resultado....porra que está calor) Peço muitas desculpas pela maçada, já não falta nada, pois não?......Falta? O quê? Não me pode dizer?....Está bem, já sei o que é. Obrigado. (desliga o telefone meio encavacada, e vira-se para mim) Só me fazes passar vergonhas (diz enquanto abana a cabeça) Vamos embora.
- Espera aí. Qual era a última coisa que estava na lista?
- Não interessa.
- Estás doida? Não interessa? Claro que interessa. Aparentemente foi a pior coisa que lá estava escrita. Ela nem teve coragem de te dizer.
- Ela também é um pouco conservadora.
- Não penses que te safas. Então? Era o quê?
- Eram mmmmmmmmmmm.
- Mais alto se faz favor.
- Tampões e pensos higiénicos.
- Não brinques.
- Era. A sério.
- Pois, mas não devia ser isso que lá estava escrito. Anda, desembucha.
- Tapa fo&@$ para a pu&@ da hemorrogia mensal. E não quero ouvir nenhum comentário sobre hormonas e/ou sobre Tensões Pré Menstruais. Ouviste.
- Claro que  não, amor. – respondi eu, ao mesmo tempo que estremecia devido ao frio repentino que se instalou.

sábado, junho 03, 2006

Blogs femininos....

Por vezes, quando tenho a autoestima em baixo, ou seja, depois de arrumar a cozinha, gosto de ir visitar blogs femininos. Volto rapidamente a sentir-me bem. Delicio-me, em especial, com a leituras de blogs de mulheres que andam, desesperadamente, á procura do amor perfeito. Gosto da sua persistência, resultado de muitos filmes de Hollywood, gosto da forma poética de como descrevem os seus "puros" sentimentos, de como pensam que a vida vai ser quando encontrarem o seu principe encantado. E gosto particularmente de ler os comentários dos candidatos a principes encantados, que por ali param e que sentem afinidades com a autora do blog. É aí que começo a sorrir, primeiro com um ligeiro esgar dos lábios, mas a pouco e pouco os dentes vão aparecendo e finalmente, surge o riso sarcástico que resulta da visão dos “principes encantados”, a terem que partilhar as tarefas domésticas com as mulheres que os conseguiram enganar. Este meu gargalhar não dura muito, pois rapidamente um grito ecoa pela casa:
- Espero que não estejas, outra vez, a usar o gato para lavar o chão da cozinha. – grita aquela que conseguiu enganar um ingénuo principe, num tempo onde ainda não existiam blogs.